Boletim Letras 360º #520
DO EDITOR
1. Queremos realizar o próximo
sorteio entre os apoiadores do blog no próximo dia 7 de março de 2023. Até lá é
possível se inscrever para concorrer a um dos dois livros disponibilizados: Lições,
de Ian McEwan (Companhia das Letras) e Aniquilar, de Michel Houellebecq
(Alfaguara).
2. Para registrar seu apoio é
simples. Basta enviar a partir de R$20 através do PIX blogletras@yahoo.com.br e
em seguida fornecer o comprovante por este mesmo endereço de e-mail. Se quiser outros
detalhes, acesse aqui.
3. Outra forma de apoio a este
projeto é a aquisição de qualquer um dos livros apresentados pelos links
ofertados neste Boletim ou mesmo qualquer produto que você adquirir online, use este link.
4. Um fim de semana excepcional e
com boas leituras.
Juan Pablo Villalobos. Foto: David Ramírez. |
LANÇAMENTOS
No novo romance de Juan Pablo
Villalobos dois imigrantes precisam lidar com uma dura crise existencial em
meio a burocracias, teorias da conspiração e uma doença terminal.
“Estamos cansados de histórias de
ressentidos, estamos cansados de enaltecer o rancor e as frustrações”, diz o
narrador de A invasão do povo do espírito, o novo romance do escritor mexicano Juan Pablo
Villalobos. Protagonizado por Gastón, Gato (que na verdade é um cachorro), Max
e Pol, este é um livro hilariante e extremamente atual que descreve a força dos
laços afetivos, tendo como pano de fundo a xenofobia, a corrupção e a
gentrificação. Com tradução de Sérgio Molina, o livro sai pela Companhia das
Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Um dos mais lembrados livros do escritor português Afonso Cruz chega ao Brasil.
Em um Oriente ficcional, circulam
vários personagens fascinantes: o pragmático dono de uma fábrica de tapetes,
sua esposa herege, uma mulher que sonha em se casar, um hindu que deseja ser o
seu marido, um poeta mudo, uma criança perdida e outra encontrada. Cada um
deles carrega características notáveis ― uma marca dos romances de Afonso Cruz
― e suas trajetórias nos falam de perda, solidão, amor e religiosidade. Uma
narrativa tocante e inventiva, que ultrapassa as diferenças entre Oriente e
Ocidente para falar sobre como, onde quer que estejamos, nunca estamos
absolutamente sós. Afinal, tudo está entrelaçado como na tapeçaria, onde “o
primeiro ponto não está separado do último e, se alguém mexer num deles, mexe
inevitavelmente nos outros”. Para onde vão os guarda-chuvas é publicado
pela editora Dublinense. Você pode comprar o livro aqui.
O último livro organizado por
Flannery O’Connor ganha nova tradução e edição.
Considerada uma das grandes
escritoras estadunidenses do século XX, Flannery O’Connor dedicou-se sobretudo
à arte da narrativa breve. Nos nove contos de Tudo o que sobe deve convergir,
organizados pouco antes de sua morte e publicados postumamente em 1965,
observamos seu gênio em plena maturidade retratar com uma fascinante riqueza de
imagens o peculiar e decrépito mundo das cidades e terras do Sul dos Estados
Unidos, especialmente sua terra natal, a Geórgia. Entre o grotesco e o realismo
mais brutal, seus contos narram situações tragicômicas em que se misturam os
conflitos raciais, a crueldade do mundo, o apelo da religião e a busca dos
homens pela redenção, resultando numa íntima exposição da condição humana.
Embora marcados pela violência, todos eles trazem uma estranha beleza. Todos
convergem para um único ponto: o paradoxo da salvação. Com tradução de Pedro de
Almendra, o livro é publicado pela editora Sétimo Selo. Você pode comprar o livro aqui.
Nova tradução das Confissões de
Agostinho de Hipona.
Mais de 1.600 anos após sua
publicação, as Confissões de Agostinho de Hipona continuam a encantar
quem se dedica à sua leitura. Seu caráter de memória, autobiografia, hino,
oração, salmo, exortação, tratado teológico, diálogo ou narrativa literária não
apenas teve influência enorme na definição de alguns dos principais pilares da
religião cristã, mas também serviu de modelo a Montaigne, Rousseau e outros
escritores. Esta edição recupera a riqueza literária do texto de Agostinho,
identificando suas centenas de menções a textos bíblicos e da literatura
latina, além dos vários trechos em verso que emulam os salmistas. A tradução de
Márcio Meirelles Gouvêa Júnior é publicada pela editora Autêntica. Você pode comprar o livro aqui.
