Todos somos “A pior pessoa do mundo”
Por Claudia Lorenzo Precisamos parar de chamar certos filmes de “comédias românticas”. Harry e Sally, feitos um para o outro é uma comédia romântica. Núpcias de escândalo é uma comédia romântica. Annie Hall é uma comédia romântica. O norueguês Joachim Trier declarou que a screwball comedy americana serviu de inspiração para seu novo filme, A pior pessoa do mundo , e provavelmente seus personagens ou seus arcos remetem a vagas lembranças dos enredos dessas histórias. Mas se isso não te faz rir, ou até mesmo estourar de gargalhadas, não é screwball , não é comédia. É apenas romântico. E nada mais. O gênero pode ser reivindicado de fora — e mais, o gênero deve ser reivindicado do lugar que é, porque o pobre está um tanto em crise — sem assumir que sua história faz parte dele. A pior pessoa do mundo , indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro Original, apresenta a história de Julie, uma jovem de vinte anos que, ao longo de vários anos, se apaixona, se desapaix