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Mostrando postagens de março 18, 2022

Em torno das “Não-coisas”, de Byung-Chul Han

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Por Maria Vaz Ilustração: Peter Oumanski   O prólogo inicia-se com menção a Yoko Ogawa e ao seu romance A polícia da memória . Esta alusão não provém do acaso, mas de uma analogia que o autor sul coreano faz com o nosso presente, que descreve como uma época em que as coisas desaparecem incessantemente.   Não recorremos a ficções literárias, como aquela que em Harry Potter se encontra num manto de invisibilidade. Falamos da realidade científica e das inovações tecnológicas que nos dão vida digital. Falamos do imediatismo, da nanotecnologia, dos estímulos constantes do incorpóreo e do imaterial.   Vivemos a era da informação rápida, não monótona, alimentada pelo estímulo da surpresa e “tornamo-nos cegos perante coisas silenciosas, digamos coisas habituais, sem importância ou costumeiras, desprovidas de estímulos, mas que nos fixam ao ser.”   Byung-Chul Han recorre a Hannah Arendt para definir as “coisas do mundo” capazes de “estabilizar a vida humana”, coisas essas que conferem continu