Boletim Letras 360º #553

Machado de Assis. Arquivo Fundação Biblioteca Nacional.

LANÇAMENTOS
 
Uma coleção recupera toda obra de Machado de Assis publicada em vida.
 
Da estreia, em 1861, com a peça Desencantos, ao último romance, Memorial de Aires, de 1908, passando por obras como Contos fluminenses, A mão e a luva, Papéis avulsos, Histórias sem data, Quincas Borba, Dom Casmurro, Poesia completa e Esaú e Jacó, a coleção reúne 25 volumes, em ordem cronológica, que permitem observar o percurso de Machado até se tornar o autor de alguns dos maiores clássicos brasileiros. Há também um volume extra, Terras, testemunho de seu trabalho como servidor público, função que exerceu por mais de quarenta anos, tratando de questões cruciais para o país. Com texto estabelecido a partir de edições revistas pelo autor e apresentações inéditas para cada livro, a caixa condensa um trabalho editorial de rara envergadura, resultado de um intenso processo de pesquisa e edição que durou quatro anos e foi desenvolvido por uma equipe de mais de vinte pessoas, entre designers, leitores críticos, preparadores, consultores, revisores técnicos e editores. Neste primeiro momento, a caixa terá uma tiragem limitada de quinhentos exemplares. No primeiro semestre de 2024, os livros começam a chegar às livrarias de forma avulsa, também em ordem cronológica. Nas palavras de Hélio de Seixas Guimarães, organizador do projeto, professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, pesquisador do CNPq e especialista na obra do escritor, a coleção contém “as obras-primas que Machado produziu em todos os gêneros que praticou, mas ressalta também a trajetória do escritor, pelo teatro e pela poesia, pelos contos e romances iniciais”. Você pode comprar o livro aqui.
 
A chegada da escritora húngara Krisztina Tóth ao Brasil.
 
Cada um dos trinta capítulos deste livro corresponde a uma parte do corpo humano. Uma vez unidos, formam um conjunto sólido — mesmo que à primeira vista possam ser lidos de maneira independente. Inclassificável quanto ao gênero, é na abrangência de temas e na recorrência de personagens deslocados que Pixel alcança sua unidade. Concebendo uma Budapeste mítica como cidade-símbolo da marginalização, Krisztina Tóth retrata a Europa cindida pela xenofobia, em uma narrativa tão fragmentada quanto sua sociedade. Pixel sai pela editora DBA com tradução de Zsuzsanna Spiry. Você pode comprar o livro aqui.
 
Publicado pela extinta Cosac Naify na Coleção Prosa do Mundo, sai nova edição do único romance escrito por Edgar Allan Poe.
 
A narrativa de Arthur Gordon Pym provocou reações entusiasmadas de outros escritores ao longo dos anos. Entre os admiradores que se debruçaram sobre o relato macabro engendrado por Poe estão Henry James, H. P. Lovecraft, H. G. Wells e Jorge Luis Borges, que o considerava a melhor obra do autor americano. Jules Verne escreveu uma sequência (A esfinge dos gelos) e Charles Baudelaire traduziu o texto de Poe para o francês. Além disso, é dado como certo que Herman Melville se inspirou em Arthur Gordon Pym para criar Moby Dick. Não é difícil entender esse fascínio. A narrativa de Arthur Gordon Pym está à altura da atmosfera sinistra dos melhores contos de Poe e da precisão de seus poemas. A história se apresenta como se tivesse sido contada a Poe por um homem preservado sob o pseudônimo Arthur Gordon Pym. O texto da narrativa procura verossimilhança nos menores detalhes, como ao descrever a engenharia do navio ou ao precisar as coordenadas de localização no oceano. Pym é um jovem com espírito aventureiro que embarca como clandestino no baleeiro Grampus, que parte da costa leste dos Estados Unidos rumo aos mares do Sul. Seu melhor amigo é filho do capitão do navio. Proibido de viajar por sua família, Pym se esconde num compartimento sob o convés para só aparecer em alto-mar, quando seria impossível devolvê-lo à terra firme. A permanência no esconderijo se prolonga e transforma-se num pesadelo, enquanto acima de sua cabeça irrompe um motim. Os dois amigos se unem a um amotinado arrependido e partem para a retomada do controle do navio — o que envolve uma artimanha para se aproveitar da superstição da tripulação rebelde. Num crescendo de terror, o destino de Pym será uma sequência de tragédias e passagens insólitas envolvendo tempestades destruidoras, canibalismo e um navio fantasma. Recolhido por um barco de caça a focas no mar da costa da África do Sul, Pym participa de uma expedição à Antártida. No caminho começa uma nova aventura, digna de As viagens de Gulliver. O enredo se encaminha para um desenlace espetacular. Poe começou a escrever o romance depois de ouvir de um editor que o público leitor preferia os textos longos aos contos, especialidade do escritor. Ele acertou com a chefia da revista onde trabalhava, Southern Literary Messenger, a publicação seriada dos capítulos do romance. A série foi interrompida quando a revista o demitiu, ao que tudo indica por causa de seus excessos alcoólicos. Meses se passaram até que Poe, pressionado por dificuldades financeiras, terminou o romance. O livro saiu em julho de 1838 pela editora Harper & Brothers. Com tradução de José Marcos Mariani de Macedo e posfácio do escritor e especialista em literatura de horror Oscar Nestarez, o livro tem projeto gráfico de Cristina Gu e foi especialmente ilustrado pela artista Elisa Carareto, em pinturas em tinta acrílica e ponta-seca sobre papel. Publicação da editora Carambaia. Você pode comprar o livro aqui.
 
