O verão em que mamãe teve olhos verdes, de Tatiana Ţîbuleac
Por Sérgio Linard Tatiana Ţîbuleac. Foto: Mario Gi. Quando a pretensão é não traumatizar filhos, o melhor caminho é não os ter. Assim dizem os populares, assim escolheu o nosso Brás Cubas. Mas a mãe de Aleksy o traumatizou e só conseguiu ter uma boa convivência com aquele adolescente em um eterno verão. Este romance da autora moldava Tatiana Ţîbuleac persegue, sob a perspectiva do filho já adulto, justamente aquele verão. São as férias escolares; a mãe, que já tem uma relação bastante conturbada com sua única prole, encaminha-se até aquela escola destinada a jovens infratores, órfãos ou com algum “problema” que a sociedade autointitulada “normal” vê como suficiente para isolá-los da vida em sociedade. E aqui, já no começo do livro, entendemos o grau de repulsa que o jovem tinha por sua genitora: “Naquela manhã em que a odiava mais do que nunca, mamãe completou trinta e nove anos. Era gorda e baixinha, burra e feia. Era a mãe mais imprestável que já havia existido. Observava-a pela