As raízes reais e literárias de Macondo
Por Winston Manrique Sabogal Ilustração: Luisa Rivera Um dia, o menino Gabriel García Márquez (1927-2014) estava olhando pela janela em um trem amarelo, que não parava de soltar serpentes de fumaça a cada apito, e leu na entrada de uma fazenda uma placa metálica azul que em letras brancas dizia: Macondo. E a palavra voou para se esconder em algum refúgio de sua memória. Macondo não nasceu no dia em que todos acreditam. Macondo tem sete atos fundadores: três têm a ver com a aparição desse território ficcional em dois livros; dois são citados pela primeira vez pelo autor sem que seus livros tenham sido publicados, e os outros dois provêm de suas experiências que darão origem àquela cidade mítica. Para encontrar suas raízes, é preciso refazer o caminho da imaginação das pessoas à realidade. No imaginário universal, esse território nasceu no início de Cem anos de solidão (1967): “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía deveria lembrar aquela