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Bernardo Carvalho. Foto: Edilson Dantas |
LANÇAMENTOS
O novo romance de Bernardo
Carvalho é descrito como feroz e comovente sobre as complexas relações entre
pai e filho.
Durante a ditadura brasileira, um
pai e seu filho de onze anos partem numa viagem à Amazônia. Num bimotor
sobrevoam a floresta. O pai, um empresário em conluio com militares ligados ao
governo, tem a tarefa de negociar a madeira da região com grupos estrangeiros.
Enquanto o país sucumbe em tenebrosas transações, o menino se envolve mais e
mais na leitura de uma novela de ficção científica na qual, após o fim do nosso
planeta, um grupo de eleitos parte numa jornada exploratória do espaço.
Tensionada todo o tempo entre a perspectiva do menino que vive a história
enquanto ela acontece e a do adulto que rememora, a voz que narra este romance
nos convida a olhar para a tragédia de um país. Reflexão incômoda sobre a
história do Brasil dos últimos sessenta anos,
Os substitutos mescla
temas ecológicos urgentes, personagens dispostos a tudo por poder e dinheiro e,
sobretudo, a emocionante história de um pai e um filho. Com este romance,
Bernardo Carvalho chega ao lugar mais íntimo e poderoso de sua obra. Publicação
da Companhia das Letras.
Você pode comprar o livro aqui.
Dois livros acrescentam a
presença da obra de Flannery O’Connor no Brasil.
1.
Mistério e costumes
reúne escritos dispersos (palestras, artigos, cartas, prefácios) em que
Flannery reflete sobre sua arte. Organizado por um ilustre casal de amigos
seus, o poeta Robert Fitzgerald e a editora Sally Fitzgerald, o volume inclui
nesta edição um extenso prólogo biográfico-literário do crítico Stanley Edgar
Hyman. Vemos ao longo da obra considerações mais atentas sobre preocupações
primeiramente aludidas no
Diário, como sobre a expressão do Mistério
concedida por criadores de uma literatura desencantada, por exemplo Franz
Kafka. E, sobretudo, o testemunho de O’Connor quanto ao Mistério que sua
criação mesma buscava encarnar. Espécie de testamento literário que, em vez de
escrito de uma única vez, foi dispersamente elaborado no curso da breve vida de
Flannery O’Connor, a coletânea torna acessíveis em livro ocasiões raras. Aqui
os leitores a têm por um instante como professora de redação de contos, em uma
aula que inclui seu parecer a manuscritos entregues pelos alunos de uma oficina
de escrita. Também como uma autora consagrada que, convidada a um ciclo de
bate-papos chamado Como Escreve o Escritor..., oferece um depoimento franco
sobre sua relação com a literatura. Ainda, como figura pública indignada com o
editorial em que uma revista lamentava que a prosperidade econômica dos Estados
Unidos não fosse retratada nas ficções produzidas no país. Como artista
impactada por uma história real que se recusara a escrever mas para cujo
registro em livro redigiu uma iluminadora introdução. E, entre outras amostras
valiosas, como pura e simplesmente escritora em atividade: com uma deliciosa
crônica sobre a atividade rural que a acompanharia durante a vida toda, como
criadora de pavões. Tradução de William Campos da Cruz.
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2. Nos celebrados contos e
romances de Flannery O’Connor, uma das características mais notórias é a
intensidade. A autora imprime sobre suas narrativas a dimensão brutal da
experiência humana, tanto mais quanto maior a preciosidade com que retrata a
Graça que se insinua no mundo. No fundo, é como se sua imaginação se
desdobrasse como um diálogo, quem sabe até um confronto, com a presença divina.
É como se a força criativa por trás de sua obra só se achasse em estado puro
quando sob forma de prece. Daí o valor da redescoberta, décadas após seu
falecimento, deste
Diário de Oração. Escrito no momento-chave de sua
trajetória — quando ingressava na vida adulta, conhecia a universidade,
descobria o mundo urbano e escrevia a sua obra-prima,
Sangue Sábio —, o
caderninho de orações é uma amostra em ato de sua pungência interior. Nele, que
tem o fac-símile do original manuscrito exibido na íntegra por esta edição,
O’Connor confessa seus receios, vocaliza seus desejos, comenta suas
descobertas, examina suas intenções: uma realização espiritual rara, um
subsídio literário único. Qual terá sido o impacto, sobre uma escritora
ardentemente religiosa, da leitura de uma obra desencantada como a de Franz
Kafka? Quais terão sido as perspectivas abertas, sendo ela católica em plena
América protestante, pela descoberta de franceses como Léon Bloy e Georges
Bernanos? Como apareceria para uma espiritualidade e para uma visão literária
como as dela a possibilidade de um fim tragicamente precoce como veio a ser o
seu? Perguntas como essas, de inestimável interesse a quem aprecie a obra
ficcional de Flannery O’Connor, estão vivencialmente respondidas neste escrito
— só tornado público nos anos 2010 —, o
Diário de Oração. Aqui a autora
exprime seus conflitos na medida mesma em que os experimenta, e elabora sobre a
literatura e sobre a vida uma visão de que ela própria acabou sendo prova: que
as dores do mundo são cruéis e inevitáveis, mas suportá-las é uma forma de apreensão,
às vezes até de expressão, da Graça. Tradução de Hugo Langone. Os dois livros
saem pela É Realizações.
