Algumas notas sobre escrever de pé
Por Bárbara Mingo Costales Ilustração: Golden Cosmos. Perguntei a alguém que eu achava que já tinha resolvido como combinar o exercício da escrita, que sempre se diz que o leva a uma vida solitária, com o contato constante e genuíno com os outros. Ele respondeu perguntando por que estava procurando isso, por que ir atrás de um equilíbrio. Que fizesse o que pudesse e que tudo iria se ajustando. Às vezes imagino a escrita como uma atividade espeleológica, na qual você desce a estratos inexplorados e depois emerge com o que encontrou às cegas e que só poderá apreciar quando estiver fora. Outras vezes é como estar em um campo cheio de flores com a intenção de fazer um buquê. Você escolhe algumas e descarta outras. Há algumas flores que você corta e depois joga fora e assim por diante. Todas essas possibilidades. Agora estou mais interessada em espeleologia. De certa forma, ao caminhar pelo campo você já viu o buquê que vai fazer, disperso. Aqui, profundidades e flores representam duas