Boletim Letras 360º #528
5. Esperamos que este fim de semana prolongado esteja rendendo algum descanso e boas leituras. Até a próxima!
Sylvia Plath. Arquivo Lilly Library |
Ainda Sylvia Plath. Um mergulho vertiginoso no último
ano de vida de uma mente genial e atormentada.
Depois de uma pesquisa meticulosa
em torno da biografia e da obra de um dos nomes mais cultuados da literatura do
século XX, Elin Cullhed reconstitui de maneira ficcional, em primeira pessoa,
os últimos meses de Sylvia Plath, que morreu tragicamente, aos trinta anos. Em uma prosa luminosa e
arrebatadora, a escritora sueca esmiúça as angústias de uma artista que, no fim
da vida, experimentou uma espécie de catarse produtiva. A derrocada do
casamento com o poeta Ted Hughes e os intensos conflitos psicológicos
culminaram na composição de poemas emblemáticos da carreira de Sylvia Plath,
que integrariam seu livro mais conhecido, “Ariel”, publicado postumamente em
1965. Euforia explora as contradições
que precederam o desfecho de uma trajetória brilhante e atribulada. Com
surpreendente liberdade de imaginação, Cullhed se dedica a investigar a
ambiguidade da solidão, os prazeres do sexo, o sofrimento provocado pela
traição, as privações da maternidade e a devoção incondicional ao ofício da
escrita. Com tradução de Kristin Lie Garrubo, o livro é publicado pela editora
Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
O primeiro livro da nova casa editorial brasileira.
A publicação do romance A menina que não fui, em 1903, não passou
incólume às reações mais apaixonadas, oscilando entre o escândalo suscitado
pela temática homossexual e o louvor apaixonado da crítica, que elegeu Han Ryner
o “príncipe dos contadores”. Escritor prolífico, Ryner é conhecido por seus
ensaios e romances, marcados pela defesa das liberdades individuais, inclusive
do “poliamor”, e por sua atuação no movimento anarquista. A história do livro
agora publicado no Brasil, se passa em grande parte no Sul da França, no
internato Saint Louis de Gonzague, onde o próprio Ryner viveu durante dois anos
de sua vida, e onde as descrições geográficas se sintonizam e destoam da psique
de François. Trata-se de um texto intimista, em grande parte escrito em forma
de diário, no qual François de Taulane, em desespero, se dispõe a escrever suas
memórias, desde as angústias da orfandade e o ambiente hostil do internato
católico até as tentativas fracassadas de se envolver com mulheres para fugir
do assédio e das “amizades particulares”. O lirismo delicado na construção
psicológica é permeado por descrições comoventes, consideradas explícitas para
a época. Foi exatamente essa força do texto estimulou a estreante editora
Ercolano a trazê-lo ao público brasileiro, a partir do louvável trabalho de
resgate e pesquisa de Marie-France David-de Palacio e Patrick Cardon, da
editora francesa Gay Kitsch Camp. O livro tem prefácio do João Silvério
Trevisan e tradução de Régis Mikail. Você pode comprar o livro aqui.
Considerado o primeiro romance russo de temática gay, ganha nova edição no
Brasil.
Franco e afirmativo, Asas tornou-se um dos textos-chave da
história da literatura queer ao apresentar uma narrativa que fala de forma
aberta e naturalizada sobre o amor entre homens, algo inédito até então nos
romances russos. A obra de Mikhail Kuzmin (1872-1936), com tradução de
Francisco de Araújo, foi publicada em 1906 e obteve notoriedade imediata — se
por um lado os críticos conservadores rejeitavam sua ousadia, grande parte do
público passou a admirar o escritor. O
poeta russo Ivan Sokolov observa no posfácio à edição que “se perdoarmos o
anacronismo da terminologia, não será difícil concordar com aqueles estudiosos
que consideram Asas o primeiro romance de coming-out do mundo. Não é,
decerto, o coming-out [...] como o conhecemos hoje, que se descreve no
romance; mas a franqueza de Kuzmin sem dúvida fez dele um pioneiro”. Diferente
de outros grandes autores que abordaram o tema — como Oscar Wilde, André Gide e
o brasileiro Adolfo Caminha, até de forma bem mais explícita, em Bom crioulo
—, Kuzmin está na vanguarda por trazer pela primeira vez uma história de amor
gay com final feliz. Com ares de romance
de formação, o enredo tem como protagonista o jovem Ivan Smúrov, ou Vánia, que sai
do interior para estudar em São Petersburgo, onde vai morar com a família de um
tutor e estabelece uma relação especial com Natália, filha do anfitrião. As
cenas se desenvolvem no ambiente da classe alta culta, em que se destaca
Stroop, sujeito refinado e muito desenvolto, que não esconde a natureza de sua
relação com outros homens e se tornará uma espécie de mentor, ao tempo temido e
admirado pelo rapaz. Num meio propício a maledicências, Vánia tenta se afastar
do amigo, sem sucesso, enquanto dá início a um novo aprendizado de arte,
história e sentimentos. “Livre dos preconceitos da vida tradicional você pode
se converter no perfeito homem moderno, se quiser”, lhe diz Stroop. A narrativa
veloz de Asas, feita de cenas curtas e sem subterfúgios, abriga diversos
personagens que constroem uma polifonia de ideias e pontos de vista sobre temas
como a beleza, a moral e a sensibilidade. Kuzmin era também compositor, e a
música, sobretudo a de Richard Wagner, ocupa lugar privilegiado nos diálogos do
romance. A Antiguidade Clássica é outra presença importante, com destaque
especial para o belo Antínoo, amante do imperador romano Augusto. De resto a
filosofia neoplatônica ecoa por todo o livro, de tal forma que a
homossexualidade é vista como uma possível determinação divina. “É difícil ir
contra o que está posto”, diz uma personagem. “Talvez até seja pecado.” O livro
sai pela editora Carambaia. Você pode comprar o livro aqui.
