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Seis poemas de “Numa folha, leve e livre”, de António Ramos Rosa

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Por Pedro Belo Clara António Ramos Rosa. Foto: Nuno Ferreira Santos.   Lúcido rosto de uma haste cálida de frementes veias tão meu como o espaço em que vogava entre nuvens e árvores   Era uma folha que entre folhas flutuava respirando a maresia viva de um mar que estava longe e perto e em voluptuosa leveza o peito abria-se   Que adolescência aérea partilhada em júbilo fresquíssimo com o deus dos elementos vivos na sua glória actual embriagadamente efémera como se nascêssemos continuamente em transparente plenitude     ***     Amar as palavras é inventar o vento através da noite em pleno dia   Se desapareço grão por entre grãos é porque um deus adormece como um astro imóvel polvilhado de pólen   Onde estiver serei o sono do amor num claro jardim e como se estivesse morto as ervas hão-de romper das minhas unhas verdes e a minha boca terá a ébria frescura da plenitude do espaço     ***     Creio nas palavras transparentes que pertencem ao vento ao sal à latitude pura   Aqui no meu red