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Nelson Rodrigues. Foto: Arquivo O Globo |
LANÇAMENTOS
Livro reúne 25 histórias
inéditas de A vida como ela é..., de Nelson Rodrigues.
O escritor brasileiro estreou a coluna
A vida como ela é... nos anos
1950 já com grande sucesso. Essas histórias de ciúme, obsessão, dilemas morais,
inveja, desejos desgovernados, adultério e morte fascinaram os leitores da
época e continuaram fazendo sucesso durante mais de setenta anos, provando ser
um verdadeiro clássico. A popularidade dos textos é tamanha que sofreu inúmeras
adaptações, passando das páginas do jornal a programa de rádio, fotonovela,
filme, peça de teatro e até seriado para a televisão. A Nova Fronteira reuniu
numa coletânea 25 histórias que permaneceram inéditas em livro.
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Colm Tóibín elabora um retrato
ficcional da vida de Thomas Mann.
Crescendo entre os privilégios
burgueses da Alemanha do início do século XX, o jovem Thomas Mann começa, não
sem dificuldades, a embarcar na carreira literária. Sua sensibilidade artística
é acompanhada por uma forma intensa e apaixonada de vivenciar as relações. O
casamento com Katia — herdeira de uma rica família judia de Munique — parece
apaziguar as energias criativas de Mann, trazendo-lhe seis filhos e uma
estrutura doméstica que o desviava do estigma que à época sua homossexualidade
atrairia. No entanto, seus anos de fama coincidem com a ascensão de Hitler ao
poder. A antecâmara da Segunda Guerra Mundial e do nazismo é para o autor e sua
família o início de um exílio que os levará da Alemanha aos Estados Unidos,
passando por Suíça, França e Suécia. Enquanto o protagonista continua se
interrogando sobre a natureza, a autenticidade e a adequação das próprias
ideias e emoções, retornará à sua pátria — e a encontrará desfigurada pelo
horror irreparável da guerra.
O mágico sai pela Companhia das Letras;
tradução de Christian Schwartz e Liliana Negrello.
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A nova tradução de uma das mais
célebres novelas de Liev Tolstói.
Já na primeira página Ivan Ilitch
morre, irremediavelmente. Os colegas de trabalho pensam que agora seu cargo
estará vago, Praskóvia Fiódorovna pensa no valor da pensão que receberá, um
amigo pensa em não se demorar no velório para não perder o jogo de cartas da
noite. Ivan Ilitch é um burocrata, funcionário público do sistema judiciário da
Rússia tsarista. Ambicioso e calculista, suas ações têm sempre como objetivo
ascender na sociedade. Casa-se com Praskóvia Fiódorovna, não apenas porque
enamora-se dela, mas principalmente porque as pessoas da alta classe social
consideram a escolha acertada. O casal tem cinco filhos, dos quais sobrevivem
dois. A vida vai seguindo seu curso, com dificuldades, bajulações, com
desentendimentos cada vez mais constantes do casal e, finalmente, promoções. Ivan
Ilitch fere-se na região dos rins num acidente bobo em sua casa nova, quando
cai de uma escadinha ao mostrar ao tapeceiro como queria as cortinas. O
ferimento começa a incomodar, os médicos não acham um diagnóstico. Ivan Ilitch
piora a cada dia. Angustiado, vislumbra a proximidade da morte. É tomado por
intensas reflexões solitárias sobre os mecanismos que regem as relações
humanas. Dá-se que se sua morte é irremediável, sua vida também foi. Das novelas mais poderosas já
escritas, em que um homem se julga e à própria existência humana quando a vida dele se esvai,
A morte de Ivan Ilitch é um retrato profundo da alma
humana por um dos maiores escritores de todos os tempos. A nova tradução direta
do russo de Cecília Rosas, sai pela coleção
A arte da novela, editada no
Brasil pela Grua Livros.
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O novo romance de Mauro Paz.
O protagonista deste notável
romance está com a vida acertada. Até que um caos assola o mundo: os prédios
começam a cair. Primeiro um bloco residencial em Hong Kong, uns dias depois um
edifício no centro de São Paulo. E é assim, tirando o tapete de debaixo do
leitor, que Mauro Paz conduz esse livro vertiginoso, em que o drama coletivo
dos prédios serve como pano de fundo para um drama maior: a busca pelo outro,
por nós mesmos, por algum significado para as coisas.
Quando os prédios
começaram a cair sai pela editora Todavia.
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O livro vencedor do Booker
Prize de 2022 chega ao Brasil.
Ao criar um universo exuberante,
Shehan Karunatilaka satiriza a realidade política de seu país e traz reflexões
surpreendentes sobre as mais profundas questões humanas. Colombo, Sri Lanka,
1990. Maali Almeida descobre da pior maneira possível que existe vida após a
morte: ele acorda no Interstício, um lugar cheio de almas confusas e perdidas.
Nessa espécie de purgatório, ele descobre que foi assassinado e que seu corpo
desmembrado está afundando no Lago Beira, mas não faz ideia de quem o matou.