A editora Record publica dois autores ganhadores do Prêmio Sesc de Literatura 2023.
 
1. Na categoria Conto, O ninho, de Bethânia Pires Amaro, o livro de estreia da escritora é composto por quinze contos, quinze pequenas obras-primas, que se aprofundam nas complexidades das relações familiares, explorando os recantos mais frágeis e perturbadores que podem habitar um lar. A autora nos convida a acompanhar personagens femininas que enfrentam mazelas diversas e, através de suas histórias, somos lembrados de que a casa, esse estranho ninho, não é tão sacra assim, nem tão segura. A miséria socioeconômica e a fragilidade das conexões íntimas são exploradas com maestria pela autora, que, para Sérgio Rodrigues — jornalista e escritor que assina a orelha de O ninho —, estreia como “uma das melhores contistas da literatura brasileira”. Esses lares dessacralizados passam por vícios, suicídios, maternidades disfuncionais, abusos e violências devastadoramente reais. E, no entanto, a sensibilidade narrativa de Bethânia Pires Amaro nos ampara com as belezas imperfeitas que decorrem da tragédia cotidiana, e com a compaixão que corteja o desespero de vivermos, sempre, uns com os outros. Você pode comprar o livro aqui.
 
2. Outono de carne estranha, de Airton Souza se passa no contexto da famosa e trágica Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, explorada por milhares de homens na década de 1980. Nessa terra fragmentada pelas enxadas, marcada pela ganância e pela violência, o romance mescla fatos históricos e ficção para contar a história de Zuza e Manel, dois garimpeiros que se apaixonam, e Zacarias, um padre angustiado diante da própria batina. Os três protagonistas tentam, a todo custo, bamburrar: encontrar uma grande quantidade de ouro e, assim, ganhar a vida. A escrita de Airton fala as línguas do norte e do garimpo para adentrar um pedaço da história brasileira que, até hoje, pouco foi abordado pela literatura — Serra Pelada. A terra úmida, os desabamentos e o cheiro do garimpo são cenário de uma história em que talvez já não existam fronteiras entre o sagrado e o profano, entre a morte e o erotismo — constantes dualismos enfrentados pelos personagens. Apesar de a obsessão pelo ouro e a truculência dos que comandam o garimpo criarem uma atmosfera violenta, assassina e solitária, a ternura narrativa abraça seus personagens para que, de algum modo, escapem à asfixia da repressão, permitindo que amem e sejam amados. Não é à toa que, para os escritores Joca Reiners Terron e Suzana Vargas, que assinam a orelha do livro, a paixão entre Zuza e Manel representa “o amor que encarna a peleja de existir em meio a um grupo moralmente doente, seja pela ambição ou pelo fanatismo”. Você pode comprar o livro aqui.
 
Coletânea reúne os textos mais relevantes do crítico Roberto Schwarz, um nome fundamental para pensar a literatura brasileira e a cultura de modo geral a partir de uma perspectiva à margem dos grandes centros.
 
Nas análises precisas de Roberto Schwarz, a literatura brasileira parece se renovar indefinidamente. Este crítico se dedicou com afinco a subverter interpretações, mudando para sempre a maneira de ler a obra de Machado Assis, centro de muitos de seus ensaios. Esta compilação contempla o escopo dos interesses de Schwarz — de Caetano Veloso a Fellini — e a importância de seu pensamento, que conjuga cultura e política, ética e estética, sem jamais ignorar questões de forma e desviando da armadilha de uma análise sociológica rasa. Não à toa, Schwarz ganhou o epíteto de “maior crítico marxista de nosso tempo” pelo teórico italiano Franco Moretti, que assina a introdução ao volume. O Essencial de Roberto Schwarz sai pelo selo Penguin/ Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
Em seu primeiro livro inédito depois de ganhar o prêmio Nobel de literatura, Bob Dylan reúne tudo o que aprendeu sobre sua arte ao longo de décadas de carreira.
 
