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Ariano Suassuna, Teixeira, Paraíba, 1978. Acervo da família Suassuna. |
LANÇAMENTOS
Indispensável para o universo mitopoético de Ariano Suassuna, caixa
reúne um inédito do escritor.
A História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão, ou, mais simplesmente, O Rei Degolado,
dá sequência à narrativa de Pedro Dinis Ferreira-Quaderna, o Quaderna,
personagem-narrador de A Pedra do Reino. Quaderna, no segundo depoimento
ao Juiz Corregedor, conta a sua infância no sertão da Paraíba, apresentando, de
forma mais detalhada, personagens que já haviam aparecido em A Pedra do Reino e
foram fundamentais na sua formação. Aprofunda, ainda, a dimensão mítica do seu
relato, investindo na criação de uma mitologia brasileira, sobretudo a partir
dos mitos de origem indígena e africana. Com fixação de texto e apresentação de
Carlos Newton Júnior, e ricamente ilustrada por Manuel Dantas Suassuna, filho
de Ariano, a obra é composta por dois volumes, dos quais o segundo
encontrava-se, até o presente momento, inédito em livro. No volume 1 o leitor
encontra Ao Sol da Onça Caetana e, no volume 2, As Infâncias de
Quaderna. A caixa com os dois livros é publicada pela editora Nova
Fronteira. Você pode comprar o livro aqui.
Publicado em 1952 e ambientado
nos anos do fascismo na Itália, este comovente romance transita entre as
miudezas do cotidiano e os grandes eventos que mudam os rumos da História.
Precursor de romances como
Léxico
familiar e
Caro Michele,
Todos os nossos ontens se inicia com
uma casa, uma rotina, uma família. O tempo passa, o ritmo cotidiano é rompido
por mortes, encontros, casamentos, gestações. A cada ruptura, surgem novas
rotinas, e então a voz em terceira pessoa se mistura ao olhar de Anna, a
caçula, que se surpreende com o modo do hoje virar ontem; parece que uma
eternidade separa a vida de antes e a nova que surge. Não são apenas os nascimentos e as
mortes que mudam a percepção do tempo. Até certo ponto, parecia que o fascismo não
acabaria nunca, e então começa a se ouvir no rádio sobre a invasão da Polônia,
e sobre a linha Maginot, que parecia intransponível. Mas os nazistas a
ultrapassam, e num relance a guerra vira parte da vida. Se a destruição faz com
que as rotinas durem sempre menos, algum resto de resiliência,
inadvertidamente, consegue as reerguer, ainda que cambaleantes.
Todos os
nossos ontens pertence ao período da luta antifascista, à literatura da
Resistência durante a Segunda Guerra Mundial. É um romance notável sobre uma
família, sobre a memória. Relações entrecruzadas, políticas e amorosas dão os
contornos de mais esta obra magnífica de uma das maiores escritoras italianas
de todos os tempos. Com tradução de Maria Betânia
Amoroso, o livro sai pela Companhia das Letras.
Você pode comprar o livro aqui.
Chega ao Brasil livro da escritora,
historiadora e filósofa Ricarda Huch.
Ela foi uma das intelectuais mais destacadas de seu tempo, chamada por Thomas
Mann de “a primeira mulher das letras alemãs, e provavelmente da Europa”. Huch
desafiou as regras estabelecidas ao mudar-se para a Suíça com o intuito de
frequentar a Universidade de Zurique, onde se doutorou, porque as universidades
prussianas da época não aceitavam mulheres. Durante os anos do nazismo, fez
parte do grupo de escritores que decidiu não se exilar e fazer oposição ao
regime internamente.
