DO EDITOR
1. Olá, leitores! O próximo
sorteio entre os leitores apoiadores deste blog deve ocorrer em 12 de agosto. Sortearemos um leitor para levar dois livros: a
nova edição em capa dura de Memórias póstumas de Brás Cubas publicada
pela editora Zahar e Passeio ao farol, a nova tradução de um dos
principais romances de Virginia Woolf publicada pelo selo Penguin/ Companha das
Letras.
2.
Para participar é simples. Envia R$20 via PIX e depois o comprovante para blogletras@yahoo.com.br
(a nossa chave do PIX é este mesmo e-mail). Feito isso, é aguardar o resultado,
divulgado amplamente aqui no blog e nas nossas redes.
3.
Agradecemos a todos que já se inscreveram e os que direta e indiretamente fazem
esse projeto permanecer online da maneira como acontece hoje, livre, independente.
Abraço a todos!
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Salman Rushdie. Foto: Abaca Press |
LANÇAMENTOS
O surgimento, a ascensão e a queda
de um império e de sua criadora são os eventos que delineiam o primeiro romance de Salman
Rushdie a ser publicado após o atentado sofrido pelo autor em 2022.
“Neste exato lugar uma grande
cidade surgirá, para maravilhar o mundo, e seu império há de durar mais de dois
séculos. E tu [...] lutarás para que nunca mais outras mulheres sejam queimadas
dessa maneira e para que os homens vejam as mulheres de um jeito novo”, declara
a deusa Parvati a Pampa Kampana, uma menina de nove anos que acabara de ver a
mãe e outras mulheres se entregarem à fogueira após perderem os maridos para a
guerra. Maldição e bênção caminham lado a
lado: ao se tornar órfã em terras destroçadas, a criança se vê dominada pelos
poderes da divindade, que começa a operar através dela. É dessa forma que
Bisnaga, a cidade da vitória, nasce. A partir dos desejos de uma jovem
indefesa, erguem-se os muros de um novo e próspero império. Seus cidadãos
brotam da terra, suas histórias e memórias são sussurradas segundo a imaginação
de Pampa Kampana, assim como suas conquistas e derrotas também são arquitetadas
pela profeta — mas toda narrativa tem um jeito de fugir de seu autor. Com o
passar dos anos, governantes vêm e vão, batalhas são vencidas e perdidas, e o
próprio tecido da cidade se torna uma tapeçaria cada vez mais complexa. As
fortalezas de Bisnaga, então, são comprometidas pela ambição e pela arrogância
de quem está no poder. Narrada com o imaginário e a acidez característicos de
Salman Rushdie,
Cidade da vitória remete aos antigos poemas épicos para
evidenciar as contradições do mundo. Uma saga de amor, aventura e mito que é em
si uma prova do poder da ficção. O livro é publicado pela Companhia das Letras
com tradução de Paulo Henriques Britto.
Você pode comprar o livro aqui.
As editoras Sesc e Ateliê
apresentam cinco novos títulos da Coleção Bibliofilia.
1.
Bibliofilia e exílio
reúne textos de Mikhail Ossorguin, os quais foram coligidos e traduzidos
diretamente do russo por Bruno Barretto Gomide. Ao longo de oito capítulos,
dispostos em ordem temática, o leitor tem a rara oportunidade de conhecer
referências e fatos relativos à história do livro russo, ou mesmo de edições em
língua eslava. Mas a leitura pode também ser feita em outra chave: a do autor
exilado que encontra um nexo com seu passado e com sua cultura através dos
livros. Talvez, o aspecto mais importante dessas experiências no campo da
bibliofilia e da bibliomania tenha sido justamente o fato dos livros, aqui
compreendidos como o continente e o conteúdo, serem os protagonistas das
histórias. Afinal, como o autor nos ensina, os homens vão, mas os livros
permanecem.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
A vida notável e instrutiva
do Mestre Tinius constitui um registro biográfico e sensacional de um
bibliófilo cujas práticas estabeleceram os parâmetros entre o amor e a loucura
pelos livros, na Europa do século XVIII. Johann Georg Tinius (1764-1846) foi
pastor em Poserna, na Saxônia, e notável bibliófilo. Logrou colecionar volumes
tão preciosos e caros, valiosos demais para os limites de suas posses, que não
demorou o tempo em que a loucura e a ganância o conduzissem por caminhos
sombrios. Leitura indispensável e instigante para todos os bibliófilos e
bibliômanos, este volume lança luz sobre um personagem pouco conhecido na
história do colecionismo, embora seu perfil tenha ocupado as páginas policiais
da imprensa germânica e o imaginário de seu povo desde o limiar do século XIX. A
tradução é de Maila Karen Thielen Reisewitz.