Escritora síria retrata a vida de
uma família composta em sua maioria por mulheres.
A família que devorou seus
homens é um relato poderoso sobre os significados, as dimensões e as
implicações da diáspora. Um livro sobre perdas, partidas e memórias; um retrato
de família mergulhado em ternura e dor. Através do diálogo da narradora com a
mãe e as memórias dessa mãe, o leitor vai conhecendo as histórias de uma
família formada basicamente de mulheres. A autora síria Dima Wannus retrata
essas mulheres e as reviravoltas na vida de cada uma numa linguagem concisa e
luminosa, direta e muitas vezes cheia de humor. São personagens que ficarão com
certeza, e para sempre, na memória do leitor. Com tradução de Safa Jubran, o
livro é publicado pela editora Tabla.
O novo romance da autora de A
vida invisível de Eurídice Gusmão.
Em Chuva de papel,
acompanhamos a trajetória de um repórter policial decadente que precisa
encontrar forças para lidar com o dia a dia depois de uma situação inesperada.
Nesse percurso, ele descobrirá uma história memorável que o fará escrever
novamente. Este é um romance tragicômico, intenso e sensível. Joel Nascimento é
repórter, arquivo vivo das transformações do Rio de Janeiro. Ele passou meio
século nas redações noticiando o lado B da Cidade Maravilhosa, e agora enfrenta
dificuldades financeiras, problemas familiares e alcoolismo. Após uma peculiar
tentativa de suicídio, sua vida toma um rumo inesperado quando ele é obrigado a
morar de favor com a tia de um amigo. Glória é uma senhora energética, que
exige mais interações e boas maneiras do que ele está disposto a dar. A esse
arranjo junta-se a falante vizinha Aracy e seus dois chihuahuas grisalhos. Da
convivência inesperada e pontuada por atritos corriqueiros emerge um
companheirismo que preencherá o vagar das horas. À medida que Joel se ambienta
à nova rotina, ele se verá diante de uma última história formidável, e sabe que
deve contá-la. Passado e presente se alternam neste romance entremeado da
crueza da vida marginal e de dissabores afetivos. O novo livro de Marta Batalha
sai pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Inspirado no Instagram Patti Smith, onde compartilha com mais de um milhão de seguidores
seu cotidiano, viagens e inspirações, Um livro dos dias reúne fotos
e textos que compõem uma espécie de memória viva de uma artista essencial.
No dia 20 de março de 2018, Patti
Smith postou sua primeira foto no Instagram, a imagem de sua mão e uma legenda:
“Olá, todo mundo”. Desde então, seu perfil se tornou objeto de culto, atraindo
milhares de fãs e admiradores. A partir das postagens de Patti, e com uma
página para cada dia do ano, Um livro dos dias reúne fotografias e
reflexões que formam o que poderíamos chamar de “mapa da vida” da premiada
autora de Horses. Sua estante de livros, uma xícara de café, o chapéu do
poeta Lawrence Ferlinghetti, o túmulo de Albert Camus, a cama de Virginia
Woolf. Em imagens extraídas de polaroides, do arquivo pessoal e do celular de
Patti, temos acesso a seu olhar único, vigoroso e poético. Parte calendário,
parte livro de memórias e parte registro cultural, Um livro dos dias é
uma rica exploração da mente fascinante de uma artista única. Com tradução de
Camila von Holdefer, o livro sai pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
O livro que rendeu a Tarjei
Vesaas o Prêmio de Literatura do Conselho Nórdico chega ao Brasil.
Em meio ao frio cortante e à
escuridão do fim do outono norueguês, um vínculo singular aflora entre duas
meninas. Siss é popular, a líder da escola. Unn é solitária, mas tem uma
personalidade marcante. Publicado em 1963, o melancólico romance O castelo
de gelo rendeu a Tarjei Vesaas o Prêmio de Literatura do Conselho Nórdico,
que destacou “o estilo sensível que transforma realidades interiores em uma
visão sublime da solidão humana e da busca por companhia”. Com tradução de
Leonardo Pinto Silva, o livro é publicado pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Um mosaico que extrapola a
forma narrativa para construir um retrato delicado mas feroz sobre legado,
memória e amor na relação entre mãe e filho.
