A arte de piratear o Ulysses
Por Eduardo Huchín Sosa James Joyce. Foto: Man Ray. Como sabemos (porque os suplementos culturais não se cansaram de nos lembrar), no dia 2 de fevereiro de 1922, James Joyce recebeu seus dois primeiros exemplares de Ulysses . A edição parisiense de Shakespeare & Company havia superado todo tipo de dificuldade, entre elas as acusações de obscenidade que haviam sido dirigidas contra alguns capítulos publicados pela The Little Review e que impediam sua comercialização nos Estados Unidos. Em The Most Dangerous Book , Kevin Birmingham assina uma investigação exaustiva não apenas sobre Joyce e seus editores, mas sobre os advogados, censores, juízes, contrabandistas e mecenas que participaram de um longo esforço de quase duas décadas para trazer Ulysses da clandestinidade para o cânone. Começou também naquele 2 de fevereiro uma história pouco divulgada: a da pirataria do livro nos Estados Unidos. Uma das razões pelas quais Joyce aceitou a edição de Shakespeare & Company, editada