Electronica, de Enzo Maqueira
Por Pedro Fernandes Enzo Maqueira. Foto: Pablo Monteiro Cedo ou tarde, toda geração passa, de alguma maneira, por uma sua crise de significação. E pelo menos duas características formam parte de uma complexa rede de sintomas que não vem ao caso examiná-la agora: certa nostalgia seguida da contínua tentativa de recompor o tempo-limite quando, ao que parece, tudo se singularizava num presente eterno e aberto para um futuro mais vivo que o passado; e certo amainar das forças, como se por um instinto derivado da frustração obrigasse, consciente ou não, ao recrudescimento para conservação de um passado, algo que se verifica, no caso atual, na uniformização dos modelos. De modo que, no curso do tempo da sociedade da alta técnica, os instantes para essa crise se tornaram cada vez mais precoces; e não seria exagero afirmar que atualmente formam um intervalo perene. Tornou-se a pedra de sustentação do metacapitalismo: segmentando indivíduos a partir das identidades, diversificam-se os prod