Romance e ensaio
Por Massimo Rizzante No Ocidente, o romance e o ensaio nasceram junto com um novo tipo de leitor: o homem comum que poderia conversar com outro de igual para igual. A maneira como ambos os gêneros se desenvolveram até hoje nos obriga a nos perguntar sobre suas tensões, seu presente e seu futuro. 1. Começo do século XXI. Um dia de setembro. Estou entre amigos na Grécia, perto de Atenas. Nossa amizade e nosso diálogo se baseiam há muitos anos em alguns pontos em comum: a) Uma obra de arte ficcional não precisa de especialistas para ser lida e compreendida. b) A tarefa do homem que lê é tentar apreender o valor da obra, tentar definir o que ela ofereceu de novo e insubstituível, e afirmar quais aspectos da existência revelou. c) As descobertas contidas em um romance são, como descobertas, imprevisíveis. Portanto, não existe método verdadeiro; o pensamento crítico é ensaístico, não metódico, embora exija um conhecimento e uma competência muito elevados e, sobretudo, uma honesti