DO EDITOR
1. Olá, leitores! Até o fechamento
da edição deste Boletim contamos nove inscritos para o último sorteio do ano
entre os apoiadores do
Letras. No início da semana lançamos o desafio de
acrescentar duas novas apostas: os títulos
O homem que matou o escritor,
de Sérgio Rodrigues, edição da Companhia de Bolso publicada recentemente; e
Se
um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino, edição especial em
capa dura com acabamento em tecido, da Companhia das Letras. Mas isso se
alcançarmos 16 inscrições.
2. O sorteio acontece hoje, 11 de
novembro, no início da noite, quando começamos a divulgar os sorteados nos
stories em nossas contas no
Instagram e
Facebook. Bom, até lá podemos chegar ou
não ao número de participantes que daria seis e não quatro chances de brindes.
3.
Além dos títulos possíveis, revisamos que estão
confirmados:
Por que ler os clássicos, de Italo Calvino, edição especial
capa dura com acabamento em tecido, da Companhia das Letras;
Mulherzinhas,
de Louisa May Alcott, na lindíssima edição de luxo da Zahar;
Orgulho e
preconceito, também no mesmo projeto da mesma casa editorial; e
Um,
nenhum e cem mil, reedição da obra-prima de Luigi Pirandello pela Penguin,
a que foi publicada pela extinta Cosac Naify.
4. Se interessa por algum desses
títulos ou se quer apostar com a ajuda para presentear alguém, você envia PIX a
partir de R$20 ou R$30 caso queira incluir um nome de sua afeição para
concorrer ao sorteio.
5. Qualquer coisa, estamos sempre
disponíveis nas redes ou através do e-mail blogletras@yahoo.com.br, que é,
também a nossa chave PIX.
6. A todos que se inscreveram ou
que nos tem ajudado de forma diversa, com a divulgação, com a companhia,
registro já em nome do
Letras, os agradecimentos.
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Pagu, 1919. Arquivo Geraldo Galvão Ferraz. |
LANÇAMENTOS
Homenageada da Festa Literária
Internacional de Paraty (Flip), Pagu recebe uma variedade de publicações entre
as principais casas editoriais no país, incluindo papéis inéditos do que seria
uma obra.
1.
Os cadernos de Pagu:
manuscritos de Patrícia Galvão. Neste livro, Lúcia Teixeira, biógrafa de
Pagu, apresenta cinco cadernos manuscritos inéditos da escritora, dos anos 1920
a 1960 (até sua morte), revelando aspectos desconhecidos, desde a incursão dela
pelo Modernismo Antropofágico, a produção de texto na fase de adesão político
partidária, seus primeiros passos como dramaturga, em inéditas peças teatrais,
a partir de 1931, além de escritos sobre literatura e outros escritores e
algumas cartas para Oswald de Andrade e Geraldo Ferraz, entre outros
destinatários. Pagu nos guia, nessa inédita produção, como documentalista de si
própria, em profusa e fragmentada autobiografia, dos anos 1920 até sua morte.
Nestes cadernos estão registrados seu tempo particular, surpreendente e único,
com seu modo vivo de pensar e de escrever o mundo. Ter estes manuscritos
publicados em livro é um registro para tornar este material mais acessível e
conhecido e um excelente objeto de estudo e pesquisa da vida e obra da
escritora. São anotações, rascunhos, ideias para livros e peças de teatro,
livros iniciados, e até uma lista de compras pessoal, que nos permite uma
crítica genética do seu trabalho como escritora e perceber, de maneira mais
sublime, seu estado de espírito em cada fase, em cada mudança e escolha de
caligrafia, em cada acontecimento em sua vida pessoal. O livro é publicação do
selo Nocelli/ editora Reformatório e Unisanta.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
Até onde chega a sonda:
escritos passionais. Durante o Estado Novo, Patrícia Galvão foi condenada
por atividade comunista e detida em diversas prisões de São Paulo e do Rio de
Janeiro entre 1936 e 1940, ocasião em que escreveu este texto que permaneceu
inacabado e inédito até o presente momento, sendo uma de duas versões
existentes. Trata-se, antes de tudo, de um escrito prisional que pode agora
integrar um rol de livros do gênero, como os de Lima Barreto, Maura Lopes
Cançado, Graciliano Ramos, Dyonélio Machado, entre outros. Diferente de todos
os seus textos anteriores conhecidos, aqui se vê a face interior de Pagu. O
contexto de angústia e de tortura física e psicológica é refletido no livro a
partir de um forte teor existencialista, de repúdio à racionalidade e de busca
constante por salvação. O manuscrito combina monólogos de alguém no limiar da
loucura com passagens de um diálogo amoroso entre dois personagens: Mulher e
Homem Subterrâneo, este, clara alusão às
Memórias do subsolo, de Fiódor
Dostoiévski. A linguagem cifrada e a opção pela correspondência amorosa talvez
tenha sido o modo encontrado para driblar a censura e revelam o quanto Patrícia
estava conectada com seu tempo, desenvolvendo ideias filosóficas e imagens
literárias que reverberariam em trabalhos posteriores, por exemplo,
A famosa
revista ou as crônicas dos jornais
A Noite e
A Tribuna.