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A estreia de Luciana Strauss entre os leitores brasileiros.
A entidade é um típico prédio
público estatal, com pouca entrada de luz natural, mobiliário antigo e paredes
descascadas. Entre pastas, arquivos e processos, um grupo de funcionários luta,
sem nenhum escrúpulo, para obter uma parcela a mais de privilégio. Um malandro
viciado em poder, uma antropóloga que exige seu reconhecimento profissional,
uma funcionária antiga que busca adiar sua aposentadoria por dez anos… Alianças
e estratégias abrem caminho entre os prados de erva-mate e os quilômetros de
fio dental que demarcam a linha divisória entre o real e o fantástico: é no
Inferno que funciona o RH da repartição, e os recônditos de uma gaveta abrigam
entidades mágicas em guerra. Vítimas da própria paranoia, os personagens de
Strauss cativam por sua originalidade, e o absurdo é parte deste cotidiano
forjado em burocracia estatal e delírio lisérgico. Com tradução de Marina
Waquil,
A entidade da escritora argentina Luciana Strauss sai pela
editora DBA.
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Um novo título de Wittgenstein
pela editora Fósforo.
No longo processo em que
Wittgenstein se ocupa de algumas de nossas certezas mais banais — “Eu sei qual
é o meu nome”, “Existem objetos físicos” —, nós o vemos chegar a um espantoso
resultado: a expressão linguística dessas certezas inevitavelmente irá nos
trair. No exato momento em que julgamos manifestar as verdades mais triviais,
nossa linguagem demonstra sua precariedade e simplesmente falha. Mas isso não
significa, o filósofo insiste, que deveríamos suspeitar de tais certezas.
Significa apenas que nossa confiança deve repousar não na linguagem (em nossa
expressão da certeza), mas em nossa ação (no que fazemos ao agir com certeza). “No
princípio era o ato.” Neste verso, que Wittgenstein empresta de Goethe,
manifesta-se talvez o leitmotiv deste livro. O que ele nos diz é que qualquer
tentativa de apontar para os fundamentos de nossas certezas terá que ir além da
linguagem. Não na direção de algum tipo de transcendência; tampouco na direção
de qualquer esfera que se possa chamar de conceitual. Antes, há um mistério que
teremos de resgatar daquele verso do Fausto: até mesmo o que nos parece mais
evidente, até mesmo o que nos parece pura e simplesmente lógico, só pode
revelar-se em nossa ação. No modo contingente e humanamente instável como
agimos. Que o leitor não se deixe enganar pela simplicidade desse resultado. A
partir dele, Wittgenstein oferece respostas profundas a alguns dos mais sérios
(e antigos) desafios de céticos e realistas. Ao reavaliar o papel que a certeza
desempenha em nossos jogos de linguagem, o grande filósofo reformula, com
surpreendente originalidade, uma de suas intuições mais fecundas, que o
acompanha desde seus primeiros escritos. Em um embate de dois anos consigo
mesmo, registrado em anotações que se estendem até a véspera de sua morte, ele
nos leva a ver por um novo ângulo o caráter a um só tempo evidente e indizível
de nossas certezas fundamentais. A tradução, organização, apresentação e
vocabulário crítico de
Sobre a certeza são de Giovane Rodrigues e Tiago
Tranjan.
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Livro reúne um conjunto de cartas escritas pelo jovem Édouard Manet durante sua viagem ao Rio de Janeiro em meados do século XIX, anos antes de se tornar o artista que revolucionou a pintura ocidental.
