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A viagem incessante de Octavio Paz

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Por Alberto Ruy Sánchez Octavio Paz em Nova Deli, Índia, 1962. Arquivo: Rodolfo Jurado Guzmán   Para entender o tipo de aventura que cada tradução de um poema chinês, japonês ou indiano significava para Octavio Paz, eu tentava conversar com ele sobre a viagem a cada um desses países, quando existiu uma, ou sobre o momento de sua vida ou a emoção que estava naquele estranho impulso de transformar poemas de línguas que ele não conhecia em poemas vivos na sua.   Eu já sabia que a própria ideia da viagem despertava nele uma enorme curiosidade. Toda vez que eu voltava de uma, ele me pedia para lhe contar detalhes, impressões, histórias, descrições de pessoas e paisagens. Mas acima de tudo sempre queria descobrir chaves para outras culturas. Ou testar os que havia vivido ou lido. Alguns anos depois escreveria que se nasce com o desejo de viajar e que “quem não o sentiu em algum momento não é inteiramente humano”. Mas ao mesmo tempo elogiava as viagens que são feitas “com o corpo parado, olho