Um homem só, de Christopher Isherwood
Por Sérgio Linard Christopher Isherwood. Foto: Cynthia Gould. Quando temos algum amigo, conhecido ou, também, quando estamos passando por uma fase melancólica da vida, seja por perda seja por ruptura, adotamos o espaço comum que prontamente anuncia: o tempo há de curar. Esse eterno e constante fator na vida de todos está sempre associado a um remédio para as fases ruins e/ ou desagradáveis pelas quais passamos, de modo que parece ser um resultado esperado para essa perspectiva o de que tudo aquilo que sobreviva a este incontornável tempo é bom, melhor ou “tinha de ser”. Nas artes isso não se comporta de forma tão distinta. É também um lugar comum aquele em que se constata que uma obra artística de qualidade só merece esta alcunha se tiver, necessariamente, sobrevivido ao tempo. “Veja só, Machado de Assis escreveu há um bom tempo e permanece atual”, “Dante Alighieri, autor de uma obra prima, dialoga conosco até hoje, mesmo depois de tanto tempo .” Nas rodas de leitores, das letra