Boletim Letras 360º #531

 
 
DO EDITOR
 
1. Olá, leitores, como vão? Eis a 531.ª edição do Boletim Letras 360.º com parte das novidades que circularam durante a semana nas redes do Letras e outros acréscimos sempre exclusivos nesta publicação.
 
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Thomas Bernhard. Foto: Alexander Beck


 
LANÇAMENTOS
 
Publicado pela primeira vez em 1978, Sim é o relato exasperado e convulsivo de um cientista sem perspectivas e seu encontro com uma mulher tão sombria quanto ele.
 
O narrador desta novela tinha acabado de chegar à casa de seu amigo Moritz quando passos se fizeram ouvir na porta da frente. Os suíços, anunciou o velho negociador de imóveis. O plural, porém, deveria estar no singular: um suíço, sim, e sua esposa, mas ela talvez armênia, ou persa. O casal havia aparecido de surpresa para jantar e discutir novos negócios na região, sendo o suíço o responsável por conduzir a conversa, enquanto a mulher se mantinha em silêncio. Sua introspecção chama atenção do narrador, um homem também introspectivo que procurara Moritz para desabafar sobre seus pensamentos sombrios, quase suicidas, quando se deparou com alguém que poderia entendê-lo. A solidão a que se propôs quando decidiu dedicar-se a seus estudos científicos no interior, longe das distrações dos amigos, dos amores e das emoções da cidade grande, afundaram o narrador em um processo depressivo que parecia não ter volta — até o encontro com a persa. Combinados de passear numa floresta de lariços, os dois nutrem diálogos filosóficos e trocam angústias e tormentas que culminam na resposta definitiva que dá título a este livro. O relato frustrado e frustrante de seu narrador, em um ciclo que tira o fôlego ao mesmo tempo que provoca o riso e o desespero absoluto, é o exemplo perfeito da literatura de Thomas Bernhard — hipnotizante, inquietante, única. Sim é mais uma de suas obras-primas. A tradução de Sergio Tellaroli é publicada pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
A estreia de Rui Couceiro também chega ao Brasil.
 
Os leitores de Valter Hugo Mãe e Gabriel García Márquez vão se apaixonar por essa obra envolvente, com doses de ironia e um toque de realismo fantástico. Com grande habilidade em contar histórias pitorescas de pessoas comuns da zona rural de Portugal, o escritor português Rui Couceiro estreia na ficção com maestria. Sua escrita é marcada por personagens complexos e pelo humor descontraído ao abordar assuntos mais sérios, como a morte, a velhice e a curiosidade mórbida pela intimidade alheia. É nesse contexto que conhecemos Joaquim Baiôa, um idoso que se dedica a restaurar casas abandonadas de sua pequena aldeia, Gorda-e-Feia, localizada em Alentejo. O vilarejo é um lugar monótono, com moradores velhos à espera da morte, e uma sensação constante de abandono. Quando um jovem professor descobre que a antiga casa de seus avós foi restaurada por Baiôa, ele decide largar a vida agitada da cidade para morar na aldeia, e acaba ajudando o velho homem na reconstrução do vilarejo. Com a esperança de atrair novas pessoas e fazer renascer a vida do local, Baiôa se dedica arduamente ao trabalho antes que chegue o dia de sua morte. E, por incrível que pareça, ele sabe quando todos os moradores de Gorda-e-feia vão morrer, só não faz a mínima ideia de quando ele próprio irá partir. Baiôa sem data para morrer é um romance autêntico e reflexivo sobre a vida no interior, a dicotomia entre o urbano e o rural, e a luta de um homem pela defesa de seu lugar de origem. O livro é publicado pela Biblioteca Azul/ Globo Livros. Você pode comprar o livro aqui.
 
O novo livro de Alberto Martins.
 
Um grupo de teatro amador tenta montar uma peça do poeta russo Vladímir Maiakóvski na zona portuária de Santos, na década de 1940. Aquilo que poderia ser tão só a aventura de um punhado de jovens movidos pelo desejo de experimentação acaba por se tornar o acontecimento decisivo de suas vidas. Violeta: uma novela — o terceiro livro da série “A História dos Ossos”, de Alberto Martins, iniciada em 2005 — mescla, de forma inventiva, registro factual, negativos fotográficos e fabulação poética. Em suas páginas, um narrador contemporâneo se desloca por Santos e seus canais na tentativa de recompor a juventude desconhecida de seu pai, atravessando um emaranhado de tempos e lugares que, ao fim, fazem aflorar um sinistro espelhamento entre os anos de 1946 e 1964, que ainda ecoa no presente. Relato lírico, geográfico e político, Violeta propõe ao leitor uma investigação que, ao entremear realidade e ficção, expande um lugar até o limite de suas possibilidades. O livro é publicado pela Editora 34. Você pode comprar o livro aqui.
 