A filosofia da música moderna oferece uma aula magistral sobre a arte e o ofício da composição. São mais de sessenta ensaios focados em canções de outros artistas, desde Stephen Foster até Elvis Costello, passando por Hank Williams e Nina Simone. Como fugir da armadilha das rimas fáceis? Qual o impacto de uma única sílaba na letra de uma música? Quais as relações do bluegrass com o heavy metal? Esses são alguns dos tópicos analisados nos ensaios, escritos na prosa única de Bob Dylan. São textos misteriosos, profundos, comoventes e, com frequência, cheios de humor - assim, embora a música seja sempre o tema central, eles acabam sendo também meditações sobre a condição humana. O livro inclui ainda mais de cem imagens cuidadosamente selecionadas, além de uma série de textos menores e independentes, escritos como devaneios oníricos que juntos formam uma espécie de poema épico, adicionando mais uma camada ao tom transcendental da obra. Com tradução de Bruna Beber e Julia Debasse, o livro sai pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um novo romance da portuguesa Joana Bértholo chega aos leitores brasileiros.
 
Ao se ver sozinha, de repente, diante de um mundo imenso, uma mulher decide se livrar de tudo o que não é essencial. Sem afazeres e reduzindo suas necessidades materiais, agora ela se dedica a contemplar a paisagem urbana que a cerca, ressignificando sua relação com a natureza, que se infiltra pelos desvãos da cidade. A partir de então, passa a perceber o que sempre escapou ao seu olhar apressado. Natureza urbana é o novo romance de Joana Bértholo no Brasil e sai pela editora Dublinense. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um clássico absoluto que oferece caminhos diversos de leitura e interpretação, da sátira pura à análise política e à reflexão filosófica sobre a nossa existência.
 
Uma das grandes sátiras da literatura de língua inglesa, Viagens de Gulliver vai muito além do imaginário criado sobre o explorador que se descobre gigante em meio aos diminutos liliputianos. Parodiando os relatos de viagem em voga na época, Jonathan Swift constrói uma narrativa especular e corrosiva que usa o sarcasmo de modo genial para fazer uma crítica feroz à Inglaterra, à monarquia, ao progresso, à ciência e ao olhar arrogante do colonizador. Como um etnógrafo aprendiz que esquadrinha culturas consideradas primitivas, Gulliver enxerga nelas apenas a manifestação do selvagem, do inferior, até perceber as contradições e desumanidades da sociedade dita moderna, tão ou mais primitiva que as outras. Divertida, amarga e irônica, a obra maior de Swift é um tratado ácido sobre a civilização humana, suas relações e instituições marcadas pela hipocrisia, pelo preconceito e pela ganância. A tradução de José Roberto O'Shea é publicada na coleção Clássicos Zahar, edição anotada. Você pode comprar o livro aqui.
 
REEDIÇÕES
 
Nova edição do romance que valeu a José Eduardo Agualusa o prêmio Fernando Namora em 2013, a colocação entre os finalistas do Man Booker International em 2016 e o International Dublin Literary Award em 2017.

Em Teoria geral do esquecimento — obra-prima do angolano José Eduardo Agualusa e agora publicada pelo selo Tusquets —, um mergulho profundo na alma humana, quando as memórias florescem mesmo na terra árida do esquecimento. Agualusa tece magistralmente a trama repleta de conexões, revelando a poesia que se esconde na solidão e nos encontros e desencontros da vida. Durante um período turbulento da história de Angola, a portuguesa Ludovica Fernandes Mano ergue uma barreira entre seu apartamento e o mundo. Na companhia de seu cão Fantasma e em meio a sombras de outros tempos, Ludo e sua trajetória se apresentam ao leitor rodeadas por outras narrativas aparentemente desconexas, que logo se materializam em personagens diversos, habitantes de um país entre a guerra e a reconstrução. Você pode comprar o livro aqui.
 
RAPIDINHAS
 
Os diários de Iván Búnin. É a primeira vez que se traduz no Brasil o contundente relato da tomada do poder pelos bolcheviques e que valeu ao autor censura e perseguição. Dias malditos sai pela Carambaia.
 
Georges Perec, o poeta. O clube das editoras Fósforo e Luna Parque, Círculo de Poemas, publica com tradução de Vinícius Carneiro e Mathilde Moaty Ellis Island, um dos últimos livros do escritor francês, produto da visita que fez a este lugar em 1970 com Robert Bober para realizar um filme sobre o porto.
 
