Tolstói ou Dostoiévski, de George Steiner: a crítica literária como dívida de amor
Por Pablo Sol Mora George Steiner. Foto: Contacto Photo A vocação de crítico é misteriosa. Ninguém, como gracejava François Truffaut a respeito da crítica cinematográfica, declara aos nove anos: “Papai, quero ser crítico.” O que nos move a escrever sobre o que lemos? Ou melhor, por que não tentar ser um criador ou ser, simplesmente, um leitor? Qual o sentido? Para que serve a crítica? Serve a crítica? As perguntas são inescapáveis para quem faz dela parte fundamental de sua atividade literária, sobretudo para quem ela representa sua principal ou única atividade. As confusões e mal-entendidos em torno da crítica são variados e persistentes. Talvez o maior seja o de que a crítica se ocupa, fundamentalmente, de censurar, no sentido de indicar defeitos e erros, de desaprovar; que ela é ou precisa ser negativa. O crítico como o ressentido estraga-prazeres da literatura. É claro que a crítica deve apontar os aspectos fracos de uma obra quando de fato os encontra e argumentar a respeito d