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László Krasznahorkai um trapaceiro da ficção

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Por Matías Serra Bradford László Krasznahorkai. Foto: Marjai János   Como demonstrou a divisão arbitrária de apartamentos durante a era comunista na Hungria — quando alguns habitantes de Budapeste ficavam com dois banheiros, mas sem cozinha, ou dois quartos, mas sem sala de jantar —, de certo absurdo típico pode originar uma literatura radical. É o que László Krasznahorkai antecipa e insinua ao seu leitor no retrato de um mosteiro em Quioto intitulado Ao norte a montanha, ao sul o lago, ao oeste a estrada, ao leste o rio : “Logo necessitaria uma unidade de medida diferente da habitual, que logo alguns passos diferentes daqueles que até então traçaram o perímetro de sua vida indicariam a direção a seguir”.   Krasznahorkai cresceu na Hungria, país de poetas como o Chile e a Irlanda, e foram os versos extremamente delicados de János Pilinszky, Attila József e Sándor Weöres, com uma mão adicional dos contistas crepusculares Péter Hajnóczy e Miklós Mészöly, que forjou sua estética limpa de