Um diário, centenas de fotografias
e sessenta e oito cartas é tudo que G. tem de sua mãe, além das lembranças de
um passado comum. A caixa de papelão que contém todos esses elementos guarda
também as expectativas e as angústias de um filho que tenta construir sua
própria identidade e recuperar o contato que se faz ausente. Partindo em busca
dessa mulher — de quem ela foi antes da maternidade, da mãe que nasceu com ele,
dos mistérios da individualidade —, G. revira bulas de remédio, diagnósticos
médicos, mapas astrais, redige cartas, e-mails, questiona a si mesmo. E
conclui: “Escrevo e envio esta carta para você para tentar reencontrar, em
minha própria voz, a tua.” Em Trise não é ao certo a palavra, sensível e ousado romance de estreia, Gabriel
Abreu monta um emocionante quebra-cabeças de registros, afetos e lembranças que
apenas um filho, em vias de perder a mãe, pode ter. O livro é publicado pela editora Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
O novo romance de Samir Machado
de Machado.
A partir de clássicos da
literatura policial, como Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, Samir Machado
de Machado faz uma releitura e uma homenagem ao gênero, numa trama que traz
baronesas misteriosas e espiões comunistas em meio à ascensão do Terceiro Reich
e à perseguição nazista aos gays da Berlim dos anos 1930. A isso, O crime do
bom nazista combina temas do Brasil contemporâneo, mostrando como questões
tristemente atuais podem perdurar por décadas. O livro é publicado pela editora
Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Uma visita à história
recente do Brasil.
Em 8 de janeiro de 2023, uma
multidão vestida de amarelo tomou conta de Brasília numa manifestação violenta
e antidemocrática, em tudo diversa do que pregava o manifesto de mais quarenta
anos antes que dá título a este livro. Em 1984, durante a ditadura militar, um
documento produzido pela classe artística desfraldava a luta pelo voto direito
para presidente e declarava o desejo da sociedade de “usar o amarelo das flores
sem medo, o girassol amarelo que nos guia, tinge e alimenta”. A metáfora
captava o anseio daqueles que, saindo às ruas em busca da democracia,
inauguraram a maior manifestação popular do Brasil: as Diretas Já. Diversos
acontecimentos convergiram para a eclosão do movimento, tais como a
insatisfação com o regime militar e com a economia, a influência da
redemocratização na Argentina e a proposta de emenda constitucional do deputado
Dante de Oliveira, de março de 1983. Esses aspectos criaram as condições
sociais que culminaram na campanha das Diretas Já, que ao longo de um ano tomou
as principais cidades do país. Às vésperas dos quarenta anos do movimento, o
jornalista Oscar Pilagallo analisa o curso histórico de tais acontecimentos,
mostrando como a vontade de votar para presidente estava nas mais diversas
esferas da sociedade civil. Pilagallo enfoca, em tom de crônica, os principais
atores envolvidos, reconstituindo a contribuição de políticos, músicos, artistas,
estudantes, jornalistas, publicitários e atletas, muitos dos quais atuantes em
nossa vida pública até hoje. Com uma linguagem leve, Pilagallo apresenta um
painel histórico que vai da formação da convergência democrática à derrocada
dos militares. Entremeando análise política e episódios anedóticos ― quase
inéditos de tão esquecidos ―, a narrativa prende a atenção dos leitores que não
vivenciaram o período e refresca a memória de quem participou da festa cívica.
O livro traz ainda fotografias da época, além de uma cronologia e apêndices
informativos sobre a carreira posterior dos protagonistas. Embora haja quem
diga que as Diretas Já não foram bem-sucedidas em seu propósito, O girassol
que nos tinge argumenta que as praças coalhadas de gente garantiram a
participação popular no processo que pôs fim a duas décadas de ditadura. O
livro é publicado pela editora Fósforo. Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
A Estação Liberdade reedita ensaio
em que a francesa Marguerite Yourcenar propõe um ousado desafio intercultural
para tentar iluminar a genial mente literária de Yukio Mishima.