Você pode comprar o livro aqui.
3. Em
Os admiradores
desconhecidos de La Nouvelle Héloïse, Daniel Mornet quebra a distância fria
que amiúde se instala entre o Autor e o Leitor. A matéria-prima para a escrita
deste ensaio vigoroso e original, publicado em 1909, foram as copiosas cartas
que Jean-Jacques Rousseau recebeu dos leitores de seu romance epistolar, objeto
de notável sucesso e que despertou a sensibilidade romântica do público no
último quartel do século XVIII. A tradução é de Geraldo Gerson de Souza.
Você pode comprar o livro aqui.
4. Em
As paisagens da escrita e
do livro, de Frédéric Barbier, o leitor é convidado a empreender uma longa
viagem através da Europa, da planície de Peste à Península Ibérica; das cidades
alemãs do Norte à costa do Mediterrâneo, na Península Itálica e na Grécia. Se
os livros são um produto da humanidade, nada mais natural do que perscrutar as
rotas, os rios, os mares, as montanhas e as imbricações que possibilitaram
séculos de comunicações e contatos entre os povos. Sem dúvida, uma narrativa
que se apresenta como um modelo notável de geo-história do livro. A tradução é de
Elisa Nazarian.
Você pode comprar o livro aqui.
5. Em
As bibliotecas
particulares do imperador Napoleão, Antoine Guillois compõe um retrato
bastante original e pouco conhecido de uma figura épica. E que jamais descuidou
das leituras e dos livros, mesmo (ou, talvez, sobretudo) nos momentos mais
inglórios de uma jornada intensa. Ao ler este relato emocionante do processo de
constituição das bibliotecas e de seleção das leituras de Napoleão, não raro de
livros que eram encomendados durante as batalhas, mal se advinham as imagens e
interpretações complexas e por vezes contraditórias que a história lhe
reservou: de salvador da Revolução a Imperador, herói da França; de
estrategista, homem de grandes batalhas, a conquistador e terror da Europa; ou
herói trágico da Ilha de Santa Helena. Passados duzentos anos, Napoleão é
objeto de debates, constrangimentos e defesas apaixonadas, seja por parte de acadêmicos,
homens de Estado ou do próprio povo que ora o ama, ora o condena. Antoine
Guillois compõe um retrato à prova de polêmicas. O que prevalece nesse belo
ensaio destinado aos amantes dos livros é o leitor e bibliófilo dedicado e
cioso de suas coleções. A tradução é de Geraldo Gerson de Souza.
Você pode comprar o livro aqui.
O primeiro volume de dois
livros que integram a seleta lista dos grandes títulos da literatura de guerra.
Considerado um dos grandes
romancistas do século XX, Vassili Grossman transforma o terror da guerra em
arte.
Stalingrado é o primeiro volume do díptico que se estabeleceu como
um dos maiores clássicos mundiais da literatura de guerra. Junto com
Vida e
destino, é considerado o
Guerra e paz do século XX. Em abril de
1942, Hitler e Mussolini se encontram em Salzburgo, onde decidem atacar
novamente a União Soviética. A investida logo se intensifica, e o Exército
Vermelho é obrigado a regressar ao centro industrial de Stalingrado. Nas ruínas
da cidade devastada, as forças soviéticas se preparam para uma última
resistência. A trama de
Stalingrado se
desenrola na Rússia e na Europa, e seus personagens são conhecidas figuras
históricas, mas também mães, filhos, maridos, enfermeiras, soldados,
trabalhadores e ativistas políticos. No centro do romance está a família
Chápochnikova, cuja matriarca se recusa a deixar Stalingrado, mesmo com o
rápido avanço das tropas alemãs. Enquanto isso, Liudmila, sua filha, se vê frustrada
e infeliz no casamento com o físico Viktor Chtrum. A pesquisa que Viktor
desenvolve pode ser crucial para os militares, mas seu pensamento está voltado
para a mãe na Ucrânia, perdida atrás das linhas inimigas. Com profunda
compaixão e potência, Vassili Grossman narra em
Stalingrado a crueldade
de um regime opressor e os horrores da guerra sem jamais perder de vista a
essência fugaz e delicada da existência humana.
Com tradução de Renato Marques de Oliveira, o
livro sai pela Editora Alfaguara.
Você pode comprar o livro aqui.
Um novo título da obra de Annie
Ernaux.
No final da primeira década dos
anos 2000, Annie Ernaux recebeu um convite para participar da coleção francesa
Les Affranchis, que pede a escritores que façam a carta que nunca foi escrita.