Numa época em que o acerto de contas é feito por esquadrões da morte, capangas
e homens-bombas, a lista de suspeitos é enorme. Maali era fotógrafo de guerra,
viciado em apostas e, apesar de ter se relacionado com muitos homens, nunca se
assumiu gay. Antes de morrer, ele tirou fotos que poderiam abalar o seu país e
as guardou em envelopes, cada um representado por uma carta de baralho. Para
que a morte dele não seja em vão, ele precisa entrar em contato com as pessoas
que ama, guiá-las até o esconderijo das fotografias e dar sua cartada final. Só
tem um problema: se ele quiser ir para a Luz, precisa fazer isso antes da
sétima lua.
As sete luas de Maali Almeida é um romance cheio de fantasia
e realidade. Shehan Karunatilaka, um dos autores mais proeminentes do Sri
Lanka, usa seu humor mordaz e transforma os leitores em testemunhas da
brutalidade da guerra civil no país. Ao vagarmos com Maali pelo além, somos
confrontados com verdades perturbadoras sobre a vida e a morte. Com tradução de
Adriano Scandolara, o livro é publicado pela editora Record.
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Outra vez Colson Whitehead,
autor duas vezes vencedor do Pulitzer de Ficção.
O pior da praga passou e poucos
zumbis ainda povoam o país. Agora, as forças armadas estão encarregadas de
retomar a parte sul da ilha de Manhattan, área conhecida como Setor Um. E Mark
Spitz é membro de uma das unidades de varredores responsáveis por se livrar dos
últimos zumbis que ainda habitam as ruas desertas dessa Nova York distópica. No
entanto, os resquícios de vidas passadas que encontra pelo caminho o fará
questionar as próprias ações e a esperança pelo retorno à normalidade em um
mundo devastado.
Setor um, de Colson Whitehead, autor vencedor por duas
vezes do Prêmio Pulitzer de Ficção, sai pela HarperCollins Brasil com tradução
de Érico Assis.
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Um novo romance de Gabriela
Cabezón Cámara.
Nossa Senhora do Barraco é
uma narrativa cheia de inventividade e com múltiplas camadas de interpretação.
Cleópatra, uma travesti, depois de sofrer uma atrocidade enquanto estava presa,
acaba por ter uma revelação mística: a Virgem Maria surge para conversar com
ela. Decide, então, que não irá mais se prostituir e começará a cuidar do seu
povo. Quando Cleópatra adquire um novo status, quase o de uma santa milagreira,
passa a ser respeitada e conhecida por suas ações, que começam a ecoar e a
chamar a atenção. Qüity, uma jornalista da imprensa sensacionalista que busca
retratar histórias marginalizadas, fica a par de tudo que está por trás da
figura de Cleópatra e resolve entender um pouco mais sobre esse “fenômeno”,
envolvendo-se cada vez mais com a vida cotidiana da favela e com a própria
travesti. Gabriela Cabezón Cámara se utiliza da dor, do humor, do choro e das
drogas para mostrar como a nossa humanidade, até quando ao lado de Nossa
Senhora, de nada vale frente a um contingente policial que nos criva de balas. Este
é um romance que não conta apenas a vida de pessoas consideradas à margem da
sociedade: ela evidencia toda a brutalidade sofrida pelo povo de El Poso, uma
violência que se estende a todas as periferias do mundo. Com tradução de Silvia
Massimini Felix, o livro é publicado pela Editora Moinhos.
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O ridículo do estado atual do
mundo é, desde sempre, um assunto recorrente entre satiristas. Adriano
Scandolara vislumbra uma dimensão metafísica para esse fenômeno.
Tudo começa com o deus Momo, filho
da Noite, uma dessas divindades menores, mais lado B, da mitologia grega, tendo
como seu domínio o ridículo, o deboche e o escracho. Momo, além de fazer uma
pontinha em Hesíodo e em Platão, aparece na obra do fabulista Esopo, que narra
o episódio em que ele acaba expulso do Olimpo por criticar a criação do ser
humano. Enquanto isso, no Brasil, até hoje temos o costume de celebrar uma
figura carnavalesca chamada de rei Momo. Há um estranho silêncio em meio aos
mitógrafos no que diz respeito a esse período entre a sua expulsão do Olimpo e
o naturalizar-se brasileiro. E o silêncio é território fértil para a imaginação
febril. Num estilo verdadeiramente momesco, combinando referências mitológicas,
literárias, esotéricas e de cultura de massa de um modo vertiginoso,
Momo
Rei narra o que teria acontecido enquanto isso, concebendo uma cosmologia
que tem, em seu centro, o ridículo entronizado como o senhor deste mundo. O
livro é publicado pela editora Kotter.
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REEDIÇÕES
Do ganhador do Prêmio Nobel de
Literatura Herman Hesse, Narciso e Goldmund
conta a história de uma
improvável amizade, uma longa jornada e o retorno de um espírito livre.
