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Ilustração: Rebecca Clarke |
O tabuleiro
Uma sala de estar como cenário
principal decorada com vários móveis: uma poltrona tão ostentosa que faria Luís
XVI pensar em contratar um decorador de vez em quando, uma janela aberta, um
prego nu saindo da parede, um vaso vazio, o gigantesco retrato e emoldurado de
um opulento casamento e um rifle cercado por uma coleção de troféus de caçador
em forma de numerosas cabeças de animais ostentando aquela expressão infeliz
que as presas dos caçadores adquirem quando sabem que serão varridas do resto
de sua existência pela manhã.
A campainha toca e uma mulher,
idêntica à da imagem na tela que coroa a sala, vem rapidamente atender o
visitante. A porta se abre e um homem entra em cena; notamos que não é o cavaleiro
da pintura. Ele traz um buquê de flores que ela agradece e coloca no vaso, os
dois se beijam, vão para o quarto se conhecerem melhor e preencherem qualquer
possível buraco na trama. Fim do primeiro ato.
Segundo ato: o homem que aparece
retratado no quadro da sala repreende a mulher e sentimos que ele desconfia de
algo porque ambos trocam opiniões um tanto acalorados. Fim do segundo ato.
Numa cena noturna começa o
terceiro ato. O homem do primeiro ato entra pela janela, abrigado na escuridão
do momento, para descobrir com espanto que o homem do segundo ato o esperava
sentado na poltrona. Eles discutem sobre o modo apropriado de compreender as
relações com hipotenusas.
Então o homem sentado na cadeira
atira nele.
O que acaba de acontecer é legal e
justo. Não jurídica e moralmente porque no caso de atirar em alguém o ato em si
costuma ser punido de alguma forma, e também costuma ser considerado triste e
bastante injusto pelo destinatário do tiro. Mas é legal e justo narrativamente
falando.
Anton Tchekhov era escritor em
tempo parcial e russo em período integral. Nascido em Tanganrog em 1860, o
cavalheiro, dramaturgo e contista de sucesso, em algum momento disse uma frase
que se tornou um dos clássicos artifícios dos mecanismos narrativos da ficção.
Essa frase era a seguinte: “Se no primeiro ato você colocar uma pistola na
parede, na seguinte ela deva ser disparada.”
Na realidade, existem diferentes
variantes da frase dependendo da fonte consultada e a sua construção implica
ligeiríssimas alterações na interpretação do seu significado, (por exemplo “Se
há uma arma no primeiro ato, no segundo ou terceiro deve desaparecer. Se não,
será disparada ou não deveria aparecer aí.”, conforme as memórias de Sergei
Shchukin), mas todas vêm formalizar uma afirmação, que se tornaria uma lição,
sobre a importância da premeditação da narração e a adequação de colocar as
peças apropriadas no tabuleiro de xadrez e insinuar os acontecimentos sem
revelar a surpresa.
Para ser justo, deve-se mencionar
que Tchekhov se concentrava no que acontecia no palco do teatro e em como
controlá-lo. A interpretação formal de sua frase passou a dizer que em qualquer
história ficcional não se deve introduzir elementos decorativos desnecessários,
para não distrair o espectador do que é realmente importante. Mas também se
extraía uma lição de estilo para qualquer tipo de narrativa ficcional: se o
roteirista planeja um acontecimento (seja uma reviravolta repentina no roteiro,
um acontecimento inesperado ou um desfecho surpresa — à maneira de Shyamalan) o
ideal é fazê-lo com bastante antecedência, introduzindo previamente na trama
aquele elemento que dará origem ao referido acontecimento, para não prejudicar
a estabilidade da narrativa. É por isso que o termo “arma de Tchekhov” é
conhecido como aquele princípio segundo o qual quando um objeto é apresentado em
cena, ainda que sem importância, mais tarde se revela vital para a história.