É este chamado do presente que a ajudará a abordar um trauma da infância e dará
à luz este, que talvez seja seu livro em diálogo mais direto com a psicanálise.
Aos dez anos, no verão de 1950, Ernaux escuta uma conversa da mãe com uma
cliente e descobre que antes dela, seus pais tiveram outra filha, morta aos
seis anos de difteria. A mãe relata à confidente que nunca contaram nada a
Annie para não a entristecer e emenda: “ela era mais boazinha do que aquela
ali”. A irmã mais velha jamais voltou a ser mencionada, exceto quando tias ou
amigos deixavam escapar alguma lembrança. Desde aquele dia na infância, Ernaux
também oculta seu conhecimento: “Tenho a impressão de que o silêncio nos
convinha, a eles e a mim”. Mas as palavras de sua mãe calaram fundo na criança,
e mais tarde na mulher, cuja obra é marcada pelo pensamento crítico e pela
renúncia de uma moralidade limitadora de sua liberdade. É então nesta
pseudocarta endereçada à irmã ― à menina boazinha e espécie de santa ― que a
autora destrincha suas memórias e os significados que essa ausência sempre
presente teve em sua vida, sua identidade e sua relação com os pais. Ernaux
escreve frases breves e cortantes para lidar com a sombra de alguém que nunca
conheceu e com a dor da comparação implícita. “Você é a própria impossibilidade
do erro e do castigo”, diz à irmã. E vai além, conectando a morte dela com o
próprio princípio de sua existência: “eu vim ao mundo porque você morreu e eu
te substituí”. Em seu esforço para dar contornos a um fato impreciso de sua
história, Ernaux hesita entre interpretar a morte da irmã como a gênese de seu
destino de escritora ou como um mero dado biográfico. Sem resolver essa
ambivalência, ela testa os limites da linguagem e, como de costume, reflete a
respeito da própria escrita: “Você está fora da linguagem dos sentimentos e das
emoções. Você é a antilinguagem.” Num jogo de espelhos,
A outra filha evoca
duplos como pulsões de morte e vida, sonho e realidade, revelações e tabus e
convida a uma leitura psicanalítica. Entretanto, a própria autora adverte que
as matérias do inconsciente também têm a ver com a História e rejeita
interpretações que não tenham em conta seu contexto. Para a vencedora do Nobel,
atrelar memória, história privada e social é o único modo de escrever a vida. Publicação da editora Fósforo com tradução é de Marília Garcia.
Você pode comprar o livro aqui.
Uma nova tradução para os Tristia
,
de Ovídio.
Por que ler os
Tristia, do
poeta Ovídio? Primeiramente, porque com este livrinho irás a Roma, partindo do
Ponto Euxino; porque, com esta obra, conhecerás a alma sensível de um poeta
exilado que esculpiu seu próprio epitáfio, partindo da revisão de seu monumento
literário. Depois, porque navegarás por um texto com múltiplos estratos, que
vai da superficial narrativa de exílio até as profundezas de um instrutivo
manual de significado metapoético. Embora úmidos das lágrimas de um exilado, os
Tristia não levam ao choro, mas ao bom humor de um poeta que descreve seu
desterro com fina ironia e com a costumada mordacidade itálica, um toque
realístico-cruel que permeia a literatura latina. A competente autora da
tradução, Júlia Avellar, captou bem o convite do poeta de não o deixar no
esquecimento e trazê-lo vivo, ainda que não salvo de seus intrigantes e
inesquecíveis crimes. Mas como se pode captar tudo o que está registrado pelas
penas de um performático poeta, que escreveu no latim do século I de nossa era?
É pela tradução verso a verso que Júlia conduz o leitor pelas linhas do poema,
buscando deixar íntegro o sentido textual, seja preservando as figuras de
linguagem e o espírito poético das expressões, seja aliterando as construções
portuguesas em busca de uma musicalidade original quase impossível de se
alcançar. A tradutora conduz, com maestria, a “barca” dos Tristia, carregada de
narrativas míticas e de referências contemporâneas da Roma Augustana, e a faz
deslizar — manejada pelo estilo ovidiano — por um mar às vezes calmo, às vezes
tempestuoso da sintaxe latina. Destaca-se o zelo com que a tradutora, hábil
classicista, trabalhou o texto em latim, que, ao ser composto, exigiu do poeta
conciliar arte e engenho numa temática complexa e obediente à métrica do
dístico elegíaco. Júlia Avellar, com esta bela tradução, metamorfoseou os
Tristia e nos entregou obra leve, fluente e de bom português, o que, por si só,
faz dela uma qualificada divulgadora da literatura latina. A obra tem o pendor
de aproximar o leitor brasileiro da poesia produzida num dos dois séculos mais
notáveis do classicismo latino. (Heloísa Penna).
