O renascer de Witold Gombrowicz em Buenos Aires: o Ferdydurkismo
Por Sergio Ernesto Negri Witold Gombrowicz. Foto: Bohdan Paczowski Não consigo! Exclamou trêmulo Witold Gombrowicz, com a bagagem nas costas. E desce apressadamente do transatlântico em que havia embarcado dez minutos antes, aquele que se preparava para zarpar de volta ao porto de origem na Polônia. Marian Witold Gombrowicz, como constava no passaporte, havia chegado a Buenos Aires cinco dias antes, em 19 de agosto de 1939, na viagem inaugural do Chrobry, um imponente navio branco polonês que fez uma viagem de três semanas pelo Atlântico, tendo partido do porto de Gdyni, situado no mar Báltico. Era uma das personalidades convidadas a promover a primeira viagem transoceânica realizada por uma empresa polonesa. Desceu do barco de uma maneira tão inesperada quanto premonitória. A Segunda Guerra Mundial eclodiu uma semana depois de zarpar, quando se encontrava em Pernambuco. Os passageiros tiveram que permanecer no Brasil e o navio conduzido para Southampton, no Reino Unido, onde ser