Labirintos entre idiotas: Hans Magnus Enzensberger
Por Hugo Alfredo Hinojosa Hans Magnus Enzensberger. Foto: Barbara Klemm No início do século XXI, Hans Magnus Enzensberger, o poeta e filósofo alemão, galardoado com o Prêmio Príncipe das Astúrias em 2002, era uma figura ativa nos meios sociais do seu país e da Europa, uma celebridade pensante vilipendiada pelos intelectuais puritanos, para quem o reconhecimento público é degradante. Alguns de meus professores se referiam ao escritor com desdém: “um vendido ao capitalismo”, “traidor dos ideais socialistas aprendidos em Cuba”, “falhou no projeto de reunificação da Alemanha em 68”, declaravam, “sua teoria do novo homem (livre) foi um fiasco.” Nunca compreendi a falha moral do filósofo e reflito, sem medo de mal-entendidos, que o problema cardinal do ensino da filosofia (as humanidades e as ciências sociais) reside na transmissão dos ressentimentos de classe dos professores aos alunos; a filosofia é tomada como instrumento para toda doutrina grosseira, um grande equívoco devido às limita