O segundo volume da Quadrilogia das Estações, uma enciclopédia pessoal em que o autor da aclamada série autobiográfica Minha Luta descreve brevemente a vida como ela se apresenta: em sua grandiosidade e pequenez.
 
É inverno, e Karl Ove Knausgård experiencia ao lado da esposa o último semestre da gestação da filha. Assim como em Outono — mas agora motivado por um clima mais austero e vagaroso — ele elabora ensaios singulares sobre o mundo que ela irá encontrar ao nascer. Na carta que abre este volume, o destinatário era a filha ainda não nascida do autor. Por quase dois meses, a preparação para a sua chegada era feita através de pequenas mas extraordinárias reflexões sobre a neve, alguns objetos de casa, Natal e Papai Noel, animais, amigos. No meio da escrita do livro, porém, uma surpresa: o nascimento, um mês antes do planejado. Na passagem da filha ainda na barriga para a da criança em seus braços, a percepção de mundo de Karl Ove Knausgård é aguçada, criando um repertório poético da existência que perpassa temas como limites, hábitos, sexo e o “eu”, ao mesmo tempo que trata de bichos de pelúcia, cotonetes, fogos de artifício e cadeiras. Aqui, de certa forma, Knausgård mostra a vida como ela realmente é: mundana e sublime. Inverno é publicado pela Companhia das Letras com tradução de Guilherme da Silva Braga. Você pode comprar o livro aqui.
 
A saga de uma família e as tradições da comunidade armênia.
 
Descendente de armênios, Meliné cumpriu todas as expectativas ancestralmente depositadas nela: casou-se com Zohrab, cuidou da casa e da filha, Aline, honrou e frequentou a família, os eventos, as práticas. Um dia, em um telefonema, uma notícia invade seu mundo na frequência de um abalo sísmico. Incapaz de lidar com a mudança, Meliné mergulha em suas origens procurando se abrigar nas lembranças e particularidades da cultura armênia — costumes, uma língua própria, os pratos típicos da culinária — e nas vozes das mulheres, todas como ela. Nesse processo, vive a delicada tensão entre submeter-se ou libertar-se de uma tradição que oprime, mas também acolhe; que amarra, mas também afaga; que protege, mas também limita. Em Um amor de filha, Meliné compartilha protagonismo com a saga de sua família e as tradições da comunidade armênia. Assim, abre espaço para pensarmos a relação entre mãe e filha e a condição feminina. Tudo isso a partir de um ponto de vista até agora pouco explorado na literatura brasileira. O livro é publicado pelo selo Autêntica Contemporânea. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um dos poetas mais expressivos em atividade no país, Ruy Espinheira Filho reúne suas criações líricas em A invenção da poesia.
 
Considerado por Carlos Drummond de Andrade um autor de uma “poesia concentrada e de sutil expressão”, Ruy Espinheira Filho é consagrado pela crítica e ganhador dos principais prêmios literários do país. Em A invenção da poesia, o poeta baiano reúne suas criações líricas produzidas entre 2019 e 2022. Divididos em três partes, os poemas revelam dores que o passado ainda remonta, voltando a sentimentos e questões que se prolongam no presente. Um livro repleto de recordações. Na primeira parte, Ruy percorre temas e espaços regionais, com a mesma desenvoltura que se detém naqueles de cunho universal. Na segunda parte, faz referência aos dias mais obscuros da pandemia. E finaliza com uma homenagem aos ilustres Machado de Assis e Graciliano Ramos, a partir de possíveis diálogos estabelecidos com suas obras. A invenção da poesia apresenta um eu lírico que se mostra impressionado e reflexivo acerca da passagem do tempo. Com caráter intimista e destreza para revelar minúcias, Ruy Espinheira Filho evidencia brilhantemente como a natureza humana se manifesta em épocas e situações as mais diversas. O livro é publicado pela editora Record. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um relato delicado e emocionante sobre as paixões e angústias de Amós Oz, o mais renomado escritor de língua hebraica do século XX, a partir do olhar sensível e apaixonado de sua esposa.
 