Marguerite Yourcenar coloca todo
seu talento literário e sua perspicácia a serviço dessa aventura humana, pela
qual ela experimenta, de modo simultâneo e paradoxal, familiaridade e
estranhamento. Sua análise se articula a partir de alguns momentos da vida e da
obra de Mishima: a angústia e a atonia juvenis. A autora especula, no plano
pessoal do retratado, os antecedentes que, direta ou indiretamente, acabariam
por contribuir para engendrar a determinação de Mishima pelo próprio fim. Um
deles é personificado na figura da avó, mulher de personalidade notoriamente
doentia, ainda que comovente, presente no crescimento e na formação do neto de
forma opressiva, tendo-o confinado numa espécie de realidade paralela, marcada
por crises histéricas, e onde ela, sequela própria de seus tormentos, gostava
de vê-lo vestido de garotinha. Não há como não se impressionar com a frieza
tipicamente oriental com que Mishima se dedicar ao intento suicida. Yourcenar
refaz os momentos imediatamente anteriores ao ato final, cujo desconcerto já
inevitável é acentuado pela serenidade do escritor também comprometido até o
fim com seu ofício. Nos instantes derradeiros de vida, Mishima dirige sua
determinação aos detalhes do ritual que abreviarão sua vida, assim como no
cumprimento de seu último deadline. Como Yourcenar nos conta, na noite anterior
à morte, Mishima jantou com os afiliados (aqueles que o ajudarão a morrer) e
retirou-se ao escritório para revisar seus últimos rebentos editoriais,
preparando em paralelo os chumaços de algodão que servirão para “impedir que
suas tripas se esvaziem durante as convulsões de agonia.” Assim, dentro de um modelo de
estudo crítico, uma grande escritora do Ocidente investiga e tenta desmontar os
mecanismos da psicologia de um grande escritor do Oriente, expondo as ambições,
os triunfos, as fraquezas, os desastres interiores e, finalmente, a coragem de
uma figura emblemática das artes japonesas do Século XX. Mishima ou a visão
do vazio tem tradução de Mauro Pinheiro. Você pode comprar o livro aqui.
A reedição de
Eurídice, de José Lins do Rego.
Uma coisa que José Lins do Rego
não tem medo de fazer é colocar sob sua perspectiva assuntos que são
complicados de abordar dentro do escopo da ficção. Seus livros são fortes no
contexto social e político em que os personagens estão inseridos — sendo essa uma
das características mais lembradas pelos seus admiradores —, mas a verdade é
que são seus protagonistas e coadjuvantes, complexos e ambíguos, que tornam
suas tramas ainda mais intensas de acompanhar. Esse com certeza é o caso de Eurídice",
uma obra de caráter forte, lançada pela Global Editora. Autor de obras
reconhecidas como Menino de engenho, Fogo morto e Pedra
Bonita, todos parte de ciclos (Ciclo da cana-de-açúcar e Ciclo do Cangaço,
respectivamente), Eurídice continua com fragmentos de elementos que
moldam as histórias de Zé Lins. A trama acompanha Júlio, um estudante de
direito que conhece Eurídice no cortiço onde passa a morar. Os dois estabelecem
um relacionamento. Enquanto ela o vê como um grande amigo, Julio desenvolve uma
paixão não correspondida por ela. Logo nas primeiras páginas, fica claro que
todas as dificuldades do protagonista são moldadas pela sua infância, quando é
rejeitado pela mãe e acaba se apegando demais à irmã, desenvolvendo um
relacionamento pouco saudável. Com uma forte sensação de rejeição permeando sua
jornada, o livro é dividido entre o momento que ele sofre a ruptura com a
figura materna, e quando ele se vê deixado de lado novamente, dessa vez por uma
mulher que ele vê como uma possível parceira romântica. Assim como grande parte
das figuras masculinas de Zé Lins — que na maioria das vezes tomam o papel
central na narrativa —, Júlio é parcialmente moldado pelas experiências do
próprio autor. Os protagonistas são, geralmente, figuras que estão inseridas no
contexto apresentado na narrativa da forma mais direta possível (Carlinhos é
neto do senhor de engenho; Bentinho tem um irmão no Cangaço). Assim como o
personagem central de Eurídice, José Lins do Rego também foi, por exemplo,
estudante de direito. Mas o que faz a história se destacar, é a forma como o
autor explora os sentimentos humanos mais complicados de se colocar no papel.
