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Mostrando postagens de março 6, 2023

Todos os santos, de Adriana Lisboa

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Por Gabriella Kelmer Talvez seja lugar-comum introduzir um romance da escritora Adriana Lisboa pontuando sua prosa de alto teor lírico, em que encadeamentos simbólicos dão força motriz às narrativas, e ainda assim é preciso fazê-lo. Enquanto leitora, persiste, em mim, na leitura de suas obras, a impressão latente de uma compreensão a ser obtida na junção e repetição de imagens e afetos; de segredos que persistem nas dobras da linguagem, apenas ligeiramente fora de alcance. A borboleta sobre a pedreira de Sinfonia em branco , a sensação à beira-mar no Rio de Janeiro em Azul corvo , os corpos d’água de diferentes continentes de Todos os santos : de repente, uma coisa esbarra em outra, em um outro momento, e os espaços, perdas e traumas subitamente se interligam, indicando concatenações que sugerem menos a unicidade das diversas temáticas abordadas do que o árduo trabalho interpretativo de narradores sensíveis e ordenadores.   Todos os santos , lançado em 2019, é o romance mais recente da