Seis poemas de Robert Frost
Por Pedro Belo Clara (Seleção e versões) Robert Frost. Foto: Alfred Eisenstaedt CEIFANDO ( A Boy’s Will , 1913) Nada se ouvia junto à mata, sendo isto a excepção: A minha gadanha à terra sussurrando. Que era que sussurrava? Não saberei dizer; Talvez o sol e seu calor fosse a questão, Talvez que nenhum som se estava escutando – E por isso sussurrava na vez de falar. Não foi nenhum sonho de dádiva das horas ociosas, Ou oiro fácil nas mãos de fada ou elfo a resplandecer: Algo mais que a verdade iria decerto fraquejar Diante do sincero amor que em filas a vala colocou, Não sem arrancar os frágeis picos de flores vaidosas (Pálidas orquídeas), e assustar uma cobra de verde avivado. O facto é o mais doce sonho que o labor experimentou. A minha gadanha sussurrou e o feno por fazer foi deixado. REPARANDO O MURO ( North of Boston , 1914) Há algo que não morre de amores por muros, Que faz o chão congelado inchar debaixo deles, E desarranja os pedregulhos do topo, ao sol; E cria falhas