Seis poemas de Guillaume Apollinaire
Por Pedro Belo Clara Guillaume Apollinaire. Foto: RMN A PORTA A porta do hotel sorri e eu fico a tremer Mamã o que é que me pode acontecer Ser este empregado para quem só o nada existe Pares silenciosos arrastados na profunda água triste Anjos de fresco desembarcados em Marselha ontem ao amanhecer Ouço ao longe um canto morrer e remorrer Humilde como sou que não sou nada que valha Menino dei-te o que tinha agora trabalha A PONTE MIRABEAU Sob a ponte Mirabeau corre o Sena E os nosso amores Era preciso que me recordasse esta cena Que a alegria vem sempre depois da pena Vem a noite soa a hora Tudo passa na minha demora Face a face fiquemos e de mão na mão Enquanto Sob a ponte dos nossos braços se vão Dos eternos olhares a lassa ondulação Vem a noite soa a hora