Amós Oz era ainda um adolescente quando percebeu que estava apaixonado por Nili Zuckerman. Certa vez, ele a observou dançar no refeitório do kibutz Hulda, onde os dois se conheceram e passaram a conviver lado a lado. À época ele já usava o nome pelo qual se consagraria como escritor, enquanto o anterior, Amós Klauzner, ficaria no passado — assim como o suicídio de sua mãe e a nova família de seu pai. O que continuaria com ele seria o desejo de escrever e Nili. Os traumas da infância, as cicatrizes da solidão, a rotina no kibutz, os anos no exército, o casamento, os primeiros livros, os filhos, os prêmios — tudo é retratado com singular carinho e admiração neste livro, resultado de longas conversas entre Nili Oz e sua prima Anat Neuberg-Petrover. Narradora privilegiada, Nili reconstrói os sessenta anos da vida a dois com Amós, desde o primeiro encontro até a morte dele, em 2018. Uma história real de amor, companheirismo e amadurecimento que resgata o legado de um dos maiores escritores de todos os tempos. Com tradução de Paulo Geiger, Meu Amós sai pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
A prosa breve da escritora argentina Mariana Sández.
 
Às vezes nos perguntamos qual a história das pessoas que cruzamos na rua, nas filas, nas viagens, no trabalho. Os contos de Mariana Sández são habitados por essas pessoas normais, comuns, figuras que vemos todos os dias e que podem ou não carregar uma boa história. Uma das habilidades da Mariana é desvendar estas histórias e trazê-las para nós. As narrativas de Algumas famílias normais podem parecer, a uma primeira vista, simples, coisas do dia a dia, mas através do olhar da Mariana Sández se transformam em histórias inesquecíveis. Com tradução de Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra, o livro é publicado pela editora Arte & Letra. Você pode comprar o livro aqui.
 
REEDIÇÕES
 
A Edusp reedita livro que reúne quatro novelas de Mikhail Bulgákov.
 
“As aventuras de Tchítchikov”, “Diabolíada”, “Os ovos fatais” e “Um coração de cachorro” são as quatro novelas de Bulgákov incluídas neste volume. Foram traduzidas diretamente do russo por Homero Freitas de Andrade e são acompanhadas, nesta edição, de ensaio que analisa aspectos da prosa satírica do escritor e apresenta uma visão geral do gênero nos primeiros anos da literatura russo-soviética, destacando a contribuição de Bulgákov e de Maiakóvski para a renovação do gênero. Para Bulgákov, a sátira cria-se a si própria, de repente, quando surge um escritor que repara na imperfeição da vida corrente e, indignando-se, inicia seu desmascaramento artístico. A prosa de Bulgákov segue e dialoga com a rica tradição literária russa que o antecedeu, especialmente de Gógol, referência explícita da novela “As Aventuras de Tchítchikov”, que abre o volume.
 
Uma viagem interliterária do autor de O anticrítico e Poesia Antipoesia Antropofagia & Cia. em nova edição revista pelo autor.
 
Publicado pela primeira vez em 1989, À margem da margem é um mosaico de ensaios em torno de pontos limítrofes do cânone literário mundial: uma visita aos textos marginais de autores marginais, ou obras marginais de autores consagrados. Escritos em momentos distintos e reunidos pelo próprio autor, os textos que compõem este volume têm em comum o interesse pelos que “buscaram caminhos não balizados, abriram sendas novas, estranhas ao território habitual da poesia ou da literatura”. Um dos fundadores da poesia concreta no Brasil, Augusto de Campos percorre desde nomes pouco conhecidos a ícones como Gustave Flaubert e Ezra Pound, passando também por brasileiros como Oswald de Andrade e Pagu, e o faz tanto no conteúdo quanto na forma, incluindo poemas e intraduções — traduções-arte que integram a concepção gráfica do livro às reflexões que este provoca. Como afirma o poeta: “de algumas vozes dissonantes, minoritárias, pode provir, subitamente, uma luminosidade inadvertida que desbanalize o som, vare o marasmo e sacuda o tediário cotidiano”. O livro é reeditado pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
RAPIDINHAS
 
O ponto final da Pará-grafo 1. A editora paraense que voltou a colocar em circulação a obra do necessário Dalcídio Jurandir e revelou tantos novos autores do Norte do país fechou.
 
O ponto final da Pará-grafo 2. O editor Dênis Girotto de Brito publicou nota no Instagram da casa justificando a decisão: “a tarefa de gerir sozinho uma micro editora numa cidadezinha no interior da Amazônia não é fácil. Tudo é mais difícil, mais longe, mais custoso e, no fim das contas, percebi que o retorno que tenho com a empresa (quando há retorno) não vale o tempo que deixo de estar com minha família ou comigo mesmo”.
 
O ponto final da Pará-grafo 3. Parte dos livros da casa estão à venda a preço módico e a parte não vendida será doada a bibliotecas públicas e projetos sociais.
 
Zila, toda poesia. Duas décadas depois, a Edufrn reedita a obra poética completa de Zila Mamede. Rosa de pedra, Salinas, O arado, Corpo a corpo e Exercício da palavra e Herança são publicados em edições individuais e com novo projeto editorial construído a partir dos bordados de Angela Almeida.
 