O tamanho da arma do russo é
essencial porque é a melhor maneira de evitar no roteiro possíveis buracos do
tamanho de uma vala comum (e no processo evitar o tão mencionado
deus ex
machina), e também porque se for realizado com a habilidade suficiente, não
apenas se pode julgar a sugerir o que ainda não aconteceu, mas também convidar
o espectador a uma revisão de causa e efeito da história. Conseguindo assim
incentivar um segundo olhar para descobrir detalhes que não foram apreciados no
primeiro olhar, quando foram esquecidos ou não tinham relevância aparente.
A arma de Chekhov tornou-se,
portanto, um artifício criativo que serve para prenunciar algo e que funciona
como um ramo da liga do
foreshadowing, centrado num elemento concreto. E
esse elemento nem precisa ser especificamente uma arma (isso é apenas o exemplo
teatral), pode perfeitamente ser outro tipo de objeto, uma ideia, uma
característica particular, um fato, uma pessoa ou qualquer outra peça em jogo atribuída
pela matéria cinzenta do escritor. Nem precisa ser singular e solitária, uma
mesma história pode exibir diversas armas de Tchekhov, criando um verdadeiro
arsenal (e neste caso, muitas vezes de forma obstinadamente literal, veja
abaixo a menção a James Bond). E claro que também não é uma técnica limitada a
uma arte específica, podemos encontrar exemplos da sua utilização na literatura,
no cinema, no rádio, nos videojogos e em qualquer forma e meio de transmissão
de narrativas.
Embora a interpretação original de
Tchekhov fosse alertar sobre a inutilidade do excessivo na cena ficcional, a
interpretação mais atual conduz por um caminho que parece entender que o que o
dramaturgo está insinuando é que se o público vir uma arma no palco deve estar
também preparado para ver como esta é disparada mais cedo ou mais tarde. É
claro que, devido à linha tênue que delimita esta técnica com outras
específicas e as diferentes interpretações que podem ser extraídas da frase
original, muitos passam um tempo interessante discutindo o que é e o que não é
uma arma de Tchekhov, então muitos dos os exemplos que são perfeitamente
válidos para alguns observadores não são válidos para outros.
Dá origem até a um fenômeno
curioso: interessantes batidas de caça em busca das armas de Tchekhov,
realizadas principalmente por estudiosos ou meramente curiosos. Como exemplo
muito prático podemos citar a série
Lost, onde os mais iludidos telespectadores
hardcore acreditavam ter notado em certos elementos a silhueta da arma quando
na realidade o roteiro da série ABC era mais um exemplo de um
brainstorming,
uma espécie de “coloquemos tudo o que nos acontece e depois tentaremos
consertar”, em vez de uma obra compacta e premeditada.
Limites geográficos do arsenal
O mecanismo russo é limita e
muitas vezes se confunde erroneamente com alguns outros artefatos de premissa
ligeiramente semelhante. Para começar, ele tem um irmão bobo: o
red herring.
O
red herring é o que seria uma potencial arma de Tchekhov, carregada e
prestes a ser disparada que no final se revela um fracasso: um elemento que
parece ser uma pista, com maior ou menor presença e interesse ao entrar em
cena, mas que ao longo do seu desenvolvimento revela-se que não tem qualquer
importância. Geralmente é um objeto que serve de distração da mesma forma que
um mágico move a mão direita enquanto troca as cartas do baralho com a
esquerda. Um ato de malabarismo. É o truque de levar o espectador/leitor pelo
caminho errado. Um exemplo claro e notável ocorre no filme
Os 12 macacos
de Terry Gilliam, sendo que neste caso o próprio grupo chamado 12 macacos é um
gigantesco
red herring.
