O cupom falso, de Lev Tolstói
Por Joaquim Serra O jovem Mítia precisa urgentemente saldar uma dívida com um amigo da escola, de quem pediu dinheiro emprestado. O pai, um burocrata mal-humorado, não quer aumentar o valor da mesada, tampouco adiantar o dinheiro do próximo mês. Mítia então recorre ao amigo Mákhin, um tipo esperto, conhecedor dos jogos de cartas e das mulheres. A solução, para Mákhin, poderia ser uma: falsificar um cupom que, àquela época, fazia as vezes do dinheiro. Assim inicia a saga da personagem principal da novela O cupom falso , isto é, o próprio cupom. Tolstói faz do cupom um motivo de corrupção ou destruição independe das mãos que o segura. O motivo do dinheiro funciona como um moto-contínuo na narrativa; retroalimenta a história de todos os personagens — transformando-se em acerto de contas, necessidade e desejo. E, por culpa dele, vários destinos se entrelaçam — mas vamos tratar de apenas uma das muitas histórias. Depois de receber o falso cupom, coube ao comerciante se desfazer dele com