O pintor francês que viria a se
tornar um ícone da Modernidade, quando jovem, desenhava apenas nas horas vagas
e sonhava com uma carreira na marinha. No decorrer da viagem, enviava à família
seus relatos sobre a rotina e as aventuras no navio Havre et Guadeloupe, bem
como suas impressões sobre a capital fluminense, seus habitantes, o regime
escravocrata e os costumes do povo carioca, incluindo o carnaval. Escritos com
o ímpeto das marés, no balanço do navio, os dez lotes de cartas de Manet no
Rio revelam a ânsia do adolescente por se estabelecer na carreira náutica,
algo que não se concretizou, pois, para o bem da pintura moderna, o aspirante
foi reprovado duas vezes no exame de admissão da marinha francesa. Em terras
fluminenses, Manet se depara com um mundo completamente novo, hesitando entre o
encanto e o desprezo. Exceto pela menção ao “espetáculo da natureza mais bela
do mundo”, o jovem parece não se entusiasmar muito, a ponto de ridicularizar a
elite brasileira, sua mesquinhez e certo aspecto amador das artes e da
arquitetura. Diferentemente das cartas de Saint-Hilaire, botânico que explorou
o Brasil no começo do século XIX, ou dos supostos relatos de Hans Staden no
século XVI, os problemas retratados pelo então jovem marujo se revelam atuais.
Profundamente chocado com a escravidão, Manet não descreve a seus pais um
Brasil hospitaleiro nem cordial, mas uma sociedade luso-brasileira
escravocrata, tacanha e grosseira. O prefácio à nova tradução de Régis Mikail é
assinado por Alecsandra Matias. Em seu texto “O preto não é uma cor”, a autora
aborda de maneira original e inédita a noção da ausência de cor segundo Manet e
o espanto do pintor com a escravidão, ambos elementos-chave para discussões
atuais, notadamente no que diz respeito à questão pós-colonial. O livro se
encerra com um posfácio de Felipe Martinez, que situa a obra de Manet na
história da arte, falando sobre quadros relevantes do artista que causaram
polêmica, tanto pelo tema quanto por sua maneira de pintar. Publicação da
editora Ercolano. Você pode comprar o livro aqui.
A núcleo duro da vida
brasileira.
A história de uma trabalhadora
doméstica brasileira que, vivendo na periferia, ocupa o centro da vida social
graças à sua sensibilidade, simpatia e humanidade. É um romance sobre o sentido
da emoção e da inteligência na realidade mais cotidiana. Num tom de crônica
sobre a periferia, trazendo muito mais do que as questões graves que assolam
esse espaço social, dando lugar para a delicadeza e o registro cômico, Lilia
Guerra constrói aqui um riquíssimo painel da vida brasileira.
O céu para os
bastardos sai pela editora Todavia.
Você pode comprar o livro aqui.
Livro recolhe homenagens à
professora Eneida Maria de Souza.
Eneida sempre esteve ligada às
formas sensíveis do mundo e se valeu da crítica literária e cultural para
abordá-las. Participante ativa de uma geração críticos com formação acadêmica
efetuada na passagem do estruturalismo para o pós-estruturalismo, ela transitou
entre saberes e disciplinas, tendo sido umas das protagonistas entre nós da
polêmica virada que abre o campo de pesquisa dos objetos literários para os
culturais. Da leitura estrutural à intertextualidade, do prazer do texto ao
biografismo e aos arquivos literários, da análise sociológica à desconstrução,
de Mário de Andrade ao audiovisual contemporâneo, as sobreposições e os
deslocamentos teóricos realizados em seu percurso cifram inquietudes e querelas
constitutivas do meio literário nas últimas cinco décadas no Brasil. Com a
publicação de
Uma crítica cult, seus ex-alunos, amigos e colaboradores
fazem um agradecimento à querida mestra e destacam sua imensurável contribuição
ao campo dos estudos literários no Brasil e no exterior. Nesta obra, composta
de vinte e dois textos de diferentes naturezas, há uma amostra significativa da
presença de Eneida na vida e no trabalho de cada um dos autores. Uma homenagem
materializada no objeto que ela mais amou — o livro — por algumas das muitas
pessoas que tanto a amaram. Livro sai pela editora Autêntica.
Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
Nova edição do livro de Alberto Mussa que reconstrói o mito tupinambá e
nos coloca em contato com uma cultura determinante para a formação do povo
brasileiro.
Em Meu destino é ser onça, Alberto Mussa nos transporta para um
dos momentos mais decisivos da formação do Brasil, pondo-nos em contato com uma
cultura que sofreu reveses incalculáveis, mas, mesmo martirizada, foi capaz de
moldar a brasilidade de maneira incontornável. Como brasileiros, somos,
inevitavelmente, descendentes desse povo guerreiro que lutou por liberdade e
sobreviveu, contra todas as probabilidades, para seguir contando sua história e
honrando seu legado. Após estudar os fragmentos de registros sobre a cultura
indígena da baía de Guanabara, feitos pelo frade André Thevet, em 1550, e
cotejá-los com as demais fontes dos séculos XVI e XVII, Alberto Mussa
reconstitui o que teria sido o texto original de uma narrativa tupinambá. Esses
escritos decifram o mundo construído pelas divindades Maíra e Sumé, além de
informar sobre o surgimento desse povo nativo que se estabeleceu no litoral.
