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Mostrando postagens de agosto 26, 2022

Baudelaire e os jovens

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Por Ignacio Echevarría Charles Baudelaire. Foto: Félix Nadar.   Nascido trinta anos antes de Rimbaud, que o considerava “o primeiro vidente, rei dos poetas, um verdadeiro deus”, a figura de Baudelaire não foi atravessada, como a de Rimbaud, pelo mito da juventude. E isso apesar da atração que o romantismo e alguns de seus heróis exerceram sobre Baudelaire.   Quando jovem, ele próprio cumpriu todos os requisitos que, desde o início do século XIX, caracterizam o jovem artista: era rebelde, dissoluto, bagunceiro; confrontou os pais, participou dos motins revolucionários de 1848, pertenceu à boemia literária; exerceu a iconoclastia, cultivou a ousadia, a impertinência, o desdém; experimentou todos os tipos de drogas, frequentou os bordéis, jogou dandismo...   Nada disso, no entanto, imprimiu a inclinação da juventude em seu porte. A imagem que temos dele é a de um adulto prematuramente envelhecido, com um olhar intenso, crispado, tenso. Baudelaire deixou imediatamente de ser jovem, e dir-s