DO EDITOR
Olá, leitores! O
Letras se organiza para a sua costumeira pausa de descanso no fim de ano. A semana seguinte é a última com
entradas diárias e depois disso, as edições deste boletim sairão reduzidas, sem as seções suplementares. A nossa presença nas redes continua e vez ou outra também por aqui.
Tudo regressa ao normal em meados do mês de janeiro de 2024. Quer receber o conteúdo do blog em primeira mão,
entre para o nosso grupo no Telegram. Agradeço a companhia até aqui, tenham um excelente passagem de ano e, continuem conosco!
|
Moacyr Scliar. Foto: Arquivo Folhapress |
LANÇAMENTOS
O ano de 2023 finaliza com três
novos títulos da obra de Marguerite Duras inéditos ou em nova tradução no
Brasil.
1. Em
Savannah Bay se
tece na relação amorosa entre as duas únicas personagens que aparecem no palco
— Madalena, uma mulher que já atingiu “o esplendor da idade”, e uma Jovem, não
nomeada; talvez sua neta. Como através de um espelho, essa relação se desdobra
em uma outra trama amorosa, constituída a partir da já esparsa memória de
Madalena, que se confunde com a imaginação. O elo entre as duas, que
constantemente se apresenta como um reflexo no espelho, desencadeia outra
história de amor, formada a partir das memórias fragmentadas de Madalena. Nesse
jogo de espelhos, no qual pouco ou nada se revela com nitidez, Madalena também
evoca, ou talvez até imagine, um passado quando atuava como atriz de teatro,
repetidamente interpretando essa mesma história que agora ela e a Jovem tentam
recriar no presente. Tanto na relação entre essas duas mulheres quanto nas
outras conexões que se desdobram a partir desse núcleo, o amor está sob os
holofotes. A peça foi inicialmente escrita em 1982 e reescrita no ano
seguinte, durante o processo de ensaios para a montagem no Théâtre du
Rond-Point. Sua estreia ocorreu em 27 de setembro de 1983, sob direção da
própria autora, com Bulle Ogier e Madeleine Renaud no elenco — a obra é uma
homenagem a esta última. A trajetória desse texto teatral assemelha-se, assim,
à de
La Musica, que também foi reescrita pela autora durante a
montagem, no mesmo Rond-Point e igualmente sob sua direção, dando origem
a La Musica segunda. Com desfecho diferente da primeira, a segunda versão
de
Savannah Bay é mais condensada e indica uma divisão em três cenas,
elemento antes ausente. Além disso, as linhas narrativas do texto de 1983
apresentam menos lacunas, o que, contudo, apenas atenua ligeiramente a natureza
incompleta e aberta do enredo. Com tradução de Angela Leite Lopes, a peça de
Marguerite Duras é publicada pela editora Temporal.
2.
O arrebatamento de Lol V.
Stein é o novo da Coleção Marguerite Duras publicada pela Relicário
Edições. Este é um dos romances mais célebres de Marguerite Duras. Tão
enigmático quanto terreno fértil de interpretações, este livro motivou Jacques
Lacan a escrever, em 1965, um texto em sua homenagem, que publicamos como
posfácio em nossa edição. Lacan afirma que “arrebatadora é Marguerite Duras, e
nós, os arrebatados”. Na obra, Duras emprega seu reconhecido talento para
descrições poéticas e insólitas a partir da protagonista Lola Valérie Stein,
cuja vida psíquica é irrevogavelmente transformada durante um baile, no qual
ela presencia seu noivo dançar com uma mulher de corpo longilíneo para, em
seguida, abandoná-la aos olhos de todos. Dez anos depois, um homem assumirá a
narração de sua história traumática, trazendo à linguagem a fragilidade entre
as fronteiras de luz e sombra, passado e presente, delírio e lucidez.
O livro tem tradução de Adriana Lisboa e
inclui textos de Johan Faerber (prefácio) e Jacques Lacan (posfácio).
Você pode comprar o livro aqui.
3. “E depois teve o fechamento da porta
sobre você e sobre mim. Sobre o corpo novo, alto e magro. E depois teve a voz.