Os microcontos brasileiros do século XX. A antologia Os cem menores contos brasileiros do século, organizada por Marcelino Freire ganha 6.ª edição pela Ateliê Editorial. Desta vez, com três textos inéditos, de Lygia Fagundes Telles, Reinaldo Moraes e Reynaldo Damazio.

OBITUÁRIO
 
Morreu Philippe Sollers.
 
Philippe Sollers nasceu em Talence, Gironde, a 28 de novembro de 1936. Logo cedo, deixou os estudos formais para se dedicar exclusivamente à literatura. Seu primeiro romance publicado aos 22 anos foi logo bem recebido por parte importante da crítica francesa. No segundo livro, três anos mais tarde, recebe o importante Prêmio Médicis. A partir daí construiu uma vasta obra que se desdobra em mais de oito dezenas de títulos e se destaca na prosa (ensaio e romance). Em 1960 ajuda a fundar Tel Quel, revista em torno da qual reuniu parte importante dos escritores de vanguarda e dos intelectuais que marcaram o pensamento na segunda metade do século XX, tais como Claude Simon, Michel Butor, Francis Ponge, Nathalie Sarraute, Alain Robbe-Grillet, Michel Foucault, Jacques Derrida, Jacques Lacan e Roland Barthes. No Brasil, é conhecido alguns dos seus principais livros: entre os romances, O parque, livro de 1965, e Mulheres, que o destacou internacionalmente a partir de 1983; e no ensaio, O paraíso de Cézanne e Sade contra o ser supremo. Sollers morreu no dia 5 de maio de 2023, em Paris, conforme anúncio da Gallimard, sua casa editorial.
 
Morreu Kalliane Sibelli Amorim.
 
Kalliane Sibelli Amorim nasceu a 14 de junho de 1982 em Umarizal. Muito cedo mudou-se para Mossoró, cidade que adotou com terra natal. Graduou-se em Letras/ Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, instituição onde cursou Especialização em Leitura e Produção Textual e Mestrado em Letras. Com a carreira de professora, primeiro em várias escolas do ensino básico e mais tarde no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, construiu sua dedicação ao ofício literário. Foi colunista no jornal Littera e colaborou com frequência para antologias, cadernos e periódicos culturais e/ ou dedicados à literatura. Sua estreia na poesia é com o livro Outonos, em 2003, editado pela tradicional Coleção Mossoroense; depois vieram Exercício de silêncio (Queima-Bucha, 2006), Relicário (Sarau das Letras, 2015) e Peregrina (Sarau das Letras, 2020). Em 2005, Kalliane Amorim recebeu o Prêmio Luís Carlos Guimarães, da Fundação José Augusto. A poeta morreu no dia 10 de maio de 2023 em Mossoró.
 
DICAS DE LEITURA
 
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1. Pureza, de Garth Greenwell (Trad. Fabricio Waltrick, Todavia, 224 p.) Recém separado de R. e reintegrando-se à vida fora do casamento, um professor estadunidense escolhe Sófia, capital de Bulgária recém-democratizada, como novo ponto de aprendizagem de um mundo íntimo e social em complexo impasse entre o passado e o presente. Você pode comprar o livro aqui
 
2. Primeira memória, de Ana María Matute (Trad. Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra, Grua Livros, 240 p.) A vida de uma menina um tanto incomum pelos tortuosos caminhos da difícil fase em que a casca da infância se rompe e a adolescência explode. Você pode comprar o livro aqui

3. Partido das coisas, de Francis Ponge (Trad. Adalberto Müller, Iluminuras, 176 p.) Livro que revolucionou a poesia no século XX ao propor uma poética descritiva das coisas cotidianas e na elaboração de um pensamento sobre o comum e o inefável do trivial que nos cerca. Você pode comprar o livro aqui
 
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
No segundo semestre de 2010 se publicava a 2.ª edição da revista 7faces. Este número com homenagem ao poeta Jorge Fernandes trouxe entre os poetas, textos de Kalliane Sibelli Amorim. É possível acessar o periódico e os poemas da poeta potiguar aqui
 
BAÚ DE LETRAS
 
Por falar sobre a chegada de um novo título do norueguês Karl Ove Knausgård, aproveitamos para recordar a sequência de textos sobre cada um dos seis volumes da sua célebre Minha luta. São sete resenhas escritas por Pedro Fernandes e publicadas entre 2014 e 2022.   
 
DUAS PALAVRINHAS
 
Para lutar contra a uniformização, o escritor trata de singularizar-se mediante ínfimos movimentos moleculares, sublimes ou vulgares. Tudo é útil.
 
— Philippe Sollers

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