Tristezas sai pela
Relicário Edições.
Você pode comprar o livro aqui.
O 12.º volume da série A
comédia humana
traz seis obras que analisam fatos políticos e militares e
notas de Paulo Rónai.
Depois de
Cenas da Vida Privada,
da
Vida Provinciana e da Vida Parisiense, este novo volume nos apresenta
o gênio de Balzac sob um novo aspecto: como historiador, analista e juiz de
acontecimentos políticos e militares de sua época.
Cenas da Vida Política
e
Cenas da Vida Militar apresentam as vicissitudes de uma existência
agitada, que a morte veio interromper inesperadamente e impediu o romancista de
terminar a maioria delas. Aqui estão as páginas que ele conseguiu finalizar,
obras ainda assim completas em si mesmas e fecundas. “Um caso tenebroso” relata
um acontecimento real da crônica policial da época: o rapto do senador Clément
de Ris. Em volta de um enredo rico em lances patéticos, o escritor conseguiu
reviver toda a história íntima do consulado e do império francês. Já “O
deputado de Arcis”, obra inacabada, introduz as ferozes lutas de poder em uma
pequena vila da província francesa onde dois partidos se confrontam. “Z. Marcas”
conta a história quase autobiográfica de um grande talento político, malogrado
pela miopia dos poderosos do momento. "Um episódio do terror" é um
conto da fase romântica do autor, e pertence ao gênero então popularíssimo das
reminiscências sobre a Revolução Francesa. A edição inclui ainda o romance de
estreia de Balzac, “A Bretanha em 1799”, que nasce da longa fase clandestina de
suas obras em cordel e no qual já se manifesta um grande escritor. Por fim, “Uma
paixão no deserto”, um pequeno conto que narra a relação singular entre um
soldado e uma pantera. A obra está presente em um grande número de antologias
ao redor do mundo como introdução ao gênio de Honoré de Balzac, esse grande
retratista da burguesia do século XIX, considerado o fundador do Realismo na
literatura moderna. Publicação digital da Biblioteca Azul. As traduções são de
João Henrique, Vidal de Oliveira, Mario Quintana e Brito Broca.
Você pode comprar o livro aqui.
O novo romance de Natalia Timerman.
Enquanto aguarda um voo, Natalia
encontra o médico de cuidados paliativos que atendeu seu pai, Artur. A conversa
desperta nela toda a experiência da perda, ainda próxima e repleta de
cicatrizes. Artur era médico, então a notícia da volta do câncer vem seguida da
certeza da finitude. A morte vira um assunto de família, e acompanhamos com
rara delicadeza não apenas o seu declínio físico, mas seus efeitos na vida dos
filhos, da esposa e dos netos. À narradora cabe reconstruir todo esse caminho
que, embora dramático, vem carregado pela ternura da memória.
As pequenas
chances é um romance de extraordinária beleza, uma indagação cortante sobre
família, lembrança, judaísmo, vida e morte. O livro sai pela Todavia.
Você pode comprar o livro aqui.
Livro de Mark Haber sai no
Brasil.
Um crítico de arte americano viaja
a Berlim para visitar no leito de morte Schmidt, seu ex-melhor amigo e nêmesis
intelectual. Ambos são obcecados há décadas por uma mesma pintura,
O abismo
de São Sebastião, de autoria do conde Hugo Beckenbauer, pintor
renascentista obscuro do século XVI. Ao longo da viagem até a Alemanha, o
narrador mergulha em reflexões profundas sobre a vida e a obra de Beckenbauer,
assim como sobre as complexas dinâmicas de seu relacionamento com Schmidt. Um
romance sombrio e cômico sobre arte, crítica e obsessão. Para Laird Hunt,
“Evocativo da obra de Thomas Bernhard, László Krasznahorkai, Gilbert Sorrentino
e outros grandes obsessivos literários de um estilo satírico,
O abismo de
São Sebastião, de Mark Haber, é extremamente inteligente, afiado como um
bisturi, diabolicamente engraçado e, em última análise, genuinamente
emocionante.” Com tradução de Fábio Bonillo, o livro sai pela DBA Editora.
Você pode comprar o livro aqui.
Terceiro e último volume das
Obras completas de Rabelais publicadas pela Editora 34.