O último verão, um eletrizante romance epistolar
agora publicado pela Carambaia com tradução de Karina Jannini e posfácio de
Juliana Brina, é sua obra de ficção mais conhecida. Publicado em 1910, o livro
foi criado em resposta a uma brincadeira em família, que desafiou Huch a
escrever uma história de detetive. Ela encarou a aposta e criou um romance, em
formato epistolar, que se passa na Rússia pré-revolucionária. Um tempo
conturbado que contrasta com sua ambientação, uma casa de campo à qual a
família do governador do Estado, Yegor Rasimkara, se recolhe em busca de
tranquilidade e segurança. O governador tinha acabado de mandar fechar a
Universidade de São Petersburgo para calar os protestos estudantis. Liu, um
homem culto e observador, é chamado pela esposa de Yegor para protegê-lo em sua
casa. No entanto, ele é secretamente um militante anarquista que planeja
matá-lo. Tudo isso é revelado logo no início. O romance se desenrola a partir
daí em clima de tensão permanente, por meio de cartas trocadas entre Liu e um
correligionário e entre os membros da família Rasimkara. Liu exerce sobre todos
uma atração fora do comum, com “aqueles estranhos olhos cinzentos, que parecem
penetrar em todos os corpos”, no dizer da matriarca. A família tem três filhos:
Velia, um jovem piadista e despreocupado, e as irmãs Jessika e Katia, cheias de
energia. Jessika se apaixona por Liu, e Katia fica enciumada, tornando-se a
única voz crítica a Liu no núcleo familiar, o que não chega a abalar a situação
confortável do forasteiro. Huch explora os medos e a violência surda da época
retratada, em particular nas cartas de fundo político de Liu para seu parceiro
de conspiração. Há uma nova ordem em gestação, e todos os personagens, de um
modo ou de outro, intuem uma revolução a caminho. Liu reconhece a austeridade e
a seriedade intelectual de sua possível vítima, mas considera que um ato de
violência é necessário para os objetivos de seu grupo. É perceptível no estilo
da autora o fascínio pelo conflito iminente. “Nasci protestante, com uma
tendência para revolução e rebeliões”, escreveu Huch em sua autobiografia. Uma
prova do impacto histórico e literário de
O último verão é que houve
duas adaptações para o cinema, na Alemanha em 1954 e na Suécia em 1990.
Você pode comprar o livro aqui.
Um segundo livro de Aurora Venturini chega aos leitores brasileiros.
Como se fosse um espelho invertido de As primas, obra que
consagrou Aurora Venturini, Nós, os Caserta é um romance mostra outra
protagonista extraordinária: María Micaela Stradolini, vulgo Chela, é uma jovem
superdotada, porém desprovida de qualquer senso de sociabilidade, que nos
apresenta sua família, parte da alta burguesia argentina dos anos 1920. Com um
estilo verborrágico que revela tanto excesso de vocabulário quanto carência de
autopercepção, Chela oferece um retrato involuntário e constrangedoramente fiel
do ambiente que a circunda. Por trás dessa narrativa escandalosa está a mente
brilhante de Venturini, cronista mordaz dos costumes de seu país e da natureza
humana. A mãe de Chela é uma pianista cujo fracasso na arte desperta o zelo
desmedido por uma coleção de bibelôs. O pai é tão rigoroso que a filha chega a
urinar quando o encontra. A delicada irmã mais nova, Lulita, é a preferida dos
progenitores, mas motivo de escárnio constante por parte da narradora.
Diferente do irmão caçula, portador de deficiência e quase abortado por
indicação médica, que conquistou o coração de Chela com sua fala: “Mmm...
Mmm... Mmm...”. A essa galeria inusitada de personagens somam-se outros não
menos curiosos: freiras e padres, mendigos tarados e membros de sociedades
secretas, seres grotescos que dão um toque de realismo fantástico ao romance,
sem dúvida uma via da autora para ironizar a tradição literária argentina. E
não só: as artimanhas da criadora permitem que vejamos o que suas próprias
criaturas desconhecem. Ao expor o pedantismo risível de Chela por meio de jogos
de linguagem e trechos herméticos, Venturini eleva a voltagem cômica do romance
e carnavaliza a intimidade que a alta sociedade argentina pensa ter com a
Europa. Numa espécie de paródia, as viagens de Chela em busca de suas origens
escancaram a mais clássica discrepância: a filiação nobre e a erudição estão
imbricadas ao que há de mais sombrio no mundo — fascismo, racismo e classismo.
O atrevimento de Venturini em mostrar o lado monstruoso do que se pretende
cristalino torna este livro uma saga desconcertante e necessária, conferindo à
autora o status de contemporânea a sua posteridade. Com tradução de Mariana
Sanchez, o livro é publicado pela editora Fósforo. Você pode comprar o livro aqui.