Vindos da Amazônia, onde viviam há pelo menos 11 mil anos, os tupinambá se
constituíam em grupos diversos e autônomos, falantes do tupi-guarani, que se
espalharam pelo país. Eles acumularam um conhecimento tão precioso sobre o
território que se tornou base para o estabelecimento de nossos primeiros
centros coloniais do século XVI. Influenciaram, assim, a língua falada, as
trocas comerciais, o nomes topográficos, as disputas territoriais, a
administração de aldeamentos e feitorias, a alimentação, e demais costumes dos
brasileiros, entre eles, o banho e a depilação. Aqui, conhecemos como esses
indígenas influentes conceberam a criação do mundo e quais foram os
acontecimentos míticos decisivos que fundamentaram sua cosmovisão.
Principalmente, entendemos por que os tupinambá eram antropófagos e quais
deidades os orientavam sobre o consumo da carne humana dos vencidos na guerra,
cumprindo seu destino de ser onça. O livro sai pela Civilização Brasileira. Você pode comprar o livro aqui.
RAPIDINHAS
Roberto Bolaño inédito. A
Companhia das Letras se prepara para publicar
O gaucho insofrível, livro
que reúne cinco contos e duas conferências.
Mircea Cărtărescu inédito.
A Mundaréu anunciou para 2024 a publicação de
Solenoid, o livro mais
aclamado do escritor romeno; um romance situado na Romênia comunista de entre
os anos 1970-1980 que investiga o individual e o coletivo a partir de uma figura
social comum.
Edgar Allan Poe. A Carambaia se prepara para recolocar em circulação a tradução de José Marcos Mariani de Macedo, editada pela extinta Cosac Naify, do único romance do escritor estadunidense. Será uma edição ilustrada por Elisa Carareto.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1.
Meus dias com os Kopp, de
Xita Rubert (Trad. Elisa Menezes, DBA, 115 p.) O complexo trânsito de uma
adolescente pela vida adulta a partir de uma viagem com o pai e os Kopp, uma abastada família inglesa de intelectuais.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
Vento de queimada, de André
de Leones (Record, 518 p.) A história de Isabel, uma mulher implacável exposta
desde a infância a uma realidade de violência, do âmbito familiar à sua ordem
social.
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3.
O dinheiro, Émile Zola (Trads.
João Alexandre Peschanski e Nair Fonseca, Boitempo, 416 p.) A especulação financeira
na época em que Paris operava uma das mais importantes bolsas de valores do
mundo a partir da figura de Aristide Saccard, um homem que alcança vertiginosamente
outro patamar de riqueza e prestígio social.
Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
A
Folha de São Paulo divulgou um manuscrito inédito de Caio Fernando Abreu. O texto de junho de 1989 foi descoberto pela irmã do escritor, Márcia de Abreu Jacinto.
Leia aqui.
Para quem quiser se decidir pela
aquisição de
Meus dias com os Kopp ou não, quer apenas o gosto de boa entrevista,
fica a recomendação da conversa entre Tamy e a escritora espanhola,
acessível por aqui.
BAÚ DE LETRAS
Neste 23 de setembro de 2023,
passam-se cinquenta anos da morte de Pablo Neruda. Referido diversas vezes
neste blog, incluindo o acompanhamento de todo
imbróglio policial envolvido na sua morte, se de causas naturais ou armação da ditadura. Para ocasião citamos
duas entradas: sobre os aparecidos poemas inéditos de 2015,
aqui, e a publicação desse
material em
Teus pés toco na sombra no mesmo ano,
aqui.
Em 2014, a Disal reeditou um dos
mais conhecidos romances de Émile Zola,
A besta humana. Na ocasião, o
livro foi comentado
aqui no
Letras.
Antes de
Os substitutos,
romance que chega agora aos
leitores,
Bernardo Carvalho publicou
O último gozo, narrativa em parte marcada
pela pandemia de Covid-19. Comentamos sobre o livro
aqui.
DUAS PALAVRINHAS
Isso é parte da beleza de toda a
literatura. Você descobre que seus desejos são desejos universais, que você não
está só e isolado de todo o mundo. Você pertence.
— F. Scott Fitzgerald,
correspondência para Sheilah Graham
...
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