Literatura e ativismo: as novas gerações
Por Gisela Kozak Rovero Jacob Lawrence. A poeta Amanda Gorman recitou seu poema “The Hill We Climb” no ato oficial do início da presidência de Joe Biden, apresentação que internacionalizou seu nome. Em várias entrevistas, Gorman insistiu no caráter não apenas político, mas abertamente ativista de sua escrita em favor da identidade afro-americana; confessa que no passado acreditava que a poesia era assunto para velhos e brancos, uma afirmação curiosa porque a língua inglesa produziu poetas extraordinárias e durante a curta vida dessa jovem uma enorme atenção foi dada às escritoras. Pouco importa: a iconoclastia literária não cessa. Identificando-se como uma mulher negra estadunidense de origem modesta que se rebela contra os seus antigos, Gorman, em vez de se separar do passado, junta-se a ele inextricavelmente. Com sua firme defesa da identidade afro-americana e sua boutade em relação à branquitude masculina idosa, esta escritora participa dos ritos de passagem que marcam a entrada