Desconservar o masculino (parte 2): Chico Buarque e a estética do cancelamento em “Com açúcar, com afeto”
Por Marcelo Moraes Caetano © Lucienne Day Recentemente, o cantor e compositor Chico Buarque decidiu que não mais cantaria sua canção “Com açúcar, com afeto”. Tratou-se de uma importante postura, por ter vindo de um dos maiores artistas e intelectuais brasileiros. Os lados que essa atitude trouxe à discussão, suas causas e consequências, parecem interessantíssimos. Minha admiração por Chico Buarque é imensa. Tanto que dediquei, recentemente, em 23 de novembro de 2021, uma coluna aqui no Letras à análise de uma de suas canções (“Todo o sentimento”, em coautoria com Cristóvão Bastos). Aproveitei o material literário para escrever a coluna que intitulei “Todo (o) sentimento em todo (o) tempo: um pequeno itinerário para uma breve crítica poética” (veja o final do texto). Um dos meus campos de interesse atualmente é o conservadorismo à brasileira (plano do conteúdo) e suas múltiplas manifestações acadêmicas, midiáticas, artísticas, culturais, discursivas (plano da expressão), baseado