O segundo romance de Tiago
Ferro.
O protagonista de
O seu
terrível abraço é um escritor e intelectual paulistano branco, de classe
média e sujeito às contingências de sua origem. Sua infância foi como todas as
outras para as pessoas de seu mesmo estrato social: escola e clube, condomínio
e praia. As primeiras experiências com sexo, drogas e a consciência do abismo
entre classes em um país como o Brasil, tudo isso fez parte de sua formação,
juntamente com os livros, o cinema e a música popular. Aos quarenta anos,
porém, ele descobre ter uma doença terminal. E o Brasil também parece estar
muito pouco saudável política e socialmente: mergulhado num regime autoritário,
em que livros são banidos e as liberdades individuais estão constantemente
ameaçadas, num momento em que as diferenças entre classes só aumentam. Neste
romance agudo sobre escolhas, fatalidades e falta de direção, Tiago Ferro
exercita uma veia ficcional que mistura, em doses iguais de inconformismo e
despudor, o romance e o ensaio, a fabulação e o comentário político, a
meditação pessoal e a escatologia. O resultado, explosivo a cada parágrafo,
dialoga com o melhor da literatura latino-americana contemporânea. Este é o
retrato de uma geração que cresceu com muitas opções, mas que chegou à maturidade
encontrando um beco sem saída em suas vidas pessoais e no próprio país em que
nasceu. O livro sai pela editora Todavia.
Você pode comprar o livro aqui.
O primeiro romance de Adèle
Rosenfeld e finalista do prêmio Goncourt em 2022.
Louise F. habita uma margem
invisível entre dois mundos. Surda oralizada, desde os cinco anos precisa
preencher as lacunas provocadas por uma deficiência auditiva, atravessando o
que descreve como “ondas movediças do silêncio”. As horas que passou treinando
leitura labial, interpretando, deduzindo e reconhecendo sons esparsos fizeram
com que ela transitasse no mundo dos ouvintes, mas sem deixar de sentir as
dificuldades próprias das pessoas com surdez. Com o tempo, a perda auditiva de
Louise progride, e chega um momento em que ela precisa decidir se opta pelo
implante coclear ou mergulha de uma vez no silêncio. A falta de contornos não é
limitadora, ao contrário, a partir da ambivalência da personagem, Adèle
Rosenfeld constrói uma narrativa delicada e imaginativa, que oferece novas
miradas sobre a realidade de Louise, que é também a sua. Em
Águas-vivas não
têm ouvidos, os vestígios das palavras se transformam em presença, e da
fantasia da protagonista emergem figuras que acompanham seus percalços para se
ajustar às expectativas de um mundo que não a reconhece: um soldado inglês a
ajuda a decifrar as palavras; um cachorro a segue para todos os cantos e uma
botanista a auxilia na manutenção de um herbário sonoro, espécie de diário de
ruídos cotidianos em que Louise, na urgência de preservar sons dos quais tem
memória, arquiva a sirene dos bombeiros, o rugir da tempestade e o chiado da
fritura de cebolas. Neste romance repleto de humor e poesia, os leitores estão
submersos na imaginação vívida de sua protagonista, guiados por uma escrita
onírica e sensível em que os sons têm cores, o ato de comunicar torna-se uma
investigação no estilo detetivesco e as palavras se materializam, ganham corpo
e escapam em um ritmo próprio. Na busca de reconciliação e autorreconhecimento,
Louise se embrenha nos buracos da linguagem que conhece tão bem e a que tem tão
pouco acesso. Estrangeira na própria língua, invisível na própria deficiência,
resta a ela a tarefa de encontrar, como acontece com as águas-vivas, o
equilíbrio e a sensibilidade para orientar seu caminho. O livro é publicado
pela editora Fósforo com tradução de Flavia Lago.