Com uma trama que aborda o aspecto sociopolítico da época, Eurídice é um
livro que fala sobre feminicídio, ainda que de forma indireta. Assim como nos
seus outros livros, em que Zé Lins não tem medo de olhar para os sentimentos
“feios” ou “desagradáveis” do ser humano, aqui ele cria um personagem
claramente moldado não apenas pela sociedade, mas também por seus maiores medos
e rejeições. O resultado é um livro forte, ambíguo e que hoje se torna mais
essencial do que nunca, com uma temática que ressoa muito com a realidade
brasileira.
A incrível e pouco conhecida história de Rosa Egipicíaca ganha nova edição acrescida de informações inéditas sobre seus últimos dias de vida.
Em 1725, aportava no Brasil uma jovem de seis anos que fora escravizada e trazida à força da Costa de Uidá, Nigéria. Vendida na rua Direita, no Rio de Janeiro, foi batizada com o nome de Rosa e estuprada por seu comprador. Passados oito anos, é obrigada a deixar a capital fluminense e seguir para Minas Gerais, numa freguesia próxima à vila de Mariana, onde serviria à família Durão. Lá, se prostituiu por quinze anos até ter os primeiros acessos diabólicos, sofrendo uma série de exorcismos. Em meio a essas sessões, deu-se sua conversão a uma vida voltada ao estudo e à devoção à doutrina católica. Daí por diante, sua rotina de visões místicas e manifestações dos sete espíritos que a possuíam só aumentava. Trabalho primoroso de Luiz Mott, esta é a biografia de uma ex-escravizada negra que, em pleno Barroco brasileiro, chegou a ser considerada por alguns como a maior santa do céu. Figura ímpar de nossa história, foi também a primeira escritora negra do país, e sua vida espetacular serviu de inspiração para o samba-enredo da Escola de Samba Unidos da Viradouro de 2023. Rosa Egipcíaca: uma santa africana é reeditado pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
RAPIDINHAS
Um regresso das frias terras. A
editora Pontoedita abriu as vendas do novo livro no seu seleto catálogo. Como
destacado na edição passada deste Boletim, Sjón regressa aos leitores
brasileiros. Mánasteinn, o menino que nunca existiu entrou em pré-venda por aqui.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1. Meninas, de Liudmila
Ulítskaia (Trad. Irineu Franco Perpetuo, Editora 34, 168 p.) A presença da
escritora russa não era inédita entre nós — já figura em antologias por aqui.
Mas este é o seu primeiro livro publicado no Brasil. Reúne seis contos que
constitui um ciclo articulado em torno de pequenas variações: acontecimentos
envolvendo meninas de 9 a 11 anos num contexto peculiar da complexa história
russa, o da ditadura soviética na década 1950. Você pode comprar o livro aqui.
2. Modos de ver, de John
Berger (Trad. Hugo Mader, Fósforo Editora, 192 p.) Resultado de uma série para
a televisão inglesa de 1972, neste livro o ensaísta examina a história das
artes plásticas a partir da pintura a óleo e a contínua degradação que
resultaria na publicidade no século XX. Você pode comprar o livro aqui.
3. Notas para um naufrágio, de Davide Enia (Trad. Wander Melo Miranda, Âyiné,
259 p.) Misturando o documental e o investigativo com a memória autobiográfica,
o escritor italiano examina a naufrágio na ilha siciliana de Lampedusa de um
barco que transportava imigrantes da Eritreia, Somália e Gana rumo à Europa. Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
O Real Gabinete Português de Leitura no Rio de Janeiro começa a disponibilizar online seu rico acervo de periódicos raros. É possível acessar essa nova hemeroteca digital aqui.
BAÚ DE LETRAS
O livro de Liudmila Ulítskaia, As
meninas, recomendado na seção Dicas de Leitura foi lido e resenhado no blog
por Joaquim Serra. O texto dele está disponível aqui.
Na semana que agora termina
passou-se o aniversário do poeta W. H. Auden. Recordamos dois textos do nosso acervo:
este breve perfil, de 2013; e este texto sobre a relação entre o poeta e
Tolkien que traduzimos em 2021.
DUAS PALAVRINHAS
Qualquer alma esconde mais do que a si
mesma confessa, e muito mais do que aos outros entrega como pasto para ruminações
de salão.
— Em Nosso grão mais fino, José Luiz Passos
...
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
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