A poesia de Ariano Suassuna. Está prevista para 2024 uma edição reunindo a poesia do escritor. O livro deve recuperar a esgotadíssima publicação de 1999 e trazer ainda as iluminogravuras.
 
PRÊMIO LITERÁRIO

João Barrento, Prêmio Camões 2023.

Ensaísta e tradutor, João Barrento nasceu em Alter do Chão em 26 de abril de 1940. Publicou diversos livros de ensaio, crítica literária e crônica, e traduziu literatura de língua alemã, obras diversas que vão do século XVII à atualidade. Entre os títulos de destaque da sua bibliografia estão História literária: problemas e perspectivas, O gênero intranquilo: anatomia do ensaio e do fragmento e O mundo está cheio de deuses. Crise e crítica do contemporâneo. Antes do Prêmio Camões, Barrento foi distinguido com inúmeros outros reconhecimentos, como o Grande Prêmio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, o Grande Prêmio de Ensaio Literário da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e a Medalha Goethe. 

OBITUÁRIO

Morreu Louise Glück.

A poeta nasceu a 22 de abril de 1943, em Nova York, Estados Unidos. Além da carreira literária, Glück atuou ativamente na academia como professora de poesia em diversas instituições. Autora de uma obra significativa, ela recebeu inúmeros prêmios, incluindo o Nobel de Literatura em 2020, ocasião que a fez começar a ser traduzida entre os leitores brasileiros. Desde então, saíram os livros Receitas de inverno da comunidade e Poemas (2006-2014), reunindo os títulos Averno, Uma vida no interior e Noite fiel e virtuosaLouise Glück morreu no dia 13 de outubro de 2023 em Cambridge.
 
DICAS DE LEITURA
 
Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
 
1. A invasão do povo do espírito, de Juan Pablo Villalobos (Trad. Sérgio Molina, Companhia das Letras, 224 p.) O escritor mexicano continua a marcar seu lugar entre os melhores romancistas latino-americanos com uma história cujo enredo feito da subversão dos clichês da literatura em curso segue e um homem e um grupo de amigos de idades diversas por uma crise que mistura perda, espera e mistério numa sociedade marcada por paranoias de extensões variadas. Você pode comprar o livro aqui
 
2. As maçãs douradas, de Eudora Welty (Trad. José Roberto O’Shea, Carambaia, 288 p.) Com este que sempre foi descrito como a obra-prima da escritora estadunidense fecha-se uma lacuna no mercado editorial brasileiro. O livro reúne sete contos marcados por personagens que transitam por quatro décadas pela fictícia Morgana, no Mississipi, entre a violência, a morte e os preconceitos de vária marca. Você pode comprar o livro aqui
 
3. A leste do Éden, de John Steinbeck (Trad. Roberto Muggiati, Record, 686 p.) O destino dos Trask e dos Hamilton, duas famílias cujas respectivas gerações revivem impotentes a queda de Adão e Eva e a rivalidade deletéria de Caim e Abel. Você pode comprar o livro aqui
 
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
Recentemente o Suplemento Pernambuco publicou trechos da correspondência de Katherine Mansfield; trabalho e comentário de Talissa Ancona Lopez que podem ser lidos aqui
 
BAÚ DE LETRAS
 
Quando dissemos que a obra de Juan Pablo Villalobos é pródiga é também porque podemos destacar outros dois títulos seus muito bons e já resenhados no Letras: em 2019, falamos aqui sobre Festa no covil; e dois anos depois, aqui, sobre Ninguém precisa acreditar em mim.

DUAS PALAVRINHAS
 
O hábito de cobrar da narrativa que diga isso ou aquilo depende do fato de se acreditar que, quando se narra, é possível dizer tudo, diferentemente do que ocorre, por exemplo, com a poesia ou a pintura. Mas isso é apenas o sinal de inadequação de uma cultura eu não sabe forjar para si os instrumentos adequados para cada função. Com isso não pretendo defender a narrativa pura; ao que é puro, prefiro sempre o que é contaminado e espúrio. Mas narrar é narrar, e a narrativa, quando se empenha em contar, já tem sua ocupação, sua moral, seu modo de incidir no mundo.
 
— Italo Calvino, Mundo escrito e mundo não escrito

...
CLIQUE AQUI E SAIBA COMO COLABORAR COM A MANUTENÇÃO DESTE ESPAÇO
Siga o Letras no FacebookTwitterTumblrInstagramFlipboardTelegram

* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.

 

Comentários

AS MAIS LIDAS DA SEMANA

Boletim Letras 360º #605

Boletim Letras 360º #594

Boletim Letras 360º #593

Rio sangue, de Ronaldo Correia de Brito

Han Kang, o romance como arte da deambulação

Para lembrar João do Rio, o ficcionista