O ciclo de Gargântua e outros
escritos apresenta uma verdadeira miscelânea de narrativas, almanaques,
cartas, versos, textos em prosa e tratados atribuídos ao autor, quase todos
inéditos em português. Do chamado
Ciclo de Gargântua, que inclui as
Grandes
crônicas e
O verdadeiro Gargântua, publicados em 1532 e 1533, até o
Tratado
do bom uso de vinho e os 120 bizarros desenhos do livro Sonhos bufonescos de
Pantagruel, lançado em 1565, doze anos após a morte de Rabelais, a
coletânea oferece ao leitor uma oportunidade de se conhecer as múltiplas
facetas desse inimitável humanista francês. Assim como nos volumes anteriores,
os variados registros de linguagem de Rabelais são aqui recriados de forma
brilhante pelo premiado tradutor Guilherme Gontijo Flores, autor também das
notas introdutórias que abrem cada seção do livro.
Você pode comprar o livro aqui.
RAPIDINHAS
Os ventos argentinos 1.
Depois do excelente
Comemadre, a Editora Moinhos se prepara para colocar
na praça mais um título de Roque Larraquy entre os leitores brasileiros.
Os ventos argentinos 2. A mesma
casa também anuncia um próximo título de Gabriela Cabezón Cámara, de quem
publicou por aqui As aventuras de China Iron; no anúncio, está a previsão de algo de Macedonio
Fernández.
Nova tradução. A editora Carambaia publicará nova tradução, de Marília Garcia, para o primeiro romance de Gaël Faye.
Pequeno país, como sai agora, chegara aos leitores brasileiros pela desaparecida Rádio Londres.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1.
Madona com casaco de pele,
de Sabahattin Ali (Trad. Marco Syrayama de Pinto, Tabla, 232 p.) Ambientado na
Berlim dos anos 1920, a narrativa desse romance se desenvolve em torno de Maria
Puder, uma jovem independente e extrovertida, e Raif Efêndi, um jovem que vida
às custas do pai e introvertido. A editora Tabla apresenta essa história como
uma “espécie de Romeu e Julieta contemporâneos e redescobertos”.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
História d’O Rei Degolado
nas Caatingas do Sertão, de Ariano Suassuna (Nova Fronteira, caixa com dois
volumes, 688 p.) Esta é sequência da narrativa de Pedro Quaderna, iniciada
ainda em
A Pedra do Reino. Trata-se do segundo depoimento dessa
personagem ao Juiz Corregedor, em que passa em revista sua infância e as raízes
das dimensões de sua formação e imaginário. A edição de agora acrescenta um
volume até agora inédito.
Você pode comprar o livro aqui.
3.
Sequências, de Júlio Castañon Guimarães (Círculo do Livro; Fósforo;
Luna Parque, 96 p.) O regresso do poeta mineiro à literatura se faz por um percurso
que desafia o próprio gênero ao interpor diálogos há muito caros à poesia, como
a imagem, seja na forma do retrato ou da pintura.
Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
Vez ou outra aparece material interessante entre os Youtubers.
Há algum tempo, o
Livrada! voltou a entrevistar Rubens Figueiredo, desta
vez,
a excelente conversa se desenvolve em torno da tradução e da obra
traduzida
Evguiêni Oinéguin, de Aleksandr Púchkin.
Voltou a permanecer em evidência
a célebre entrevista que Clarice Lispector concedeu em outubro de 1976 no Museu da Imagem e do Som (MIS)
a Affonso Romano de Sant’Anna, João Salgueiro e Marina Colasanti.
BAÚ DE LETRAS
Em fevereiro de 2023 por ocasião
da reaparição da longa entrevista de Clarice Lispector para MIS, Pedro
Fernandes escreveu uma matéria para o Letras —
leia aqui.
No próximo 10 de agosto passa-se o
aniversário de Jorge Amado. Recordamos
o texto de José Saramago sobre o amigo brasileiro.
DUAS PALAVRINHAS
O que fazer para que a arte deixe de ser expressão da nossa mediocridade
e volte a ser expressão da nossa grandeza, beleza, poesia? Eis o meu programa.
Primo, tomar consciência, por mais doloroso que seja, da nossa trapalhada.
Secundo, descartar todas as teorias estéticas produzidas nos últimos cinquenta
anos que furtivamente almejam o enfraquecimento da personalidade; todo esse
período está envenenado pela aspiração de nivelar valores e pessoas. Fora com
isso! Tertio, abandonadas as teorias, voltar-se para as pessoas, para as
grandes personalidades do passado e, aliado a elas, encontrar nas nossas
próprias pessoas as fontes eternas da imaginação, inspiração, ímpeto e graça.
— Witold Gombrowicz, Diários
...
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
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