A voz incrível de doçura. Distante. Real. Era a voz de sua carta, a da minha
vida.” Essa é Marguerite Duras escrevendo sobre a sua relação afetiva com o
“muito jovem” Yann Andréa Steiner. No verão de 1980, Marguerite Duras recebe em
sua casa, na Normandia, Yann Lemmé, ávido leitor de suas obras que a enviava
cartas regularmente. A partir daquele encontro, os dois permaneceriam juntos e
inseparáveis durante os últimos dezesseis anos de vida da autora. Em Yann
Andréa Steiner, Duras nos faz acompanhar o início da história Steiner e
“esta mulher que fazia livros e que estava velha e sozinha”. Terna e visceral,
ela escreve sobre a sua história de amor, o nascer de Andréa Steiner, sobrenome
com o qual batiza Yann — Andréa, nome de sua mãe, e Steiner, nome de sua
personagem Aurélia Steiner; e sobre seus personagens histórico-ficcionais,
Théodora Kats, Jeanne e Samuel, ambientados na violência do trauma do
Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Mais uma vez, vida e ficção se
misturam na literatura contundente de Marguerite Duras. Publicação da Bazar do
Tempo com tradução de Karina Ceribelli Roy e posfácio de Lucia
Castello Branco.
Você pode comprar o livro aqui.
O novo livro de poesia de
Leonardo Antunes.
“Alguma coisa/ apodrece/ no meu
coração”. A vida cotidiana do século XXI nos mostra a massada da exploração do
ser humano e do seu entorno, e a massada da consciência dessa exploração — e
suas emoções, encabeçadas por algo que se possa chamar de memória das coisas. O
volume 29 da Coleção Cabeça de poeta, Série contemporânea (que traz um pouco da
melhor poesia brasileira em curso), apresenta o novo livro de Leonardo Antunes,
Regressos, com ilustrações de Paloma Portela, textos de orelha escritos
por Regina Zilberman, prefácio de Manoel Herzog e posfácio de Matheus Guménin
Barreto. Apesar de o autor já dispensar apresentações, o time que compõe os
paratextos deste livro endossa o caminho peculiar traçado por Leonardo Antunes,
que aqui reúne uma produção lírica composta entre 2010 e 2020, dividida em seis
partes (“Poética”, “Amor”, “Saudade”, “Noturno”, “Tempo” e “Família”). O livro
sai pela Martelo Casa Editorial.
Um dos grandes temas da
literatura, o adultério, recebe em livro de Madeleine Bourdouxhe até agora
inédito no Brasil um tratamento delicado e pungente, com ponto de vista
marcadamente feminino.
A autora belga Madeleine
Bourdouxhe também é inédita entre nós; foi uma militante pelos direitos da
mulher e citada por Simone de Beauvoir em sua obra mais célebre,
O segundo
sexo. Entre as peculiaridades de
A mulher de Gilles, lançamento da Carambaia,
estão sua ambientação no enfumaçado meio operário de Liège, às vésperas da
Segunda Guerra, e a atitude de aceitação — quase cumplicidade — de Élisa, a
protagonista, frente à natureza rude de seu marido. A edição tem tradução da
premiada Monica Stahel e posfácio de Michel Thorgal, pseudônimo de Raoul
Vaneigen, um dos ideólogos dos protestos de maio de 1968 na França. No simples
mas surpreendente enredo, Gilles se aproxima de Victorine, irmã de sua esposa
Élisa, enquanto o tempo de Élisa é consumido pelos cuidados com as filhas
gêmeas e por uma gravidez adiantada. Movida pela desconfiança, Élisa tem suas
suspeitas confirmadas, mas assume uma posição inesperada. Conforme a trama
avança, a complexidade das ações e sentimentos dos personagens caracteriza o
romance como uma verdadeira obra-prima no tratamento do ciúme, da paixão, do
desejo. O que os três personagens têm em comum são os impulsos gerados pelo
desejo, que “nasce assim, de um nada” e insiste em durar, mesmo que, no caso de
Élisa, implique solidão. “A alegria de amar está condenada à angústia de se
extinguir”, escreve Thorgal no posfácio. Quanto a isso, a história da
protagonista toma contornos sociais. “Tudo é disposto pela sociedade para que a
parte essencial da vida tenha cor de doença e de morte.”
Você pode comprar o livro aqui.
Coletânea de histórias de
fantasmas do Japão antigo, um marco na literatura de horror no século XX, ganha
tradução inédita no Brasil.
Irlandês de ascendência grega,
imigrante nos Estados Unidos, repórter policial, amigo de assassinos e tradutor
de Flaubert: eis Lafcadio Hearn, que teve sua vida temperada com doses iguais
de errância e excentricidade, e passou seus últimos anos no Japão dos anos
1890, experiência que lhe rendeu a antologia
Kwaidan: Histórias de fantasmas
e outros contos estranhos do Japão antigo com textos recriados a partir das
histórias contadas por Setsuko, sua companheira. Resultado do encanto do autor
pelo desconhecido, Kwaidan fez de Hearn um dos maiores divulgadores da cultura
japonesa no Ocidente. Entre seus admiradores figuram nomes canônicos da
literatura fantástica como Jorge Luis Borges, e, ainda hoje,
Kwaidan é
leitura recomendada em diversas escolas do Japão, além de ter sido adaptado
para o cinema. Com um título estranho ao nosso idioma ― junção de dois kanjis
em japonês que significam narrativa misteriosa ou fantasmagórica ―, o livro põe
em cena criaturas sem rosto que assombram um viajante desavisado, o espírito do
inverno corporificado numa linda assassina de inocentes, fantasmas sem cabeça e
demônios de toda espécie, alguns ilustrados no pôster que acompanha a edição.