Ir ao passado para abrir o armário alheio.
Uma investigação sobre o segredo que moldou a vida de um homem, um
romance especulativo, uma biografia fotográfica e, ao mesmo tempo, um relato
autobiográfico que suscita, sem necessariamente responder, importantes
questões: é possível conhecer alguém? É possível escrever uma vida? É possível
narrar o outro sem narrar a si mesmo? “Quando eu tinha vinte anos, minha mãe
avisou que meu tio-avô viria morar com a gente. Ele era, como se dizia na
época, ‘esquisitão’: um tipo calado, um solteirão convicto, alguém que morou a
vida inteira de favor no quartinho de fundos da irmã mais nova. Além disso, ele
tinha uma paralisia nas pernas, possivelmente causada pela sífilis, e empurrava
com os pés um balde de urina. Isso fazia com que ele se fechasse no seu próprio
mundo. Ao mesmo tempo, várias histórias circulavam à boca miúda sobre o seu
passado: como ele foi um homem bonito, boêmio, um pé de valsa, como teve um
‘convívio respeitoso’ com os malandros da Lapa. O tio Ricardo morou lá em casa
por cinco anos, tempo suficiente para que gostássemos um do outro, mesmo sem trocar
quase nenhuma palavra. No seu enterro, éramos apenas cinco ou seis pessoas.
Vinte e tantos anos depois, encontrei uma caixa de sapatos no armário que tinha
sido da minha avó. Nessa caixa, estavam as fotos do meu tio e os seus
documentos. Revirando tudo, comecei a imaginar a vida que ele pode ter vivido e
consegui enxergar aquilo que era o seu segredo.” O livro de Felipe Charbel, Saia
da frente do meu sol é publicado pelo selo Autêntica Contemporânea. Você pode comprar o livro aqui.
Uma antologia organizada e traduzida por Affonso Romano de Sant’Anna reúne
duas dezenas de poemas de Pablo Neruda.
“Neruda é poeta de contar e cantar. Sua vida é o manancial de onde bebe
sua matéria-prima poética”. Esta frase, que abre o prefácio do livro, sintetiza
a produção de Pablo Neruda e, em boa medida, já nos apresenta a proposta de 20
poemas de vida e um sino quebrado. Esta seleção de poemas, apresentada em
uma bela edição bilíngue, conta com singular trabalho de tradução para o
português do escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna. O livro nos
transporta para um mapa lírico biográfico de Pablo Neruda. Já no prefácio temos
acesso a uma breve biografia do poeta, construída de forma a destacar paralelos
que mostram como a vida deste chileno ganhador do Nobel de Literatura está
representada em cada poema que encontramos nesta magnífica leitura. Através da
linguagem magistralmente inventiva de Neruda, temos acesso a experiências e
momentos marcantes de sua vida, da infância à maturidade, passando pela perda
da mãe biológica na infância; os primeiros romances, inclusive, com uma jovem
viúva; os períodos em que morou na Europa; o contato com as tragédias da guerra;
e, claro, seu engajamento político. Constantemente associados ao Surrealismo,
os versos de Neruda apresentam características singulares, transitando entre o
belo e o grotesco, ora cobertos pelo niilismo, ora se aproximando mais da
crítica sociopolítica, para abarcar temas como a guerra civil espanhola, os
problemas sociais, a exploração dos homens, entre outros temas. Seus poemas não
lineares, caracterizados pela repetição de conectivos aditivos — que amarra a
leitura dos versos até o fim —, são um dos exemplos de sua marca própria que o
consolidou no panteão como um dos mais importantes poetas de língua espanhola.