Antecedido por um prefácio em que Silvana Jeha e Eloah Pina contextualizam a
obra da autora, destrincham as principais referências intelectuais do texto e
indicam possíveis caminhos para mais estudos, o livro conta ainda com
documentos do prontuário da autora no Deops, incluídos como anexos, que
contrastam com a imagem cristalizada pela opinião pública ― um manifesto
inédito, a cronologia da autora, uma carta militante e listas de livros
apreendidos que desmistificam os sensos comuns sobre essa intelectual pouco
estudada. Cuidadosamente organizado por Silvana Jeha, o livro sai pela editora Fósforo.
Você pode comprar o livro aqui.
3.
Meu corpo quer extensão.
Mara Lobo, Bebé, King Shelter, Solange Sohl. Esses são apenas alguns dos
pseudônimos que Patrícia Galvão — a Pagu — adotou ao longo da vida e com os
quais ousou escrever nos mais diversos gêneros. Nesta antologia, o leitor
encontra um desenho do “Álbum de Pagu”, uma carta para Oswald de Andrade, um
trecho de seu romance
Parque industrial, outro extraído de
Antologia
precoce, o conto policial “A esmeralda azul do gato do Tibet”, publicado na
década de 1940, e, por fim, o poema “Natureza morta”. Publicação da Companhia
das Letras.
Você pode comprar o livro aqui.
4.
Patrícia Galvão: Pagu militante irredutível. Maria Valéria Rezende era menina quando conheceu Patrícia, em Santos, no início
da década de 1950. A princípio, assim mesmo, pura e simplesmente “Patrícia”. A
amizade começou no Teatro Coliseu e se esticou até o Bar Regina, frequentado
por artistas e pelos rapazes do Partido Comunista. Maria Valéria escutava o que
a amiga mais sabida e experiente lhe dizia e, a partir de seu olhar, aprendeu a
enxergar muito além. Não só o que estava em cartaz no teatro, ou o cotidiano da
cena cultural santista, mas o que se passava no mundo. Na tarefa de recordar a amiga,
Maria Valéria nos conta sobre as facetas por trás de cada nome. Mais até do que
uma mulher liberta, Pagu – como ficou conhecida – se tornou um ser político,
atuando em todas as frentes, e, extrapolando a política, se entregou à atuação
social e artística. Quando se trata da vida de Maria Valéria, enxergamos também
uma disposição incansável de mobilizar. Essas são memórias afetivas e
apaixonadas; um perfil da autora de
Parque industrial e com ele o retrato de um país e de uma era. Publicação do selo Rosa dos Tempos.
Você pode comprar o livro aqui.
O novo livro do poeta Jonas Leite.
Qual a sua urgência? Quais as urgências do nosso tempo? No seu terceiro
livro de poemas Jonas Leite volta a observação poética para as questões que
circulam nosso cotidiano, como a fome, a espetacularização da vida, o silêncio
e a quase impossibilidades das relações, a liquidez dos afetos e os júbilos que
merecemos viver. A poeta e crítica Maria Lúcia Dal Farra na apresentação do Livro
de urgências destaca: “Jonas sabe bem que a fome dos famintos não tem nome,
só tem rima. Que a ironia ajuda a caminhar e que, por vezes, traz até um kit de
primeiros socorros – ou mesmo um combo de... sobrevivência. O pouco é bom. A
escassez e a rapidez nos treinam para os golpes mortais e minam o ciclo
perverso de Sísifo.”
E acrescenta: “
Por vezes, seu poema é um teorema vertiginoso. Ou
então uma diminuta e torta definição. Um conselho de bolso, despretensioso. Às
vezes, um almanaque recortado à tesoura cega. Mas sempre desfamiliar, sempre a
contrapelo, protestando, expondo aos urros, com sua sirene de perigo, a sua
crítica sobre o silêncio da vida atual.” O livro sai pela editora Urutau. Você pode comprar o livro aqui.
