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Escrita e exílio em Serguei Dovlátov

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Por Marta Rebón Sergei Dovlatov Foto: Mark Serman Com menos de cinquenta anos de idade, em 1990, Dovlátov morreu no seu exílio em Nova York, resignado a aumentar a lista de escritores russos cuja obra moldou a experiência do desterro. Autores tão diversos e de diferentes épocas como Aleksandr Púchkin, Mikhail Lérmontov, Marina Tsvetáeva, Gaito Gazdanov, Vladimir Nabokov ou Joseph Brodsky são um bom exemplo disso. Não foi à toa que um escritor afirmou que os russos parecem ter o monopólio do exílio.   Em O ofício , uma espécie de livro de memórias, ou melhor, uma tragicomédia autobiográfica, composta por duas partes muito distintas (uma soviética e outra americana), o brilhante escritor humorista de origem judaica e armênia capta as contradições do homo sovieticus tanto em seu país natal como na expatriação. O resultado é uma coleção de situações grotescas, diálogos imprevisíveis e indivíduos surreais imersos numa realidade que contrasta de forma dolorosa e jocosamente com os dogmas i