Atravessar Luanda, Lisboa, Paraíso, de Djaimilia Pereira de Almeida
Por Renildo Rene Djaimilia Pereira de Almeida. Foto: José Carlos Carvalho Da capital de Angola para a capital de Portugal são aproximadamente 8.500 km; aproximar dois locais, dois continentes diferentes, não é tarefa fácil, porque ainda requer confrontar culturas e desejos, muito além do afastamento físico. Percorrer esse trajeto é o objetivo de Cartola e Aquiles, pai e filho, no enredo de Luanda, Lisboa, Paraíso . A partir de uma deficiência física no calcanhar que o menino porta desde seu nascimento, os seus pais (ao lado, a mãe Glória) alçam desde cedo um objetivo de procurar uma solução determinada. Para a família angolana (há ainda a filha Justina) vivendo em um país que caminhou para a independência no início da segunda metade do século XX e sem recursos médicos palpáveis para tratamentos delicados, Portugal se tornou sonho nesse seio familiar. Deslocar-se do hemisfério sul para o hemisfério norte, no mundo das globalizações que aproximam, é um movimento diligente. Tanto é,