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Steiner no castelo: perplexidades da pós-cultura

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Por Ronaldo González Barba Azul Judith, Judith, não era tudo mais alegre no castelo do teu pai com rosas nas janelas, com a luz do sol pelos salões?   Judith Nunca, jamais, amadíssimo Barba Azul! Nunca voltarei a desejar a luz do dia. As rosas, a claridade do sol, nada, nada… O crepúsculo oculta tudo. Apenas consigo ver em teu castelo. Tudo é escuridão. Oh, triste Barba Azul, triste e infeliz.   — Fragmento da ópera O castelo do Barba Azul , de Béla Bartók, libreto de Béla Balázs George Steiner. Foto: Leonardo Cendamo.     A mulher apenas entrou onde mora o duque seu amado. Pergunta pela escuridão, resigna-se a ela e decide abandonar seu mundo de luz e claridade. Ao final da ópera de Béla Bartók, Judith pede ao Barba Azul a chave da sétima porta do castelo apenas para ficar cativa do manto de estrelas e do diadema da noite. Judith, arquétipo da mulher, não pode redimir Barba Azul, arquétipo do homem. No fim não resta nada mais que desolação, trevas, noite para os dois: para o homem e p