O silêncio das estrelas
Por Tiago D. Oliveira Fiquei me perguntando sobre o que seria o novo livro do Rodrigo Garcia Lopes, O enigma das ondas , e me deparei com um grande leque de alcances. A sensação primeira foi a de adentrar em uma biblioteca que se desenha no enquadramento de uma página, funda surpresa que convoca para um mergulho onde a poesia polariza em pontos de partida e chegada reinventando-se em toques múltiplos contemporâneos ou não – eis o lirismo de um poeta que reage ao mundo, eis um mundo como barro nas mãos sobre o papel provocando também reflexões. Vejo seus versos como a imagem do leitor. Leio suas palavras, que são leituras mundanas. Nós, dois leitores em busca de entendimento – “uma outra imagem, móvel, vazia (apta a tomar não importa quais contornos) que nunca é mais do que o lugar de seu efeito: lá onde se entrevê a morte da linguagem” , afirmou um dia Roland Barthes – sendo a primeira margem a dada pelo texto e a segunda, construída. Estamos os dois, lado a lado, unificados pelo livro