Império da luz: a ciência e o sonho
Por Cristina Aparicio Todo filme cobra uma escolha. Diante da (assim espero, grande) tela, o público sempre escolhe entre a magia ou o artifício. Porque o cinema, mais do que qualquer outra arte, exige certo pacto sagrado, aquele que se faz com a ficção e que é responsável por dotar de verdade a construção de múltiplos universos. É por isso que, ao ocupar a poltrona, convivem no espectador dois estados mentais que lutam para prevalecer um sobre o outro: a vontade analítica de decifrar as complexidades científico-tecnológicas do cinematógrafo, ou a imperiosa necessidade de se deixar fascinar pela narrativa fílmica. Aqui, por que esconder, defendemos fortemente o último. E é que seria absurdo negar os esforços técnicos que tornam possível a existência da sétima arte, e mesmo assim... o como importa diante de tamanha maravilha? Porque, além disso, atentemos para o fato de que o cinema também é fruto de um erro: aquele que causa o fenômeno phi que o projecionista de Império da luz (Toby