Seis poemas de Rabindranath Tagore
Por Pedro Belo Clara Rabindranath Tagore. Foto: Curatorial Assistance Inc. / E.O. Hoppé Estate Collection O PRIMEIRO BEIJO O céu ficou silencioso e de olhos baixos, Os pássaros calaram todos os seus cantos; O vento emudeceu; a música das águas acabou De repente; o murmúrio da floresta Morreu lentamente no coração da floresta. Na margem deserta do rio tranquilo, Nas sombras do anoitecer desceu silenciosamente O horizonte sobre a terra muda. Nesse momento no silencioso e solitário alpendre Beijámo-nos pela primeira vez. Nesse momento exacto, ao longe e perto Repicaram os sinos e soaram os búzios Nos templos dos deuses apelando ao culto. Um estremecimento percorreu o infinito mundo das estrelas E os nossos olhos encheram-se de lágrimas. INTERMINÁVEL AMOR Parece-me que te amei de inúmeras maneiras, inúmeras vezes, Na vida após vida, em eras após eras eternamente. O meu coração enfeitiçado fez e voltou a fazer o colar das canções Que tomaste como uma prenda, usando-o à volta do