Depois da quarentena
Por Agustín Sánchez Vidal Luis Buñuel. Foto: Jack Garofalo. As quatro décadas que se passaram desde a morte de Luis Buñuel poderiam ter se tornado um dos muitos purgatórios reservados para aqueles que desfrutaram de um reconhecimento em vida que depois desapareceu com ele. Mas no seu caso não tem sido assim. Por um lado, porque nunca teve uma projeção excessiva entre o público comum à maneira de um Alfred Hitchcock. E, ainda, pela falta de enfoque derivada de uma carreira atribulada que apagou sua trajetória por muitos anos até terminar com o Oscar para O discreto charme da burguesia (1972) e a homenagem em Hollywood assinada pelos quadros superiores de seus grandes mestres. Apenas o tardio livro de memórias Meu último suspiro (1982) começou a lançar as bases para uma certa perspectiva coerente, apesar de tantos preconceitos ou omissões. E a partir daí, seu cinema, como um estopim retardado, foi se tornando cada vez mais influente. Não apenas sobre outros diretores, mas também entre