Outra face de Michael Löwy: a
do experimentador com a imagem em contato com as expressões de um surrealista
perdido no século XXI.
Imagens marcadas pelo movimento de
exploração dos devaneios, associação livre de elementos de natureza distintas,
estudos estéticos do pensamento metafísico, amostra de exercícios de navegação
pelo inconsciente por meio do automatismo psíquico – nas mãos de Michael Löwy,
pensador marxista, ecossocialista e surrealista radicado na França, conceitos
filosóficos ganham forma de quimeras no papel em traços marcados, acima de
tudo, pela espontaneidade. Em
Luz negra: rabiscos, collages e guaches
surrealistas as edições 100/cabeças apresentam pela primeira vez o
trabalho visual de Löwy. Trata-se de um panorama de sua produção, que se inicia
a partir de seus primeiros contatos com o surrealismo ainda na juventude,
quando encontra Benjamin Péret em 1958, em Paris, e chega aos dias atuais.
Marcante em seus estudos, o uso do traço livre percorre o branco das páginas
dando contornos fluidos e cores que demarcam os territórios do inconsciente. “São
collages, desenhos e pinturas criadas quando o espírito surrealista intervém,
toma automaticamente a mão do artista e faz com que ele amplie a realidade a
partir dos seus desejos” destacam Alex Januário e Elvio Fernandes na
apresentação do livro. A arte é apresentada nesta publicação pela perspectiva
surrealista, ou seja, como um “mecanismo, uma ferramenta anticapitalista de
transformação e emancipação do espírito”. Diante dessas manifestações
plásticas, escrevem Januário e Fernandes, instaura-se a liberdade. Para Löwy,
essa prática alquímica acontece na passividade de pausas que se dão no
interstício entre o voluntário e o involuntário, geralmente durante reuniões
políticas enquanto toma notas no papel. Assim, “num certo momento,
inconscientemente (?), começo a rabiscar monstros e quimeras em cima do texto
supostamente sério”, escreve o autor a respeito dos rabiscos filosóficos,
demônios do pensamento insurgente, apresentados na primeira parte da
publicação. O exercício surrealista que conduz as investigações visuais de Löwy
envereda também para o terreno da
collage, equivalente à linguagem
e à imagem poética dos surrealistas, na definição de Max Ernst. São várias as
formas e suportes empregados pelo autor ao transfigurar a realidade por via
dessa prática. “Há um cadáver delicioso composto voluptuosamente
página a página, imagem a imagem, em que seu posicionamento surrealista, seus
conceitos filosóficos e poéticos, insurgentes e revolucionários se encontram no
profano fulgor filosofal da imagem” destacam Alex Januário e Envio Fernandes. O
livro bilíngue circula no Brasil e na França.
Você pode comprar o livro aqui.
Nova tradução e edição do
principal romance de Nathaniel Hawthorne.
Pecado aos olhos de Deus, crime aos olhos dos homens — assim dita a moral
puritana que domina os Estados Unidos do século XVII. Em uma sociedade que
policia o corpo das mulheres, o adultério é o pecado capital — e Hester Prynne,
ao engravidar de um homem que não é o seu marido, é condenada a uma pena
perpétua: levar no peito um grande
A escarlate como símbolo de sua
vergonha. Descendente de homens que queimaram bruxas nas piras de Salem,
Nathaniel Hawthorne escreve um romance que o distancia dessa herança maldita.
Sua personagem Hester Prynne é adúltera e profundamente humana — e, diferente
de outras famosas adúlteras da literatura mundial, como Emma Bovary e Anna
Kariênina, não se deixa consumir pelo sentimento de culpa e de humilhação.
Trazendo à tona questões essenciais como justiça, condenação, maternidade e
poder do próprio corpo, o romance oferece uma poderosa reflexão sobre a
natureza condenatória e hipócrita da sociedade, sobretudo com as mulheres. A
edição da Antofágica de
A letra escarlate conta com tradução de Mariana Serpa, ilustrações de
Letícia Lopes e textos de Renata Corrêa Regina Urias (apresentação), Juliana
Borges e Lívia Natália. O leitor pode ainda escanear o QR Code na cinta do
livro para acessar duas videoaulas com Rita Isadora Pessoa, psicanalista e
doutora em Literatura Comparada pela UFF, e se aprofundar ainda mais nessa obra
consagrada.
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A aparição de Luciany Aparecida.
No primeiro romance que assina com
o próprio nome, Luciany Aparecida narra, com uma prosa lírica e de força
singular, os trágicos acontecimentos que cercam um pequeno vilarejo rural no
interior da Bahia.
