Literatura e exílio. As vozes do naufrágio da Europa
Por Andrés Seoane Ilustração: Darién Sánchez “De quantas coisas e quantas vezes nós, exilados, emigrantes, tivemos que nos despedir!”, exclamou o escritor austríaco Stefan Zweig em 1939 no funeral de outro paradigma do habitante de fronteiriço, seu amigo Joseph Roth. Apenas três anos depois, fugindo de tudo no Brasil, ele próprio faria a última viagem devorado pela angústia. Anedotas como essa, assim como a história de seus próprios protagonistas, a reconstrução de um mundo à deriva e a necessidade de todos esses protagonistas, os mais brilhantes escritores e intelectuais do século XX europeu que não cumpriram a profecia anunciada por María Zambrano — “O exilado é o devorado pela história” — são as fibras com as quais a ensaísta e crítica literária Mercedes Monmany (Barcelona, 1957) tece Sin tiempo para el adiós (Sem tempo para o adeus, em tradução livre), um volume monumental e abrangente em que ela condensa a história do que outro viajante, o poeta León Felipe, chamou de “o gr