Ao absorver tais contos orais do período imperial japonês, Hearn não deixa de
imiscuir a própria cultura às histórias, incluindo goblins comedores de gente e
intromissões espirituosas na forma de comentários entre parênteses ou notas. Os
elementos fantásticos e assombrosos se desdobram ainda na segunda parte do
livro, dedicada exclusivamente ao mundo dos insetos. São relatos não ficcionais
da presença de borboletas, formigas e mosquitos na cultura do Japão e da China.
Neles, Hearn se presta a explicar tais pequenos seres sem deixar de ressaltar a
estranheza e o fascínio que provocam. Trata-se, sem dúvida, de um ato de
devoção à cultura nipônica, feito por um homem nascido no berço do Ocidente
que, conforme escreveu em carta, desejava “poder reencarnar num pequeno bebê
japonês”. Agora em tradução inédita brasileira de Sofia Nestrovski, a profusão de
samurais, budas e espíritos poderá enfeitiçar a leitura daqueles que tiverem
coragem de se aventurar por estas páginas. Publicação da editora Fósforo.
Você pode comprar o livro aqui.
Do erotismo: considerado em suas
manifestações escritas e do ponto de vista do espírito moderno
— o novo
título no catálogo de surrealistas da editora 100/Cabeças.
Jogo de luz e sombras, sugestão e
provocação, corpos ascendidos, signos do amor, caminhos do desejo em busca da
beleza convulsiva. O erotismo empreendeu sua trajetória poética e iluminou
diferentes autores desde a antiguidade, passando pela literatura medieval, mas
“pertence propriamente ao espírito moderno”, como destaca o surrealista Robert
Desnos em Do erotismo: considerado em suas manifestações escritas e do
ponto de vista do espírito moderno com tradução de Alexandre Barbosa de
Souza, texto publicado em 1923. No livro, Desnos apresenta sua visão filosófica
e libertária do erotismo em um inventário crítico sobre o tema em autores e
obras de diferentes épocas e lugares, com destaque para Guillaume Apollinaire e
Marquês de Sade. Rabelais, Baffo, Aretino, Mariana Alcoforado, Théophile
Gautier, Pierre Louÿs, Charles Baudelaire e Sacher-Masoch estão entre os nomes
que passam pelo escrutínio do autor. “São artistas e poetas que se lançaram nas
fogueiras noturnas do desejo, da busca pelo erótico carnal e amoroso que os
surrealistas evocaram plenamente, para além de suas obras, em suas vidas”,
escreve Alex Januário na apresentação. No ensaio de Desnos, que ele classifica
como um trabalho de arqueologia sobre o tema, Alex Januário aponta que as
particularidades de cada autor e obra são examinadas de modo a dar a dimensão
do erótico em um plano geral. “Suas verves amorosa e erótica fundem-se nestas
páginas”.
Do erotismo foi publicado originalmente em 1923, ano que
precedeu a publicação do
Manifesto do surrealismo (1924), no
qual André Breton aponta Desnos como aquele que possivelmente mais tenha se
aproximado da verdade surrealista. Assim como Desnos, o erotismo é essencial
para o surrealismo, sendo evocado e celebrado em diversos textos do movimento.
Você pode comprar o livro aqui.
Sempre Clarice. Livro traça
relações entre a obra da escritora brasileira e o pensamento clássico chinês I
Ching.
Clarice Lispector e o clássico
chinês I Ching. Símbolos em convergência reúne e destaca múltiplos exemplos
de um aspecto recorrente da poética de Clarice Lispector (a imagem de
aderência), apontando sua consonância com um elemento (o Aderir) do clássico
chinês, tendo como principal esteio argumentativo a crítica de Benedito Nunes,
não apenas sua vasta ensaística em torno da escritora, mas também suas
considerações analíticas acerca da poesia à moda da renga — de origem japonesa —,
dos aspectos distintivos das artes poéticas do Oriente em contraposição às do
Ocidente e do denso diálogo sobre linguagem empreendido entre ele e Haroldo de
Campos, decorrente de outro, entre o filósofo Heidegger e um interlocutor
japonês, o professor Tezuka, da Universidade Imperial de Tóquio. O livro de
Marília Malavolta sai pela Editora da Unesp.
Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
Nova edição de O Centauro
no jardim
abre o novo projeto editorial para a obra de Moacyr Scliar.
Partindo do nascimento de um ser
metade homem, metade cavalo, este romance evidencia a dualidade da vida em
sociedade, em que é preciso harmonizar individualismo e coletividade. Livro
ganhador do prêmio APCA de 1980 e eleito em 2002 pelo National Yiddish Book
Center um dos cem melhores livros de temática judaica escritos nos últimos
duzentos anos. No interior do Rio Grande do Sul, na pacata família Tartakovsky,
nasce um centauro: um ser metade homem, metade cavalo. Quarto filho de um casal
de imigrantes judeus russos, Guedali cresce excluído da sociedade. Numa
narrativa provocadora, ele rememora sua vida desde o nascimento em Quatro
Irmãos, passando pela juventude em Porto Alegre, sua fuga de casa, uma
temporada em que foi atração de circo, a descoberta do amor até chegar ao
Marrocos, onde realiza uma cirurgia para curar a si e sua companheira de seus
problemas de nascença. O romance acompanha a trajetória do personagem na
tentativa de se adequar ao seu país de origem enquanto filho de judeus fugidos
dos pogroms da Rússia e, ao mesmo tempo, à condição de “estrangeiro”, como
centauro — ser mitológico que ocupa um lugar tão nebuloso na literatura. Com
sua particular capacidade de mesclar romance histórico e literatura fantástica,
parábola bíblica e narrativas de tradições orais, sátira, humor e melancolia,
Moacyr Scliar faz uma metáfora sobre a identidade individual e coletiva no
judaísmo, a inadequação e o ser estrangeiro, mas também coloca em evidência o
conflito de uma classe média brasileira confusa e angustiada com o destino do
país ainda sob regime militar. História, ficção e mitos formadores da cultura
judaico-cristã se fundem de forma conflitante e crítica em
O Centauro no
jardim. Publicação da Companhia das Letras.
Você pode comprar o livro aqui.
Nova edição do estudo da canadense Claire Varin sobre a obra de Clarice
Lispector.
Originalmente, Línguas de fogo foi a tese de doutorado de Claire
Varin para a Universidade de Montreal e dá conta dos detalhes dos romances e
contos, passando pelas origens judaicas da escritora. Uma obra que desafia as
leituras tradicionais do universo de Lispector. A tradução de Lúcia Peixoto
Cherem é reeditada pela editora Nós. Você pode comprar o livro aqui.
PRÊMIO LITERÁRIO
Ruy Castro volta a ganhar o Prêmio Jabuti.
Desta vez, por Os perigos do imperador, publicado pela Companhia
das Letras. O romance parte de um episódio histórico, a viagem de d. Pedro II
aos Estados Unidos para as comemorações do Centenário da Independência
estadunidense, período de três meses em que a narrativa de Castro imagina um atentado
fatal contra o monarca orquestrado por republicanos brasileiros. Na poesia, o
Jabuti de 2023 foi para Fabrício Corsaletti pelo livro Engenheiro fantasma
(Companhia das Letras); no conto, um prêmio póstumo para João Gilberto Noll
pelo inédito Educação Natural (Record). Na categoria Melhor Ilustrador,
marcada pela polêmica nas semifinais com um livro desclassificado pelo uso de
IA, a premiada foi Fayga Ostrower por A notável história do homem-listrado
(Edufrn).
Prêmio Oceanos 2023, entre Brasil e Cabo Verde.
Na prosa, o prêmio foi para Joaquim Arena, com o livro Siríaco e Mister Charles, um romance que
fabula a amizade entre o jovem cientista Charles Darwin e Siríaco, um homem
negro, ex-escravizado, que nasceu no Brasil, foi educado em Portugal e, por ter
a pele marcada por vitiligo, integrou a chamada “corte exótica” da Rainha Dona
Maria I. Na poesia, Prisca Agustoni, com O gosto amargo dos metais, um livro
construído a partir do impacto das tragédias ambientais ocorridos em Minas
Gerais, primeiro em Mariana e depois em Brumadinho.
EVENTO
Exposição passa em revista o
envolvimento de Murilo Mendes com a arte, passando pelas vertentes do crítico,
do colecionador, do organizador de exposições e, claro, o de poeta.
