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Mostrando postagens de março 2, 2022

A mão de Deus, de Paolo Sorrentino

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Por Pedro Fernandes   Até agora o ponto central da obra de Paolo Sorrentino é o premiado La grande bellezza , filme que o revela pelo reconhecimento unânime nos principais festivais. O curioso é que tão cedo, o diretor italiano tenha recorrido ao substrato da memória individual para a composição de È stata la mano di Dio . Não existe regras para a adesão de um criador ao autobiográfico, é claro. O que existe com alguma recorrência é que esse interesse se apresenta no zênite de uma obra. No caso desse trabalho, a guinada para o pessoal se constitui uma resposta muito própria a uma matriz narrativa que parece começar com This Must Be the Place : a do criador multiplamente reconhecido que atravessa uma crise que pode incluir a vida presa numa espiral de acontecimentos desagradáveis.   No filme de 2021, Sorrentino aposta numa virada. Quer não mais investigar a crise criativa, mas os meandros que poderá levar seu protagonista ao ponto máximo de sua criação. Contado pelo ponto de vista de um