Narciso é um noviço de
inteligência brilhante, um homem racional e contido. Goldmund é um jovem
estudante, belo e de profundas inquietações existenciais. Os dois se conhecem
em um convento e são atraídos quase magneticamente. Nesta obra, Hesse aborda o
arrebatamento religioso e o êxtase da criação artística com a vida ascética e
minimalista de Narciso em contraponto à vida boêmia e apaixonada de Goldmund. A
polaridade dos diálogos entre os dois personagens, um solar e o outro lunar,
oferece uma profunda lição de tolerância e aceitação, apesar das oposições. O
enriquecimento mútuo que resulta desses diálogos encerra uma lição ainda atual
para um mundo que permanece dividido entre fundamentalismos diversos. Em
Narciso
e Goldmund, os protagonistas são diferentes em sua essência, assim como em
outras obras do autor, como
Demian e
Sidarta. Com sua
genialidade, Hermann Hesse nos mostra que os opostos são apenas partes da
ilusão do jogo da vida, imagens e projeções que fazem os seres humanos saírem
em busca de uma síntese que funda os contrários na luz inefável do espírito. A
tradução de Myriam Moraes Spiritus sai pela editora Record.
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RAPIDINHAS
Coleção Machado de Assis. A editora Todavia divulgou mais detalhes sobre a publicação da obra do autor de Memórias póstumas de Brás Cubas anunciada desde há quatro anos e soubemos que sairão numa caixa os 25 títulos publicados em vida mais uma edição com textos reunidos. Trabalho coordenado por Hélio de Seixas Guimarães.
Os cadernos de Pagu. É o
título de um livro organizado pela professora Lúcia Teixeira e biógrafa da
autora de Parque industrial que sai pelo selo Nocelli da editora
Reformatório em coedição com a Universidade Santa Cecilia, de Santos. O
livro reúne cinco cadernos manuscritos inéditos datados dos anos 1920 e 1960,
ano da morte da escritora e é a publicação mais substancial da sua obra até agora.
Mais Carlos Drummond de Andrade
reeditado. No mês de aniversário do poeta mineiro, a editora Record coloca
nas livrarias mais três livros: Fazendeiro do ar, com texto de Mariana
Ianelli; Corpo, que traz posfácio Eliane Robert Moraes; e O amor natural,
com um escrito Manuel Graña Etcheverry, genro de Carlos Drummond — certamente o epílogo
saído na edição espanhola desse livro em 2004.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1. Prosa, de Charles Baudelaire (Trad. Júlio Castañon
Guimarães, Penguin/ Companhia das Letras, 1008 p.) Um compêndio de referência. Aqui
estão
O spleen de Paris acompanhado dos esboços
e projetos do
livro; recortes dos diários; ensaios como os dos
Paraísos artificiais; a
nouvelle A Fanfarlo; e textos de crítica literária, como os que
dedicou a
Madame Bovary de Flaubert,
Os miseráveis de Victor Hugo
e a monografia sobre Edgar Allan Poe; mais textos de crítica musical e artes
plásticas.
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2.
Fragmentos de um diário
encontrado, de Mihail Sebastian (Trad. Fernando Klabin, Hedra, 96 p.) Escrita
em 1932 e afinada com as vanguardas da época a narrativa que se faz conhecida
graças a um tradutor anônimo, o romance é um desafio aos limites de ficção, uma
busca labiríntica de algo perdido e indefinível.
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3.
Últimos contos, Anton
Tchékhov (Trad. Rubens Figueiredo, Todavia, 320 p.) As narrativas curtas do escritor
russo realizadas no fim da sua vida, algumas já conhecidas do leitor brasileiro
em outras traduções, como é o caso de “A dama do cachorrinho”, e outras ainda
por se descobrir aparecem reunidas nesta antologia.
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VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
Algumas das traduções mais célebres
da obra de Charles Baudelaire entre nós são as de Ivan Junqueira. O também poeta
brasileiro nos ofereceu
As flores do mal. No
blog da revista 7faces
é possível ler a tradução de Junqueira para cinco poemas do poeta francês.
No próximo dia 5 de outubro
saberemos qual o escritor premiado com o Nobel de Literatura. Numa dessas
vezes, a notícia gerou uma dessas imagens que se tornaram icônicas na história
do prêmio: quando Doris Lessing soube que fora galardoada. Isso em 2007.
Veja aqui.
BAÚ DE LETRAS
Por destacar a edição com
histórias inéditas de Nelson Rodrigues publicadas na coluna “A vida como ela é”,
recordamos este texto de março de 2015 sobre
este trabalho do escritor
brasileiro.
No dia 29 de setembro de 2023, passaram-se os 50 anos sobre a morte de W. H. Auden. Sublinhamos a data em algumas postagens em nossas redes, mas destacamos aqui duas entradas no blog envolvendo o nome do poeta estadunidense:
esta, um breve perfil;
e esta, sobre a relação de Auden com Tolkien.
DUAS PALAVRINHAS
Nenhum poeta, nenhum artista, tem sua significação completa sozinho. Seu
significado e a apreciação que dele fazemos constituem a apreciação de sua
relação com os poetas e os artistas mortos. Não se pode estimá-lo em si; é
preciso situá-lo; para contraste e comparação, entre os mortos. Entendo isso
como um princípio de estética, não apenas histórica, mas no sentido crítico.
— T. S. Eliot, Tradição e talento individual
...
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