Com curadoria de Lorenzo Mammì,
Maria Betânia Amoroso e Taisa Palhares, segue em cartaz até 28 de janeiro de
2024 no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo a exposição
Murilo Mendes, poeta
crítico: o infinito íntimo. Dividida em três seções, a mostra acompanha
desde a formação do círculo de Murilo Mendes e Ismael Nery no Rio de Janeiro
das décadas de 1920 e 1930 e os seus desdobramentos. A primeira seção conta
exatamente o ponto inicial ou a fase rebelde de Murilo; a ela, segue a de
meados dos anos 1930 até a sua mudança para a Itália, em 1975, ocasião quando
estabelece laços com artistas como Lasar Segall, Bruno Giorgi, Maria Martins,
Alberto Magnelli, Milton Dacosta, Djanira, Ione Saldanha, Almir Mavignier,
Carlos Scliar, Fayga Ostrower e ainda com aqueles nomes que escaparam do
nazismo e se refugiaram no Rio de Janeiro, como o casal Maria Helena da Vieira
e Arpad Szenes. É a fase do Murilo abstracionista. A última seção contempla o
período de estadia do poeta em Roma, onde leciona literatura brasileira, se
aproxima do crítico de arte Giulio Carlo Argan e colabora com nomes como Lucio
Fontana e Soto; é desse período que, na galeria da Embaixada do Brasil em Roma,
organiza exposições de nomes como Volpi, Goeldi, Weissmann, Maravignier, entre
outros. Todos os detalhes no
site do MAM.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1.
Os substitutos, de Bernardo
Carvalho (Companhia das Letras, 232 p.) Numa viagem à Amazônia durante a ditadura
militar, pai e filho cruzam por limites em que o dinheiro se coloca acima de
qualquer coisa e revelam outras complexidades de um país fadado ao horror.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
Rosshalde, de Hermann
Hesse (Trad. Julia Bussius, Todavia, 176 p.) Outro da série de breves romances
do escritor alemão que ganhado novas traduções ou mesmo primeiras edições no
Brasil. Este é o quarto romance de Hesse e nele se investiga a falência dos ideais
do casamento a partir da questão: é possível equilíbrio entre uma vida em
conformidade com as expectativas sociais e uma que honre sonhos de liberdade?
Você pode comprar o livro aqui.
3.
Compaixão, de Anne
Sexton (Trad. Bruna Beber, Relicário, 376 p.) Em matéria de importantes
traduções neste ano que termina, esta é uma das publicações de relevância. É a
primeira vez que se publica entre nós a poeta estadunidense. A dolorosa, brutal
e inovadora poesia de Sexton aparece aqui em edição bilíngue.
Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
No calendário cultural da
literatura brasileira, no domingo, 10 de dezembro, marca-se a Hora H. Proposta
do Instituto Moreira Salles que sublinha ano a ano o aniversário de Clarice
Lispector. Este ano, é lançado o média-metragem
O Rio de Clarice Lispector.
Como direção de Eucanaã Ferraz, o filme acompanha Teresa Montero, biógrafa da
escritora, em trânsito pela cidade carioca enquanto lê passagens da obra e
descreve informações biográficas de Clarice. O filme pode ser visto no site do IMS dedicado à escritora, por
aqui.
BAÚ DE LETRAS
No passado 6 de dezembro de 2023
celebramos o centenário de Urbano Tavares Rodrigues. A obra do escritor
português comparece no arquivo do
Letras em várias resenhadas feitas
pelo nosso colunista Pedro Belo Clara, incluindo um dos seus principais livros,
o romance
Bastardos do sol. Você pode acessar esse material
aqui.
Ainda no rol das efemérides. No dia
7 de dezembro de 2023 passou o 150º de Willa Cather, importante nome da
literatura modernista nos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, um dos seus
principais romances,
Uma mulher perdida, alcançou o centenário de
publicação. Você pode ler mais acerca do livro
aqui e indo por
aqui encontrará
um perfil de Cather.
Neste ano, um dos livros mais
desafiadores da obra de Clarice Lispector,
Água viva, atravessa meio
século desde a sua primeira edição. O livro foi comentado
aqui por Pedro
Fernandes.
DUAS PALAVRINHAS
A palavra misericórdia é uma
palavra que tem um valor não só cristão mas tem também um sentido universal,
quer dizer a compaixão, partilhar do sofrimento dos outros. A entre-ajuda é um
valor que está presente em toda a minha obra. Eu sou marxista mas nunca achei
que lutar pela transformação do mundo seja suficiente. É preciso lutar no
concreto por cada ser humano.
— Urbano Tavares Rodrigues
...
CLIQUE AQUI E SAIBA COMO COLABORAR COM A MANUTENÇÃO DESTE ESPAÇO
* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
Comentários