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Introduzir com altivez e dignidade
a memória das pessoas escravizadas na história atual é uma urgência e um dever
ético. Em
Os profetas, Robert Jones, Jr. toma para si essa tarefa e a
executa com maestria e talento extraordinários. Isaiah e Samuel são jovens
escravizados que vivem no Vazio, uma plantação no interior do Mississipi. Se
amam com o vigor da puberdade e a força de seus ancestrais africanos, que
considerariam o amor entre dois homens apenas mais uma, dentre tantas formas
belas e legítimas de amar. O perigo os espreita quando Amos, escravizado mais
velho, se converte ao cristianismo. Proselitista e interessado em obter
vantagens pessoais, ele faz da pregação do Evangelho um meio de expor os
rapazes. Como se não bastasse, Timothy, jovem herdeiro dos domínios senhoriais,
volta para a casa-grande e, embora tenha educação e hábitos finamente
seculares, também se interpõe entre os amantes. A Isaiah e Samuel resta a discreta
proteção das escravizadas mais velhas, Maggie, Essie e tia Be, apreciadoras do
silêncio e do segredo. Mas da decadência do Vazio, elas sabem, não há quem
possa se livrar. Robert Jones, Jr. conta a história dessa tragédia de forma tão
sublime e intensa que chega a ser brutal. Sua escrita combina duas fortunas da
literatura afro-americana: de um lado, a sensibilidade de James Baldwin no
entrelaçamento do drama da dissidência sexual e da estigmatização racista; de
outro, a argúcia de Toni Morrison na representação da experiência - não apenas
individual, mas geracional - de ser ou ter sido escravizado. O resultado é uma
prosa singular, que captura uma nova política e poética das origens do mundo em
que vivemos. Com tradução de Viviane Souza Madeira, o livro sai pela Companhia
das Letras.
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Algumas das ideias do filósofo Giordano Bruno.
A respeito do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), cuja teoria da
coincidência dos contrários muito o influenciou, James Joyce escreveu que a sua
vida parecia uma fábula heroica: “Monge dominicano, professor itinerante,
comentarista de filosofias antigas e criador de outras novas, dramaturgo, polemista,
advogado de sua própria causa e, finalmente, mártir queimado vivo no Campo dei
Fiori — Bruno, através de todos esses modos e acidentes (conforme os chamaria)
do ser, permanece uma unidade espiritual consistente.” Esta tradução de O
canto de Circe e A arte da memória não desmente a apreciação do
romancista irlandês, pois, como alerta a tradutora Aurora Bernardini na
introdução, o método para memorizar coisas e sentenças, aqui exposto, toma por
base preceitos da tradição dominicana, mas é também, ou sobretudo, uma versão
mágico-mecânica da arte da memória, o que faria de Bruno um profeta dos
computadores, sem contradizer o fato de que o filósofo sempre foi um homem
embriagado de Deus, ainda mais do que Spinoza, como já se afirmou. “Essas
técnicas mnemônicas”, defende entusiasticamente John Regnault, secretário do
príncipe Henrique D’Angoulème e primeiro editor da obra, “permitem memorizar as
palavras com menor trabalho, exercício e empenho do que as outras. Os que tomam
esse caminho têm mais facilidade dos que os que escolhem outros métodos, pois
bastam três ou quatro meses para aprender, enquanto os outros precisam de três
ou quatro anos”. Aos que terão em mãos este livro bilíngue, o qual se propõe a
fortalecer o poder da memória natural, é dado este conselho num dos diálogos
que o compõem (o primeiro, entre a feiticeira Circe e uma serva; os outros
dois, entre discípulos de Giordano): “não desperdicem esta graça e este dom que
lhes foram dados”. O livro é publicado pela editora Iluminuras. Você pode comprar o livro aqui.
RAPIDINHAS
Flip 2023. A organização do evento divulgou esta manhã (1.º jul.) que a autora homenageada será Patrícia Galvão, reconhecida como Pagu e autora do primeiro romance proletário brasileiro.
Regressos. A Editora
Moinhos reimprimiu os quatro títulos da Coleção Artaud:
Os Tarahumaras,
Textos
surrealistas,
Para acabar com o juízo de Deus e
Correspondência com
Jacques Rivière, todos traduzidos por Olivier Dravet Xavier estão outra vez
disponíveis.
Macunaíma nunca sai de moda 1.
Daruê, um selo da Urutau, publica em Portugal uma nova edição da obra de Mário
de Andrade. O romance sai naquele país 95 anos depois da sua edição anterior
com posfácio da escritora, pesquisadora e crítica indígena Trudruá Dorrico.