E o lançou diretamente no coração de gerações de leitores. Publicação da
editora Global. Você pode comprar o livro aqui.
O novo romance de Micheliny
Verunschk depois de O som do rugido da onça.
Um crime choca os moradores de uma
pequena cidade no interior do Brasil: uma mulher é queimada viva, em um ritual
motivado por razões religiosas, a fim de purificar a vítima e endireitá-la para
o “caminho do bem”. A violência parece ter se tornado parte da paisagem: desde
que uma comunidade evangélica se instalou na região, episódios do tipo se
tornaram cada vez mais comuns. Cabe então ao leitor juntar fragmentos, seguir
as pistas e acompanhar os rastros de uma mulher que tenta organizar a narrativa
desse trágico acontecimento — enquanto ela mesma tenta lidar com seus próprios
traumas e a ausência de um grande amigo. Em Caminhando com os mortos,
a premiada escritora Micheliny Verunschk constrói um romance inovador e
assustadoramente atual, que demonstra como o ódio às mulheres e às minorias
atravessa os séculos, sobretudo quando se vale do fanatismo religioso. Você pode comprar o livro aqui.
Outra face de João Anzanello
Carrascoza: o ensaísta.
João Anzanello Carrascoza,
ficcionista e estudioso da publicidade, já demonstrou em suas obras como o
texto publicitário mimetiza recursos linguísticos e procedimentos usuais da
literatura na formação de seu cânone. Em A lírica do consumo, ele
subverte este ponto de partida, ao investigar aspectos do consumo mobilizados
na comunicação publicitária por meio de obras literárias de autores nacionais e
estrangeiros. O livro reúne onze ensaios de alta voltagem analítica e absoluta
originalidade, além do texto integral de sua “Suíte Acadêmica”, artigo
científico que causou polêmica no campo pela escrita em prosa poética. O livro
é publicado pela Ateliê Editorial. Você pode comprar o livro aqui.
A publicação de uma peça teatral da escritora Prêmio Nobel de Literatura
Elfriede Jelinek.
O que aconteceu após Nora deixar a Casa de Bonecas ou Pilares das
Sociedades, peça escrita em 1979 pela romancista, ensaísta e dramaturga
austríaca Elfriede Jelinek, começa exatamente no ponto em que termina Casa
de Bonecas, escrita pelo norueguês Henrik Ibsen cem anos antes.
Protagonista de ambas as peças, Nora aparece em Ibsen como uma figura feminina
aparentemente bem enquadrada na sociedade patriarcal e que, no entanto, se
liberta pouco a pouco de sua condição submissa, deixando a casa onde morava e
abandonando marido e filhos. Já a peça de Jelinek tem início no momento em que
Nora inicia sua trajetória como mulher emancipada, mas nem por isso livre das
estruturas de dominação que a assujeitam, seja em virtude de sua condição de
operária de fábrica, seja em seu novo casamento com o Cônsul Weygang —
empresário avarento e calculista que a autora foi buscar entre os personagens
de outra peça de Ibsen, Pilares da Sociedade —, seja ainda pelas
pressões econômicas que a desafiam continuamente em sua busca pela realização
pessoal. O argumento desta obra, concebida como um drama secundário, nasce de um
interesse que sempre moveu a atividade criadora de Elfriede Jelinek: resgatar
figuras femininas, reais ou literárias, como forma de tematizar questões
sociais profundas e complexas. Com tradução e nota tradutória de Angélica Neri,
Gisele Eberspächer, Luiz Abdala Jr. e Ruth Bohunovsky e prefácio Ruth
Bohunovsky, o livro é publicado pela editora Temporal. Você pode comprar o livro aqui.
Do autor de Equador, uma
provocação sagaz sobre como nos relacionamos uns com os outros e como nossas
sociedades, que parecem tão civilizadas e altruístas, podem ser tomadas pela
barbárie e pela luta animalesca pela sobrevivência.
Pablo tem 93 anos e uma vida
imensa. Lutou na Guerra Civil Espanhola, fugiu da morte na França, sobreviveu a
um campo de extermínio nazista na Áustria e depois viveu 75 anos tão feliz
quanto possível — até que uma pandemia de proporções imagináveis se alastrou
pelo mundo e ele se viu abandonado em um lar de idosos na Espanha. É nesse
mesmo local que trabalha Inez, uma médica espanhola que deixa seu marido e sua
casa para trás para enfrentar a nova realidade que confronta não apenas sua
profissão, mas tudo o que está à sua volta. Ao conhecer Paolo, um médico
intensivista italiano que está na linha de frente do combate à covid-19, ela
pouco a pouco toma dimensão de que essa nova doença é sinônimo de solidão e vai
virar a vida de todos eles de cabeça para baixo. É um vírus desconhecido, que
convoca cada indivíduo a enfrentar dilemas éticos a que se julgavam imunes. Último
olhar, de Miguel Sousa Tavares é uma história sem tréguas nem
contemplações, um convite para o leitor refletir sobre um passado próximo e
vislumbrar as possibilidades de um futuro novo, em reconstrução. O romance é
publicado pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Valter Hugo Mãe: quando o papel
de cuidar se inverte na relação de amor de um filho por uma mãe.
