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Aniquilar, de Michel Houellebecq

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Por Pedro Fernandes Michel Houellebecq. Foto: Barbara d'Alessandri. Michel Houellebecq tem lugar fixo entre as vozes mais interessantes na literatura do entre-séculos XX e XXI. A combinação entre uma boa narrativa e a análise crítica, sempre por um ponto de vista fora da linha majoritária, não é uma qualidade nova para o romance, mas o que deveria ser uma obviedade deixa de ser quando encontramos o romanesco ora tomado pelos discursos que certos coletivos querem ler ora interessado em superar pela subversão mas desastradamente os recursos técnicos da arte de narrar. Aniquilar está perfeitamente situado nos modelos tradicionais, flertando mesmo com expressões que para alguns foram há muito superadas, como o folhetim, ou ainda com formas de narrar reduzidas pela crítica como mainstream ou literatura de massa, como o romance especulativo.   A qualidade de um escritor, sabemos, não se mede apenas pelas inovações técnicas na forma e na estrutura da narrativa e sim — talvez mais — pela