O Modernismo por metástase
Por Pedro Fernandes O Modernismo acabou. O Modernismo continua. Lidas separadamente é possível perceber apenas o valor contraditório de uma afirmativa em relação a outra. Mas, multiplicando o complexo de contradições, elas juntas designam bem o destino de um acaso que se expandiu mesmo fora das suas fronteiras, além de assinalar que este se fez do inadiável fim do espírito de uma época marcado ora pela sua autoconsciência, ora pelo interesse centrado sempre no passo mais adiante. Entre nós a aventura modernista tomou como marco um evento articulado entre um grupo de inquietos espíritos e um grupo abastado interessado em suprir sua deficiência cultural pela abastança do capital, visto que, desse lado do Atlântico nem sempre as duas coisas coincidem. Mas quando paulistas e fluminenses se reúnem no Teatro Municipal de São Paulo graças à intervenção do baronato do café, o moderno estava disperso variadamente pelo mundo e já por um Brasil sempre aberto às novidades trazidas do exterior