Encruzilhadas de caminhos: o novo romance de Jonathan Franzen
Por José Homero Jonathan Franzen. Foto: Ian Allen “Todas as famílias felizes se parecem...”, diz um incipit tão famoso quanto aquele do lugar cujo autor não consigo me lembrar. Desde seu segundo romance, Tremor (1992), a concepção romanesca de Jonathan Franzen (1962) está enraizada, principalmente, na configuração de famílias cujos infortúnios se tornam socialmente emblemáticos. Se tal interesse poderia sugerir intimismo, a verdade é que o desmesurado nativo de Chicago persegue essa obsessão que angustia todo romancista estadunidense: escrever “o grande romance americano”, figura de uma época e espelho de seu tempo, refletindo sobre o microcosmo familiar. Atualmente considerado o melhor romancista estadunidense — Wallace e Roth morreram — conseguiu isso em As correções (2001) e, em menor medida, Liberdade (2010). A Encruzilhadas (em tradução portuguesa), o primeiro de uma trilogia que cobrirá os últimos 50 anos, enfoca os Hildebrandt que durante o Natal e a Páscoa de 1971 e 19