Há também uma variante da arma de
Tchekhov em formato reverso: o
MacGuffin. Um
MacGuffin é aquele
elemento do roteiro que se apresenta de forma excepcional, envernizado com a
aura de ser extremamente importante de alguma forma, e que no final permanece
irrelevante por si só, mas que de qualquer forma serviu para conduzir a ação a
algum lugar; ele geralmente está na forma de meta, artifício sobrenatural e/ou
poderoso, objeto desejável ou qualquer variante gananciosa semelhante, mas no
final da história sua natureza em si é basicamente indignante, e mesmo assim, a
sua presença foi essencial para o desenvolvimento. O objetivo deste truque não
é tanto descobrir o que realmente é o objeto (como, por exemplo, aconteceu com
o conteúdo da pasta em
Pulp Fiction, ou o chamado pé de coelho em
Missão
Impossível III), mas servir como meio para que os personagens e as
situações cheguem a determinados caminhos, colidam entre si e as coisas aconteçam.
Que é o que geralmente acontece nas histórias.
Deve-se notar também que a mira
adequada da arma de Tchekhov pode ser usada para salvar o famoso
deus ex
machina. Ou seja, aquele momento em que algo muito importante acontece
porque-sim,
sem prévio aviso ou explicação aparente.
Um exemplo do desastroso do
deus
ex machina é o personagem Carolyn (Chloë Moretz) naquele acidente em cadeia
de Tim Burton que é
Sombras da noite. O que acontece com esse personagem
no desenlace parece ao espectador uma solução barata e cafona, porque antes não
teve mais que uma leve e muito absurda insinuação disso (uma frase de Eva
Green) que nem sequer foi construída como uma arma de Tchekhov. E é por isso
que quando o roteirista usa o vil método de sair pela tangente depois de
revisar o que tinha na manga, não é credível nem legal, por mais que tentem explicar
o acontecido
a posteriori.
Alguns exemplos práticos
No mundo das artes, os exemplos de
armas
made in Tchekhov são quase infinitos. Neste artigo nos limitaremos
à sétima arte e apenas a uma pequena seleção que não é a mais notável, nem a
mais elegante.
Zombies Party: uma noite... de
morte opta pelo caminho mais literal possível: a certa altura os
personagens discutem em um pub chamado Winchester sobre se o rifle que dá nome
ao próprio bar, e que fica pendurado na parede como parte de sua decoração,
está carregado ou não. Dúvida que se esclarece mais tarde no filme, quando a
ameaça zumbi tentar transformar esses convidados em lanche.
Em
O quinto elemento descobrimos
durante a apresentação do personagem encarnado por Bruce Willis (Corben Dallas,
aquele bilíngue das linguagens práticas: com tacos e sem tacos) que ele vive em
um futuro automatizado onde, apesar dos avanços tecnológicos, o protagonista
ainda insiste em acender cigarros com fósforos pré-históricos. O último dos
fósforos dessa mesma caixa de partida de Dallas terá uma importância
excepcional: será o elemento fundamental para salvar a contra o tempo o mundo.
Também na franquia
Duro de
matar, interpretado também pelo próprio Willis, as armas de Tchekhov se
sucedem em cascata: no primeiro filme, temos o relógio, as conversas com Carl
Winslow, a limusine ou o conselho de um estranho que deixa o protagonista descalço.
Na sequência, descobrimos que a arma de Tchekhov tem o formato de um isqueiro e
em
Duro de matar: a vingança o mítico e chorão John McClane começa o
filme lamentando uma profunda e notável dor de cabeça que o levará a obter, na
reta final, um pacote de aspirina com o qual é possível revelar a localização
do terrorista interpretado por Jeremy Irons.
Mesmo naquele esquecível e horrível
remake pouco velado de
Duro de matar em versão para todos os
públicos que é
Segurança de shopping, os preceitos das armas de fogo
literárias são mantidos. Todo o inventário apresentado na primeira parte
acabará sendo utilizado contra os bandidos da cena, incluindo, embora pareça
impossível, até o molho picante.
Em
Os Incríveis temos
exemplos humanos e têxteis. O primeiro tem a forma do pequeno
fanboy que
aparece no início do filme, personagem secundário que se revelará fundamental
(ele é a razão do próprio filme) mais tarde. Para o outro tipo de exemplo temos
uma figurinista pesando muito em suas intervenções com o tema de considerar a
capa como a menos adequada para o visual prático do super-herói. E enquanto
isso o público mais atento passa metade do filme duvidando se o inimigo do
espetáculo tem capa por algum motivo específico, até que o bolo é revelado no
final.
