Ilusões perdidas, de Xavier Giannoli
Por Solange Peirão Quando Lucien de Rubempré, o jovem poeta provinciano e idealista, inicia seu trânsito por Paris, em busca de emprego e reconhecimento, acaba entre editores, de livreiros a jornalistas. A primeira confrontação mais direta foi com Étienne Lousteau, jovem como ele, de quem ouve a indagação: “você sabe o que é o meu trabalho?” E o romântico Lucien responde: “escrever sobre a Arte, a Beleza, o mundo…” A que o jornalista, sem rodeios, responde, na lata: “meu trabalho é enriquecer o dono do jornal!” Estava dado, assim, o núcleo desse bonito filme de Xavier Giannoli que se inspira em Ilusões perdidas , uma trilogia que compõe, por sua vez, A Comédia Humana , como é conhecido o conjunto da obra de Honoré de Balzac. E, em Paris, irá se cristalizar o que já se prenunciava na distante Angoulême. Aqui Lucien trabalha na gráfica do cunhado, escreve poesia e tem um affaire com Louise. Por meio dela, é introduzido no mundo da nobreza, pouco letrada e arrogante, não disponível