A ilha de Bergman, de Mia Hansen-Løve
Por Pedro Fernandes Não é mais uma novidade o cinema buscar nas suas próprias referências os materiais de sua composição. Um procedimento que resulta tão antigo como a história dessa arte, no entanto, se fez uma recorrência entre as produções no entre-séculos XX e XXI. Como em todo caso, nem sempre isso é qualidade, principalmente, quando o cineasta decide se aproximar de obras idiossincráticas, que participam na constituição do cânone cinematográfico. Nesses casos, é recorrente se cair na homenagem reiterativa como o aluno que ao invés de acrescentar ao aprendizado oferecido pelo mestre apenas repete seus procedimentos. Felizmente, nada disso acontece com A ilha de Bergman , por muito que se sublinhe em várias passagens da narrativa, certo culto que o diretor sueco inspira na cinefilia. Nem é possível fixar o filme de Mia Hansen-Løve como uma pura homenagem à Ingmar Bergman, porque sua qualidade, nesse território, é uma celebração a atividade criativa, e nesta, o cinema. Isto é, Be