Mata doce é um romance delicado e poderoso que
entrelaça passado e presente em uma obra majestosa, e desde já um marco da
literatura brasileira contemporânea. Maria Teresa vive com suas mães num
casarão antigo, cheio de histórias de seus antepassados, de frente para um
lajedo de pedra. Pelo peitoril, corre um roseiral, apenas com rosas brancas, e,
no caminho diante da casa, passam personagens memoráveis: Mané da Gaita, músico
e vendedor de doce, e sua cadela Chula; Lai, ex-prostituta e sua madrinha; os
gêmeos Cícero e Antônio, filhos do dono da venda; Toni de Maximiliana, vaqueiro
matador de gado, filho da sacerdotisa Mãe Maximiliana dos Santos; e Zezito,
único filho homem de Luzia, e por quem Maria Teresa se apaixona e planeja se
casar. Ao experimentar o vestido de noiva num sábado de festa, um dia antes do
casamento, uma tragédia envolvendo um fazendeiro violento e arbitrário atinge
Maria Teresa e muda sua vida para sempre. Narrando o drama que se torna
central, ela vai pouco a pouco desvelando ao leitor os sentimentos mais
profundos dos que habitam
Mata doce. Surgem então, numa delicada costura
narrativa, antigas rixas familiares, segredos do passado, sentimentos
clandestinos e muitos mistérios. O livro é publicado pela Alfaguara Brasil.
Você pode comprar o livro aqui.
Uma narrativa distópica que se
desdobra em discussões sobre papéis de gênero, estruturas sociais e violência.
Esta narrativa distópica,
habilmente construída por Karin Hueck, se descortina em vários níveis. O
romance trata das várias opressões que se infiltram até entre quem aparenta ser
igual, em um mundo que já conseguiu eliminar uma das mais perversas formas de
dominação. Assim como as tensões do casamento das personagens, que aos poucos
vão se acentuando, a história desdobra-se em discussões sobre papéis de gênero,
estruturas sociais, amor e violência.
A segunda mãe sai pela editora
Todavia.
Você pode comprar o livro aqui.
As andanças da suíça Annemarie
Schwarzenbach pelo Afeganistão.
Com uma vida tão curta quanto
frenética, a suíça Annemarie Schwarzenbach foi escritora, fotógrafa, jornalista
e viajante, tendo deixado uma impressão duradoura e algo assombrosa em quem a
conheceu. Em junho de 1939, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial,
parte de Genebra, em companhia da escritora e etnógrafa Ella Maillart, rumo ao
Afeganistão, em um Ford carregado de material fotográfico e máquinas de
escrever. Percorrem 7 mil quilômetros pelo Leste Europeu, Bálcãs, Turquia e
Irã, buscando se afastar de uma Europa convulsa. Este livro reúne textos
escritos acerca dessa viagem, nos quais Annemarie reflete sobre a magia das
paisagens, os contrastes trazidos por mudanças políticas e econômicas na
região, seu interesse pelos povos, arte e história locais, e, com sua escrita
subjetiva e perscrutadora, subverte os relatos convencionais de viagem. Com
tradução de Giovane Rodrigues,
Todos os caminhos estão abertos. Viagem ao
Afeganistão 1939-1940 é publicado pela editora Mundaréu.
Você pode comprar o livro aqui.
Marina Garcés e uma
interrogação sobre a educação nos tempos de neocapitalismo.
A educação é o substrato da
convivência, a oficina onde se experimentam as formas de vida possíveis. Por
isso, o capitalismo cognitivo levou a sério a tarefa de atacar todos seus
campos: a educação formal e a informal, os recursos, as ferramentas e as metodologias.
A presencialidade e a virtualidade. A infância e a formação ao longo da vida. A
educação não é apenas um grande negócio. É um campo de batalha no qual a
sociedade reparte, de forma desigual, seus futuros. Os pedagogos dizem que é
preciso mudar tudo, porque o mundo mudou para sempre. Tal afirmação esconde as
perguntas que nos provocam mais medo: para que serve saber quando não sabemos
como viver? Para que aprender quando não podemos imaginar o futuro? Essas
perguntas são o espelho no qual não queremos nos olhar. Sentimos vergonha de
não termos respostas, e é mais fácil disparar contra professores e educadores.
Como queremos ser educados? Essa é a pergunta que uma sociedade que queira
olhar-se de frente deveria atrever-se a compartilhar. Envolve todos nós. Todos
somos aprendizes na oficina onde se experimentam as formas de vida possíveis.