Macunaíma nunca sai de moda 2.
No Brasil, a Global Editora publica uma nova edição com projeto gráfico a
partir do trabalho do artista, geográfico e arte-educador indígena Jaider
Esbell e com um ensaio inédito de Leyla Perrone-Moisés.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1.
Antologia pessoal, de Dalton
Trevisan (Record, 448 p.) Um dos nomes mais importantes do conto na literatura
brasileira selecionou da sua vasta obra 94 textos agora reunidos numa edição que poderíamos
chamar de definitiva no gênero. Certamente, uma porta de entrada interessante para
os leitores.
Você pode comprar o livro aqui.
2. Safari, de Pablo Toro (Trad. René Duarte, Peabiru, 282 p.)
Dividido em três partes, correspondentes a três espaços, três tempos e três
histórias em relação, este romance explora com humor os limites e as
possibilidades da arte de narrar.
Você pode comprar o livro aqui.
3.
Baiôa sem data para morrer, de Rui Couceiro (Biblioteca Azul, 416 p.)
O romance de estreia do escritor português é um regresso ao nunca ultrapassado
— quando bem desenvolvido — romance real-maravilhoso. Um velho
restaurador de casas abandonadas na pequena aldeia onde vive luta por fazer
renascer a vida local antes de morrer.
Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
Domingo, 2 de julho de 2023,
passam-se os cem anos do nascimento de Wisława Szymborska. Recordamos
este vídeo em que a poeta polonesa lê o seu poema “Um amor feliz”, texto que serviu
de título para a segunda antologia com sua obra poética publicada no Brasil.
Também podem
ler aqui, o poema “Uma foto de Wisława Szymborska”, de Ana Martins Marques, colhido de
Risque esta palavra.
BAÚ DE LETRAS
Da mesma geração mais frutífera da literatura polonesa, a que
nos deu conhecer Wisława Szymborska, Czesław Miłosz nasceu a 30 de junho de
1911. Foi o primeiro no seu país a receber o Nobel, em 1996.
Aqui, um breve
perfil.
Voltando a Szymborska. Desde 2011,
quando se publicou a antologia que apresentaria e transformaria seu nome num
dos mais quistos dos leitores brasileiros, o Letras publica matérias sobre a
poeta e sua biografia. Destacamos abaixo alguns desses textos:
a) Começamos com
este texto sobre
a antologia referida acima, “A poesia de Wisława Szymborska está mais viva que
nunca”.
b) Em 2012, saíram duas crônicas:
esta de Pedro Fernandes; e
a tradução desta de Ruth Franklin. Foi neste ano que
ficamos sem a poeta polonesa.
c) Dois anos adiante, traduzimos
este material sobre os últimos poemas de Szymborska. E, em 2016,
falamos sobre a nova antologia que se publicava entre nós, a referida na seção anterior,
Um
amor feliz.
d) A poeta brasileira Fernanda
Fatureto, então colunista do
Letras, escreveu
“A poeta do acaso”. Isso em
2018, quando também traduzimos
este texto sobre os conselhos editoriais de Szymborska
aos aspirantes a escritores num jornal onde atuou como colaboradora durante
longa parte de sua vida.
e) Em 2020, recebíamos a biografia
Quinquilharias, recordações, de Anna Bikont e Joanna Szczęsna — falamos
aqui. E uma nova antologia,
Para o meu coração num domingo, que
comentamos
aqui.
f) Os textos mais recentes acrescentados
ao nosso baú foram “Ler é o passatempo mais bonito criado pela humanidade”,
aqui, e este breve perfil recolhido
aqui.
DUAS PALAVRINHAS
Considero que o poeta não é
vocacionado para comentar sua própria criação, é preciso silenciar. Mas, se
alguma coisa eu tenho que dizer, então gostaria de me reportar, obviamente
toute
proportion gardé, a Goethe. Existe um pensamento dele que provavelmente procede
das suas conversas com Eckermann que diz mais ou menos isto: o poeta sabe o que
quis escrever, mas não sabe o que escreveu — isso me parece algo sábio e
espirituoso.
— Wisława Szymborska.
...
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
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