Nos filmes de James Bond, um
arsenal de armas de Tchekhov geralmente é exibido durante uma visita ao
laboratório de Q. Todos os dispositivos legais apresentados serão usados em
algum momento do filme pelo Bond em questão. A exceção na franquia vem dos
gadgets da BMW no
Somente para seus olhos, mas é justificada em parte
porque o carro em questão foi uma vergonhosa colocação de produto de última
hora que pegou o roteiro com alguns chicletes mascados.
Um exemplo da arma russa na forma
de algo que não tem a forma de um objeto ocorre em
Desventuras em série,
onde na verdade se transmutada num comentário. O personagem Josephine
(interpretado por Meryl Streep) narra uma coleção de paranoias muito fora de
órbita sobre segurança doméstica. E mais tarde todos aqueles temidos acidentes,
apesar de parecerem impossíveis e absurdos, acontecem de repente aos sofredores
protagonistas do filme.
Em
Aliens temos um uso
habilidoso da ferramenta. No filme, acontece uma cena em que Ripley (Sigourney
Weaver) assume o controle de um exoesqueleto de carga para demonstrar aos
fuzileiros navais que ela é uma mulher tão útil quanto seus companheiros
homens. Essa cena é colocada ali para demonstrar o caráter do personagem, mas
ao mesmo tempo é usada para reciclar a armadura robótica como um brinquedo
tchekhoviano quando está no clímax do filme, num momento em que o espectador já
havia esquecido a coisa na relação do roteiro, Ripley mais uma vez se coloca no
metal para dar um tapa na rainha alienígena.
O mecanismo também pode assumir a
forma de uma habilidade ou dom: o personagem de Marion de
Os caçadores da
arca perdida é apresentado na tela com uma competição de bebidas alcoólicas
da qual é vencedor. Mais tarde, usa essa invejável resistência a líquidos
espirituosos para embebedar o captor.
Uma das versões mais curiosas do
uso do método se encontra na saga
De volta para o futuro. Enquanto a
primeira parte usa como arma um evento específico (a torre do relógio sendo
atingida por um raio), as sequências vão além e inventam um novo conceito em um
par de armas de Tchekhov que são apresentadas em um filme e disparadas em
outro: a prancha voadora em
De volta para o futuro 2 que é mantida no
Delorean para servir como instrumento de resgate no
3 (e aliás com ou
inspiração para o trem voador que encerra o filme). E a cena do segundo
capítulo da saga em que Marty “Ninguém em chama de galinha” McFly (Michael J.
Fox) contempla um fragmento de
Por um punhado de dólares que servirá de
inspiração para ele fazer um colete à prova de balas durante o terceiro filme
(que se passa naquele oeste dos duelos de chapéus e pistolas). A explicação
para tanta coordenação não é difícil, os dois filmes foram rodados ao mesmo
tempo.
As espadas penduradas na parede de
Gremlins. As pistolas em pregos que aparecem em
Arma Letal 2 e
Aracnofobia.
O personagem que afirma em
Queime depois de ler que nunca precisou
disparar uma arma. Os copos de água distribuídos pela casa em
Sinais. A
vida extra em
Scott Pilgrim contra o mundo. O baú infantil pelo qual
Vada (Anna Chlumsky) pergunta ao pai em
Meu primeiro amor. Toda a lista
de animais estranhos que aparecem em
Avatar (na verdade, o próprio
Avatar
é construído com base num arsenal de Tchekhov); o projetor de hologramas de
1997:
Resgate em L. A.; o carregamento de dinamite em
Rio Bravo; quase
todos os objetos que aparecem em algum lugar ou é mencionado em algum momento
nos filmes da franquia
Esqueceram de mim; a afirmação de que as hienas
podem morrer de rir em
Uma cilada para Roger Rabbit; as velas em
Despertar
de um pesadelo; a bazuca roubada em
Kick-Ass.