Com seu inconfundível estilo
literário, o renomado escritor português Valter Hugo Mãe fala sobre o delicado
momento em que os filhos se tornam pais de seus pais. O autor narra detalhes da
sua rotina e demonstra todo o amor e gratidão que sente pela mãe, refletindo
sobre a fragilidade e a simplicidade da vida. A minha mãe é a minha filha conta
com as belas ilustrações da artista plástica Evelina Oliveira. O livro é
publicado pela editora Biblioteca Azul. Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
Nova edição de A mulher que
amou demais, de Nelson Rodrigues.
Em 1949, no jornal carioca O
Diário da Noite, nascia Myrna, pseudônimo que Nelson Rodrigues criou para
assinar colunas diárias em que respondia a cartas de leitores e leitoras com
conselhos amorosos e de relacionamento. A coluna foi um sucesso, e no mesmo ano
a escritora se atrevia a uma nova empreitada: o romance-folhetim A mulher que
amou demais, uma envolvente história de suspense com todos os elementos que
tanto agradavam aos leitores de então e que Nelson trabalhava como ninguém:
conflito familiar, desnudamento humano, conflito amoroso, mistério e paixão
avassaladora. Narrada com uma linguagem oral e dinâmica, a história, passada em
apenas um dia ― o dia anterior ao casamento de Lucia e Paulo ― prende o leitor
até a última linha. A reedição agora publicada pela HarperCollins Brasil conta
com prefácios da jornalista e escritora Bruna Maia e do crítico literário e
professor Luis Augusto Fischer. Você pode comprar o livro aqui.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
Livros sobre livros, qual leitor não
os ama, nãos os quer, não os lê? Um dia antes do Dia Mundial do Livro,
regressamos a este tópico para recomendar outros três títulos fixados no mesmo
interesse. Quer conhecer outras recomendações? Visite a seção Baú de Letras no
fim deste Boletim.
1. Como organizar uma
biblioteca, de Roberto Calasso (Trad. Patricia Peterle, Companhia das
Letras, 144 p.) Dos livros que se leem numa sentada. Como autoexplica o título,
neste trabalho o exímio ensaísta florentino discorre sobre a complexa tarefa de
organizar uma biblioteca, das raízes desse tipo de livro — isto é, dos livros
sobre livros — com Mme. de Sablé e La Rochefoucauld às algumas das próprias
circunstâncias que tomaram o autor na formação de seu acervo particular. Você pode comprar o livro aqui.
2. A memória vegetal, de Umberto
Eco (Trad. Joana Angélica de Melo, Record, 272 p.) Outro italiano e este também
um apaixonado pelo livro com vários trabalhos que demonstram isso, seja as
investigações por listas das mais variadas, seja mesmo tratando disso em seus
romances, como O nome da rosa. Neste conjunto de ensaios, Eco registra
nossa aproximação ao invento mais sofisticado de sempre e as transformações mentais
depois disso. Você pode comprar o livro aqui.
3. Uma vida entre livros, de José Mindlin (Edusp, 232 p.) Aquele que foi
um dos maiores bibliófilos no Brasil, confessa-se. Escrito a pedido do amigo
Antonio Candido, este livro passa em revista o amor de Mindlin pelos livros e a
história da formação de sua biblioteca hoje integrada ao complexo de
bibliotecas da Usp. Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
No dia do nascimento de Hilda
Hilst copiamos para a nossa galeria de vídeos no Facebook, uma conhecida entrevista com a escritora, poeta e dramaturga brasileira realizada em 1990 para a TV
Cultura por ocasião da apresentação de O caderno rosa de Lori Lamby. Hilda
Hilst nasceu a 21 de abril de 1930 em Jaú, interior de São Paulo.
Que tal um passeio com Vladimir Nabokov?
Ainda nos passos dos aniversários, neste dia, em 1899, nasceu em São Petersburgo
o mais estadunidense dos russos.
BAÚ DE LETRAS
Na edição 372 do Boletim Letras 360.º — outra vez por ocasião da data de
23 de abril — a seção Dicas de leitura trouxe como recomendação outros três
livros sobre livros. Saiba quais, por aqui. Mais tarde, na edição 424, também —
veja aqui.
— Hilda Hilst, entrevista para os Cadernos de Literatura Brasileira
...
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
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