Argentina, 1985: um homem contra o sistema
Por Ana Laura Pérez Flores As pesquisas conduzidas por historiadores partem de um esforço, amplamente documentado em diversas fontes, para apreender e interpretação um tempo passado. Já no cinema, a construção de uma narrativa histórica faz com que se percam as nuances em favor da síntese; além disso, a forma como a história é contada fala do momento e da posição a partir da qual essa história é construída. Isto adquire uma dimensão a mais se nos referirmos aos episódios de uma história recente em que entram em jogo emoções e interesses que continuam vigentes, bem como consequências sociais e políticas que alcançam o presente e se mostram na vida cotidiana de forma mais ou menos evidente. Argentina, 1985 (2022) enfrenta esse dilema ao extrair um caso exemplar para a América do Sul e abordá-lo com recursos narrativos — clássicos e eficazes — para entregar uma história comercial e simplificada, sim, mas também esperançosa. Dirigido por Santiago Mitre com roteiro dele e de Mariano Lli