Oito poemas de Mary Oliver em “Felicidade” (2015)
Por Pedro Belo Clara (Seleção e versões) Mary Oliver. Foto: Rachel Giese Brown ROSAS Todos nós, uma vez por outra, questionámo-nos sobre aqueles assuntos para os quais não existe uma resposta pronta: primeiro, a existência de Deus, o que acontece quando a cortina cai sem que nada o impeça, nem um beijo, nem uma visita ao centro comercial, nem o Super Bowl . “Rosas selvagens”, disse eu, uma manhã. “Vocês têm as respostas? Se sim, poderão dizer-mas?” As rosas riram, suavemente. “Perdoa-nos”, disseram. “Mas, como vês, agora estamos absolutamente ocupadas em ser rosas.” O MUNDO EM QUE VIVO Recusei-me a viver fechada na bem-composta casa das razões e das provas. O mundo em que vivo e creio é mais amplo. De qualquer forma, o que há de errado com “Talvez”? Não acreditarias no que, vez ou outra, tenho visto. Apenas isto direi: só se levares anjos no pensamento é que terás a hipótese de, um dia, os ver.