Os mais divertidos são aqueles
filmes que, em vez de conterem um exemplo desse mecanismo de narração, estão
repletos de uma quantidade absurda deles, transformando a trama em autênticos
arsenais de Tchekhov, como ocorre no já citado
Avatar, de James Cameron,
ou em
A trapaça, de David Mamet, onde quase tudo é essencialmente uma
arma narrativa esperando ser disparada.
E talvez a uso excessivo mais
engraçado do recurso seja encontrado em
Arma fatal, de Edgar Wright, na
segunda parte da trilogia Sangue e sorve, estrelada por Simon Pegg e Nick
Frost. O próprio diretor e um dos atores principais — Edgar Wright e Simon Pegg
— assinam a maior parte do roteiro e, assim como fizeram em
Zombies Party,
demonstram muito carinho pelo texto. Não em vão na edição em DVD daquela
comédia com zumbis já se atreveram a incluir um extra que consistia apenas em
um vídeo dos dois revisando a leitura do roteiro completo e explicando cada um
de seus cantos e recantos para a câmera.
Para
Arma fatal eles calçam
as botas enquanto aos bocados soltam o recurso. Até brincam que o filme poderia
facilmente ter sido chamado de
A arma de Tchekhov: o filme e não
estariam exagerando em nada. E basicamente eles têm toda razão, grande parte da
hilaridade dessa maravilhosa perversão inglesa dos
buddies movies estadunidenses
em que o cavalheiro se constrói com uma primeira seção da narrativa que
antecipa de forma insignificante tudo o que acontecerá na segunda parte da
história. Wright e Pegg enlouquecem e usam uma bela coleção de pistolas Tchekhov
de todos os lados: desde placas comemorativas até deduções absurdas sobre os
motivos que justificam um assassino, até armas penduradas na parede que serão
usadas em alguma afronta, um cisne em fuga, diálogos entre os personagens
(“—Você já disparou duas armas pulando para o alto? —Não”) que acabam sendo
presságios diretos ou detalhes tão hilários quanto a música que o personagem de
Timothy Dalton ouve no carro quando entra no plano algumas cenas após cada um
dos homicídios ocorridos. O que foi dito: um Tchekhov furioso, com gravata na
cabeça, sotaque inglês e atirando a torto e a direito.
Epílogo/ Loja de ferragens
Naquele primeiro ato da pantomima
grosseira e teatral com que este texto começa, talvez o leitor tenha descoberto
que um dos objetos estava livre de uso e função. Aquele prego saindo da parede.
Na verdade, foi mais um pequeno asterisco para fazer uma breve anotação de um
detalhe curioso neste epílogo: entre as muitas referências às palavras de Anton
Tchekhov é possível encontrar algumas que mencionam que a frase original era
algo como “Se um prego aparecer numa história, o protagonista tem que acabar se
agarrando a ele.” Ou a variante “Quando há um prego na parede é para que alguém
possa pendurar um quadro”. A primeira das duas opções parece bastante
implausível, a menos que o prego tenha dimensões titânicas ou que o
protagonista da obra em questão viva numa casa em forma de cogumelo e use um
cone vermelho como chapéu. E por outro lado, a segunda afirmação carece da
chicha que tem a versão com arma de fogo, por isso é muito fácil duvidar que Tchekhov
também tenha sido o autor desse outro acordo. A pesquisa anterior a este
artigo, que consistiu em ir muito ao Google e perguntar a três pessoas relacionadas
com as letras, não encontrou a suposta origem da referida afirmação atribuída
ao dramaturgo e resultou apenas em algumas pesquisas infrutíferas com fontes
não confiáveis e que três pessoas recomendassem dedicar tempo na internet
para outras pesquisas mais produtivas e com éticas leves. Portanto, é provável
que na realidade esta outra frase de cunho mais bricomâniaco e menos
armamentista tenha sido fruto de uma bela perversão popular da original. Ou
não. Acontece que ter coisas na parede parece uma boa ideia. E se estiverem
carregadas, melhor.
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