Educar não é aplicar um programa. Educar é acolher a existência, elaborar a
consciência e discutir os futuros. Dentro e fora das escolas, a educação é um
convite: o convite a assumir o risco de aprendermos juntos, contra as servidões
do próprio tempo.
Escola de aprendizes, de Marina Garcés sai pela
editora Âyiné com tradução de Tamara Sender. Você pode comprar o livro aqui.
Você pode comprar o livro aqui.
O quarto romance de Augusto
Abelaira a sair no Brasil.
O casamento e a infidelidade
conjugal são o tema aparente de
Enseada amena, o quarto romance de
Augusto Abelaira, publicado pela primeira vez em 1966 e vencedor, nesse mesmo
ano, do Prêmio de Romance do IV Encontro da Imprensa Cultural. Mas, mais do que
tema, a reflexão sobre estes atos íntimos e privados serve antes como pretexto
para encenar a preocupação fundamental do livro: a procura da liberdade,
individual e coletiva. O livro sai pelo selo Minotauro.
Você pode comprar o livro aqui.
OBITUÁRIO
Morreu Manuel Gusmão
Nascido em Évora, em 1945, Manuel
Gusmão foi professor universitário, tradutor, poeta e ensaísta. Licenciou-se em
Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,
instituição onde cumpriu boa parte da sua vida acadêmica. Nas atividades de
crítica e difusão cultural e acadêmico-literária foi fundador das revistas
Ariane
e
Dedalus; coordenou editorialmente a revista
Vértice; e
colaborou com cadernos como o jornal
Crítica e o suplemento
Ípsilon.
Entre os títulos publicados estão
A poesia de Carlos de Oliveira, A
poesia de Alberto Caeiro e
Tatuagem & palimpsesto, (no ensaio),
e
Dois sois, a rosa: a arquitectura do mundo,
Mapas: o assombro e
sombra,
Migrações do fogo,
A terceira mão,
Pequeno tratado
das figuras e
A foz em delta (na poesia). Entre os prêmios recebidos
estão o Grande Prêmio de Ensaio Eduardo Prado Coelho (2011), o Prêmio Vergílio
Ferreira (2005) e o Grande Prêmio de Poesia APE (2001). Manuel Gusmão morreu em
Lisboa, a 9 de novembro de 2023.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1.
República surda, de Ilya
Kaminsky (Trad. Felipe Sabatini, Companhia das Letras, 168 p.) Um assassinato
de um garoto surdo por soldados. Uma guerra. Um mundo regido pelo autoritarismo
e pela crueldade. Os poemas deste livro perfazem uma passagem dolorosa por uma
época quando as matrizes humanas entram em colapso.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
A confissão, de Flávio
Carneiro (Martelo Casa Editorial, 304 p.). Um dos pontos-alto da obra do
escritor, este romance cujo fio, o sequestro de uma mulher, é modulado à
tensão, ao mistério, ao medo e ao prazer, coloca-nos ante os muitos limites da
loucura e do nonsense.
Você pode comprar o livro aqui.
3.
O conceito de ficção, de
Juan José Saer (Trad. Lucas Lazzaretti, 7Letras, 260 p.) Uma boa oportunidade
para conhecer outra face do excelente romancista de
O limoeiro real e
As
nuvens. O livro apresenta suas leituras de autores como Borges, Cortázar,
Faulkner, Henry James, Joyce, entre outros. Um franco debate sobre algumas das
questões essenciais a todo leitor de romances.
Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
Nesta semana tivemos a oportunidade
de
rever neste vídeo raríssimo o depoimento de Rachel de Queiroz sobre quais as
palavras mais bonitas da língua portuguesa.
E de ouvir, numa gravação já
igualmente rara, a voz de Cecília Meireles lendo um dos seus poemas mais
referidos, “Retrato”, do livro
Viagem (1939).
BAÚ DE LETRAS
Ainda na parte superficial do baú.
Sublinhamos a passagem de outras duas efemérides deste fim de 2023: uma matéria
de Pedro Fernandes conta um pouco do trabalho de Fernando Sabino como cineasta;
a tradução de um texto de José Homero destaca a atualidade de uma obra-prima marco
do modernismo estadunidense,
Uma mulher perdida. O romance de Willa
Cather e o escritor
mineiro alcançaram seus centenários entre setembro e
outubro, respectivamente.
DUAS PALAVRINHAS
Só posso escrever o que sou. E se
os personagens se comportarem de modos diferente, é porque não sou um só. Em
determinadas condições, procederia como esta ou aquela das minhas personagens.
— Graciliano Ramos
...
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
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