Sátántangó, de László Krasznahorkai
Por Pedro Fernandes László Krasznahorkai. Foto: Ranko Suvar A obra de László Krasznahorkai é vasta. Situa-se especificamente na prosa e desde 1985 tem se desenvolvido pelo conto, pela novela, pelo ensaio e pelo romance. Sátántangó é, aliás, o seu primeiro livro publicado. Esses dados são importantes não apenas porque falamos sobre um escritor há muito esperado em língua portuguesa mas de quem quase nada conhecemos, nem da sua obra e porque qualquer leitor dedicado a conhecer os livros publicados nas últimas décadas, principalmente as estreias de alguns que o mercado editorial se apressa em vender como a obra mais revolucionária de sempre, em nada acrescentam à literatura. É que na Era de Imediatismos — inimigo fatal para o fazer literário — se tornou cada vez mais raro um escritor já no seu primeiro trabalho oferecer um objeto singular e consistente. As qualidades essenciais de Sátántangó respondem por isso, quando reparamos na sua complexidade formal e estrutural, linguística